Nesta semana de Copa do Mundo até as ciclovias andam mais vazias em um dos principais centros financeiros da capital paulista. Há menos coletes sobre camisas sociais, bem como os sapatênis e patinetes vão rareando no cenário. Os farialimers vestiram a amarelinha e estão de olho nos jogos de futebol também. Curioso é que nesses tempos de Copa, além das novidades táticas do esporte, quem tiver um olhar atento capta muito mais coisa além das quatro linhas. “Afinal, não é só futebol” – diz a frase que caiu no gosto popular.
Escolher um país que tem zero tradição no futebol e que sequer possuía estádios para a competição já foi por demais comentado nos últimos tempos. Denúncias de vários operários mortos em acidentes também se espalharam pelos meios de comunicação de todo o mundo. Deixaram, parece que propositalmente, a questão dos usos e costumes para os dias que seguem.
Que o regime é mais fechado, duro, no Qatar todos já sabiam. Que as leis são (bem) diferentes daquelas a que estamos acostumados no ocidente idem idem nos mesmos termos. Que o maior evento do mundo precisaria se compatibilizar às leis locais também não é novidade. Logo, as seleções que participariam da Copa sabiam de tudo o que poderia vir pela frente e, claro, concordaram.
No dia de estreia da Alemanha – um dos mais importantes países na Copa –, jogadores resolveram desafiar a organização e, mesmo proibidos, protestaram. Ideia era usar a tarja de capitão com a inscrição “One Love”, em apoio à causa LGBT, que o anfitrião Qatar criminaliza. A FIFA, entidade maior do futebol no mundo, colocou panos quentes e anunciou uma penalidade previamente (tipo, cartão amarelo aos jogadores que entrassem com a faixa) para quem ousasse atropelar este regulamento.
A Alemanha, conhecedora do regime fechado do Qatar e que aceitou participar do evento mesmo assim, provocou um grande auê com seus jogadores tampando a boca na foto oficial. Mais que isso, Nancy Faeser, ministra do Interior e dos Esportes, apareceu na tribuna de honra com a tarja “One Love” no braço esquerdo. Dizer que desta forma a Alemanha conseguiu protagonizar uma atitude revolucionária, ou que foi “vítima” de repressão, não convence. Existiria muito mais impacto se, no dia do anúncio da escolha da sede – “bola cantada” por vários especialistas que acompanham o esporte bretão –, a seleção batesse o pé e firmasse posição de desistência de competir naquele país.
Na política acontece muito disso. Determinado projeto só pode ir a votação se houver quórum para tal. É muito comum partidos de oposição se acochambrar, colocar seus representantes em plenário para legitimar a votação e, na hora H, olhar para as câmeras e votar contra.
Inclusão deve ser tratada com firmeza, não dá para ser um simples artigo de ocasião.
SOCIAL
E já que o “S” do ESG está em pauta… o jogador Richarlyson Andrade (camisa 9 do Brasil), que fez um dos mais lindos gols de todas as Copas, contra a Sérvia, também tem notoriedade quando o assunto é o viés social. Fora de campo ele igualmente faz vários gols. É artilheiro de corpo e alma.
COMPATÍVEIS
Reponsabilidade fiscal e avanços sociais não são incompatíveis, em absoluto. A frase é de Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito que comanda a equipe de transição. Durante evento no Guarujá (litoral paulista), sábado último, ele que tem a fama de “gerentão”, deu um recado claro aos empresários e ao mercado: o ajuste fiscal do novo governo será permanente. A conferir.
FAZENDA
Uma das inquietações do mercado tem origem no nome (ou, na falta desse) do novo ministro da Fazenda. Daí um sobe-desce na Bolsa que, desde que Lula foi anunciado como eleito e até a última sexta-feira, acumula recuo de 4,86%. Nesse período, a B3 teve queda de 114.539 para 108.976 pontos.
Daí porque o esperado nome deve sair no curso desta semana: para a Fazenda e também para o Planejamento (que deverão ser desdobrados, como eram antes do atual governo).
SELO
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo realizou a segunda edição de 2022 do “Selo Paulista da Diversidade”. O evento reconheceu organizações que desenvolvem promoção e valorização da diversidade de gênero, raça, orientação sexual, com ações para pessoas imigrantes ou em situação de refúgio, pessoa idosa, pessoa com deficiência, portadores de HIV/Aids, entre outros grupos. No total, 36 organizações receberam o selo em categoria adesão.
A partir deste ano, organizações localizadas fora do Estado, mas que possuam ao menos uma filial em São Paulo, poderão inscrever projetos, pois entende-se que essas ações promovem a diversidade e beneficiam a população local. Na primeira edição de 2022, o selo foi concedido a 51 organizações por suas boas práticas em D&I. As inscrições estarão permanentemente abertas e podem ser feitas pelo link https://url.gratis/ruHS9L?source=qr. O selo tem validade de 24 meses e pode ser renovado.
NO AR
De dezembro próximo a março de 23, pelo menos 163,3 mil voos deverão permear os ceús do país. Previsão é da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que anunciou a chamada “malha da alta temporada”, com suas associadas: Gol, Latam, Abaeté, Voepass e Rima.
As companhias, somadas, estimam crescimento de 12,6% sobre igual período do ano passado.
