Nos EUA, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) registrou um aumento mensal de 0,30% em abril. No acumulado de doze meses, o indicador desacelerou de 3,50% em março para 3,40%, e interrompeu a sequência de duas altas consecutivas.

Os principais itens que impactaram o índice foram as despesas com habitação e a gasolina. “Somados, eles contribuíram com mais de setenta por cento do aumento no índice”, observou Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

Em relação ao núcleo da inflação, os números vieram dentro do esperado e apresentaram uma variação de mensal de +0,30% e, nos últimos doze meses, arrefeceu de +3,80% para +3,60%, o menor valor desde abril de 2021.

“Os dados de abril oferecem certo alívio após a inflação do produtor, divulgada esta semana, ter superado as expectativas. Ademais, este CPI se junta aos últimos dados do mercado de trabalho, que indicaram um primeiro sinal de desaceleração”, comentou o executivo.

Outras métricas como preços de serviços (menos habitação) e as médias móveis anualizadas e ajustadas sazonalmente para alguns segmentos aceleraram. Para Sung, o movimento exige ainda parcimônia sobre o cenário.

“O CPI de abril foi positivo, mas o cenário ainda demanda cautela diante das incertezas sobre a evolução da inflação e do mercado de trabalho nos próximos meses”, apontou.

A divulgação de novos dados vai ser importante para calibrar as expectativas para o segundo semestre, de acordo com o economista.

A Suno Research projeta o primeiro corte dos juros norte-americanos em setembro. “Num cenário pessimista, com uma inflação menos benigna, o afrouxamento monetário poderia ocorrer em novembro”, completou.

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