O que importa:
Em março, a inflação ao consumidor perseguida pelo Fed (deflator do PCE), apresentou resultado em linha com o esperado (0,9%), acelerando para 6,7% na comparação anual.
A aceleração do indicador se deu, em grande parte, pelo aumento nos preços de Energia (11,8%), vindo de 3,7% em fevereiro, influenciado pela forte aceleração do preço do Petróleo no mercado internacional consequência da deterioração das perspectivas de oferta diante da invasão russa na Ucrânia, e pela aceleração dos preços de bens não duráveis para 2,8%, vindo de 1,8%.
Adicionalmente, destaque para aceleração dos dados em gastos pessoais no mês, além da forte revisão no mês anterior de 0,2% para 0,6%, o que conversa com o avanço dos preços no segmento de Bens (1,7%), especialmente os não duráveis.
Ressaltamos o Índice de Custo de Emprego, acima do esperado, 1,4% no 1T22 vs 1,1% esperado – esse é um índice que o Powell foi bem reativo no ano passado e fez o comitê mudar o tom. Curva americana está sendo bem reativa ao número agora, e abre entre 6-12 bps.
E para frente?
Para o curto prazo, esperamos uma acomodação da inflação nos próximos meses, mas em patamar mais elevado, decorrente da forte base de comparação e estabilização dos preços das commodities no mercado internacional. Por outro lado, ressaltamos que o balanço de riscos tende para o lado negativo, com os preços podendo ser impactados por novos choques e pelo elevado consumo das famílias, postergando a descompressão esperada.
O número de hoje reforça nossa visão sobre um movimento de 50 bps na reunião do FOMC na próxima semana, iniciando um front-loading da política monetária. As métricas de inflação continuam elevadas, sobretudo implícitas no mercado (swap 5y5y em 2,8% e a implícita de 10 anos em 2,9%). Dessa forma, nosso cenário de fed funds rate continua acima daquele precificado pelo mercado e, portanto, ainda vemos ambiente para volatilidade no mercado de juro.
Macro & Estratégia do BTG Pactual