Após quatro altas consecutivas, o Índice de Confiança Empresarial (ICE) recuou 0,3 ponto em julho, influenciado pela piora das expectativas, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança dos Consumidores (ICC) voltou a subir, desta vez apenas 0,5 ponto, mas ainda oscila próximo aos 80 pontos, patamar extremamente baixo. A distância entre os indicadores é de 19 pontos.

Enquanto as avaliações sobre a situação corrente ficaram estáveis, sugerindo manutenção do ritmo de atividade observado ao final do segundo trimestre, as expectativas em relação aos meses seguintes pioraram em julho. A piora foi mais acentuada nos quesitos das sondagens que miram os seis meses seguintes, mostrando uma crescente preocupação com uma possível desaceleração da atividade a partir do quarto trimestre do ano.

O destaque no mês é o Índice de Confiança do Setor de Serviços (ICS), que alcança o maior nível desde setembro de 2013 e passa a ser o mais alto entre os índices dos quatro grandes setores, algo que não ocorria desde maio de 2012. Uma evidência de sustentação da retomada e da normalização de atividades do setor após a pandemia. No Comércio, a confiança recuou quase 3,0 pts em julho, após acumular alta de 12 pts. no bimestre maio-junho. Houve piora das avaliações nos dois horizontes da pesquisa. A confiança na Indústria voltou a recuar no mês, influenciada, principalmente, pela piora das expectativas. Já o Índice de Confiança da Construção oscilou pouco mais uma vez e mantém-se numa faixa estreita, entre 96 e 98 pontos, pelo quarto mês seguido.

Consumidores continuam insatisfeitos com o presente e pessimistas em relação ao futuro
Em julho, as avaliações sobre a situação corrente ficaram estáveis e as expectativas para os meses seguintes melhoraram ligeiramente. O ICC continua baixo, refletindo um clima de desânimo. As avaliações sobre o presente continuam sendo ditadas pelos níveis ainda elevados de inflação e desemprego e o aumento dos juros reais tem também influenciado na postura de cautela com as compras discricionárias (duráveis).

Em julho, a confiança subiu para consumidores de renda familiar mais baixa e caiu para consumidores de alta renda. Os índices dos dois grupos alcançaram 72,6 e 84,8 pontos, respectivamente. A perspectiva de liberação de recursos adicionais do Auxílio Brasil parece ter colaborado para o ligeiro aumento do ânimo dos consumidores de baixa renda. A confiança dos consumidores de baixa renda está ainda 14,5 pontos abaixo do nível do período pré-pandemia, enquanto a das famílias com renda familiar mais alta está 7,9 pts. abaixo.

Incerteza econômica fica relativamente estável em julho

O Indicador de Incerteza do FGV IBRE ficou praticamente estável em julho, em 120,8 pontos. O resultado continua sendo influenciado pela inflação e a política de aperto monetário global, que vem colocando em xeque o crescimento mundial nos próximos meses. No Brasil, adicionalmente, houve piora do cenário fiscal para 2023. A proximidade do período eleitoral deve manter os níveis de incerteza elevados nos próximos meses. A coleta de dados para o IIE-Br ocorre entre os dias 26 do mês anterior e 25 do mês corrente.

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