NA TERRA
A retomada da economia mundial, valorização das commodities e aumento das exportações no cenário pós-pandêmico têm alavancado setores-chave da economia brasileira, como o da mineração. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), até o terceiro trimestre deste ano, o faturamento dessa indústria soma R$189 bilhões.
A entidade, otimista, prevê investimentos de US$ 38 bilhões até 2025 no setor. De olho no crescimento, empresas como a Krominox, produtora de tubos em aço inoxidável, seguem ampliando suas plantas, com a aquisição de novas indústrias e equipamentos, por exemplo.
“O aço inox se faz muito presente no setor da mineração em virtude da alta resistência à corrosão e grande durabilidade. Sentimos um forte aumento dessa demanda setorial específica nos últimos anos e, estrategicamente, estamos aportando capital para absorver essas necessidades”, diz Marcos Barbosa, CEO da Krominox.
EM SOLO
Durante encontro com investidores, em Nova York, a General Motors comentou a sua capacidade para produzir mais de 1 milhão de EVs por ano na América do Norte a partir de 2025, gerando margens positivas com os veículos elétricos através das eficiências proporcionadas pela plataforma Ultium de baterias.
A operação resulta de investimentos de 35 bilhões de dólares para desenvolver e lançar no mercado 30 novos elétricos e autônomos até 2025. A GM reafirma seu compromisso em liderar a eletrificação, dentro de sua visão de um futuro com zero acidente, zero emissão e zero congestionamento.
SEMANA RI
Começa nesta segunda, 28, a Semana do RI que será realizada até o dia 2 próximo (sexta-feira).
Confira a agenda completa em www.semanadori.com.br
SANEAMENTO
Mesmo em um país marcado pelo acúmulo de carências sociais, impressiona saber que cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada e que outros 100 milhões não são atendidos por coleta de esgoto. Trata-se de um problema que, para ser resolvido, exige grandes esforços de empresas e do setor público, envolvendo um amplo cardápio de soluções. Ou seja: sem uma estreita parceria entre os agentes da sociedade, atuando de forma colaborativa, dificilmente poderemos virar esta página.
E foi a partir da filosofia da colaboração que foi constituído o Fundo Catalisador 2030, destinado a financiar iniciativas ligadas ao ODS #6, que preconiza a garantia de disponibilidade e gestão sustentável de água potável e saneamento para todos. O Catalyst 2030 Brasil é parte de um projeto global que visa acelerar a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Na largada, os gestores do Fundo terão uma verba de R$ 200 mil, doada pela Ambev AMA, que será direcionada para projetos e ações colaborativas tocadas por organizações sociais. Veja notícia completa pelo link https://www.plurale.com.br/site/noticias-detalhes.php?cod=20397&codSecao=11&oMnu=especiais&sub=agua
RECICLAGEM
O mercado de reciclagem de embalagens PET cresceu em 2021, confirmando a característica de circularidade do material e a confiança de grandes usuários em contar com a embalagem como parte de suas ações de sustentabilidade. Isso aconteceu mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia e a histórica ausência de sistemas públicos de coleta seletiva, que limita o acesso da indústria de reciclagem às embalagens descartadas pelos consumidores.
De acordo com o 12º Censo da Reciclagem do PET no Brasil, 359 mil toneladas de embalagens PET pós-consumo receberam a destinação adequada, um crescimento de 15,4% sobre o volume registrado m 2019, último período em que o levantamento havia sido realizado pela Associação Brasileira da Indústria do PET (ABIPET). Naquele ano, 311 mil toneladas, ou 55% das embalagens PET descartadas foram recicladas.
TÊXTIL
Ainda sobre o 12º Censo da Reciclagem, o setor têxtil aparece em segundo lugar, com o consumo de 25% de todo o material reciclado, uma alta de dois pontos percentuais sobre o índice de 2019. As embalagens para sólidos (bandejinhas termoformadas) manteve o percentual já registrado em 2019 e fechou o ano passado com 17% do volume total de PET reciclado.
“A forte demanda pelo PET reciclado muitas vezes gera a falta de material no mercado. Isso provoca a alta do preço, que em alguns momentos chega a ser superior à resina virgem. Mesmo com essa diferença, o compromisso de grandes usuários com ações sustentáveis garante a compra e utilização do material reciclado”, explica o presidente executivo da ABIPET, Auri Marçon.
GOVERNANÇA
Reforçando a sua governança, pelo terceiro período consecutivo a Azimut Yachts é recertificada pelo órgão Registro Italiano Navale (RINA) com a ISO 9001:2015, uma norma internacional que certifica o funcionamento do sistema de gestão da qualidade, com o propósito de tornar os processos mais eficientes e garantir a qualidade com foco no cliente. O primeiro selo de qualidade foi concedido em 2015, quando o estaleiro foi o primeiro no Brasil a conquistar a chancela de qualidade internacional.
Qualidade dos produtos, serviços, modelo de gestão e atendimento ao público são alguns dos critérios que foram avaliados. Com o intuito de otimizar os recursos, o estaleiro italiano que opera no Brasil também acaba de investir na indústria 4.0. O projeto, que recebeu o nome de Minerva, deve reduzir em até 25% o tempo de entrega das embarcações e aumentar o mesmo índice em capacidade produtiva.