Os incêndios que atingem o interior do estado de São Paulo desde a última sexta-feira (23) já causaram um prejuízo estimado em R$ 1 bilhão ao setor agropecuário, de acordo com informações divulgadas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo nesta segunda-feira (26).  

O levantamento preliminar, realizado por 20 das 40 regionais da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), revela que 3.837 propriedades rurais foram atingidas pelas chamas em 144 municípios paulistas. 

A devastação causada pelo fogo afetou diversos segmentos do agronegócio, com destaque para a bovinocultura de corte e leite, a produção de cana-de-açúcar, fruticultura, extração de látex para a produção de borracha e apicultura.  

O desastre colocou 48 cidades da região em estado de alerta máximo para queimadas, com o número de focos de incêndio ultrapassando a marca de 2.300 em apenas três dias, segundo a Defesa Civil. Além disso, mais de 800 pessoas tiveram que deixar as casas e duas pessoas morreram. 

Medidas de apoio aos produtores rurais em resposta aos incêndios

Em resposta à crise, o governo estadual anunciou a liberação de R$ 110 milhões em recursos destinados aos produtores rurais afetados pelos incêndios. Desse valor, R$ 100 milhões serão direcionados à modalidade de seguro rural, visando mitigar os impactos econômicos causados pelo desastre.  

Os outros R$ 10 milhões serão disponibilizados para custeio emergencial, destinados a cobrir despesas imediatas relacionadas à manutenção e recuperação da produção agrícola.  

Os recursos serão liberados por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista, e os agricultores interessados deverão procurar a Casa da Agricultura de seus respectivos municípios para solicitar o crédito de emergência. 

Reação das autoridades e prisões 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), informou em entrevista à GloboNews que três indivíduos foram detidos nas cidades de São José do Rio Preto, Batatais e Porto Ferreira sob a acusação de provocarem incêndios criminosos.  

“São pessoas que portavam gasolina e estavam realmente ateando fogo de forma criminosa” declarou Freitas. Apesar disso, o governo estadual acredita que, até o momento, não há evidências de uma ação coordenada por parte dos incendiários. As investigações estão sendo conduzidas pela Polícia Civil e pela Polícia Federal. 

Porém, Wolnei Wolff, secretário Nacional de Proteção e da Defesa Civil, reforçou em uma coletiva de imprensa que 99,9% dos focos de incêndio no interior paulista foram originados por atividades humanas. 

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