Por: Tayllis Zatti

Dia 1 de dezembro de 2021. Calma! Esse não é mais um texto que vai te lembrar que o ano está terminando (embora eu, meio sem querer, tenha acabado de fazer isso), ou te dar dicas de possíveis metas a serem traçadas no próximo ano. Acontece que começo de mês também é marcado pelas atualizações das carteiras mensais das corretoras; e é sobre isso que nós vamos conversar hoje.

Era uma vez um grupo de pessoas designadas a montar um quebra cabeça por mês. As peças a serem encaixadas envolvem temas como macroeconomia, tensões políticas, manobras econômicas, meio ambiente, fatos setoriais relevantes, e outros. O resultado da peça é sempre o “portfólio ideal”. O fato é que as peças a serem consideradas por cada grupo de pessoas nem sempre são as mesmas, portanto, haverá sempre diferenças no resultado encontrado.

As carteiras recomendadas são justamente portfólios de ativos que, segundo análises dos melhores especialistas no assunto, tem potencial para bons desempenhos. Acontece que pessoas diferentes possuem visões e opiniões diferentes. E como todos também sabemos, o mercado não é um lugar 100% previsível; o que significa que o resultado obtido, ou seja, a rentabilidade dessas carteiras, nem sempre é o esperado. 

É exatamente por isso que toda análise feita pelos especialistas é datada e precisa ser constantemente refeita. O mercado está sempre mudando porque suas variáveis estão em constantes mudanças. Um exemplo claro desse dinamismo é o fato de serem divulgados e acompanharmos mensalmente os diversos indicadores econômicos. Assim como eles,  fatos e acontecimentos podem influenciar os desempenhos das empresas e setores da nossa economia.

Isso leva a todo mês corretoras alterarem ativos em suas carteiras recomendadas, o que faz sentido, concorda?

Não nego que a ideia de fazer esse post veio da página do Faria Lima Elevator, e seu humor irônico na medida. Aliás, é quase uma opinião unânime no mercado que as carteiras recomendadas semanais às vezes possuem alguns pontos contraditórios.

O próprio fato das recomendações serem citadas como “longo prazo” é uma delas. Além disso, vou tocar em um ponto agora que talvez você ainda não tenha notado. Alguns dos ativos que estão nessas carteiras, na verdade possuem recomendação de venda das corretoras. E te falo alguns exemplos, já atualizados com as carteiras de dezembro:

  • A BTG, por exemplo, recomenda compra para os papéis da B3 e Suzano, mas retirou da sua carteira mensal os ativos;
  • A Genial retirou Via Varejo e Petz, mas também possui recomendação de compra para eles;
  • O mesmo acontece com a terra e o papel do Iguatemi, e o BB e os papéis da Raia Drogasil e Tupy.

Você agora deve estar se perguntando, como confiar? Esse talvez seja o maior dilema acerca de tudo para os investidores.

O que eu posso afirmar é que ler as recomendações e suas respectivas teses é sempre positivo. Aliás, ler um relatório em que a recomendação é de compra, por exemplo, do ativo x, e outro que a recomendação é de venda, também do mesmo ativo x, pode te oferecer diferentes perspectivas sobre um mesmo assunto. Isso é ótimo. 

Seguindo nessa linha, é exatamente por isso que você não deve considerar apenas a opinião de um especialista ou de uma corretora. Não leve um ponto apenas como verdade absoluta. Leia e compare a tese de cada profissional.

Além disso, você compra – ou arrisco dizer que deveria – uma empresa considerando o longo prazo. É difícil pensar dessa maneira. Mais fácil falar do que mudar a mentalidade, eu sei. Mas independentemente se o teto de gastos será furado, por exemplo, a companhia y não irá perder seu valor. Confie nos fundamentos, e é com essa frase, simples, que eu fico por aqui.

Até sexta-feira!

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Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte