A recuperação da economia de produção brasileira da pandemia do coronavírus 2019 (COVID-19) continuou em dezembro, com novos pedidos, aumento de produção pelo sétimo mês consecutivo e a continuidade das empresas em seus esforços de contratação, segundo dados do Markit Economics. Parte do impulso foi perdida no mês, conforme destacado pelas menores taxas de expansão, mas o crescimento permaneceu forte.
Os esforços para proteção contra escassez de insumos sustentaram um dos aumentos mais rápidos na quantidade de compras na história da pesquisa. No entanto, a escassez de matéria-prima causou uma severa deterioração no desempenho dos fornecedores; outra queda no estoque de insumos e um aumento acentuado nos custos.
O Índice Gerente de Compras™ (PMI®) do setor industrial da IHS Markit para o Brasil era de 61,5 em dezembro, indicando uma melhora na integridade do setor. O índice principal caiu de 64,0 em novembro, mas ainda é consistente com um crescimento acentuado. O resultado elevado refletiu grandes aumentos nas vendas, na produção e na taxa de emprego; e também um crescimento acentuado no índice de prazo de entrega do fornecedor.
As empresas aumentaram a produção como parte da tentativa de ampliar os inventários e também de atender à crescente demanda de novos negócios. O acréscimo na produção foi grande, mas o menor desde junho.
Novos pedidos de mercados domésticos e de exportação aumentaram. As vendas totais expandiram em um ritmo acelerado que, no entanto, foi o mais fraco em cinco meses, enquanto os pedidos internacionais cresceram na menor taxa no período atual de quatro meses de crescimento.
Ainda assim, a subida nas vendas continuou a ter um impacto positivo na contratação de pessoas. Os trabalhos na produção aumentaram pelo sexto mês consecutivo e em um ritmo sólido, porém, o crescimento foi o mais lento desde julho desse ano.
A compra de insumos progrediu ainda mais no final de 2020, levando o período de crescimento atual para seis meses. Além disso, o ritmo da expansão foi acentuado e mais rápido do que nunca antes mesmo do surto da COVID-19.
O índice de estoques de insumos reduziu drasticamente, com fabricantes relatando dificuldades contínuas na obtenção dos principais materiais. De fato, dezembro teve uma pressão maior nas cadeias de suprimentos, destacada pela terceira deterioração mais rápida do desempenho dos fornecedores na história da pesquisa.
Da mesma maneira, os estoques de bens finais diminuíram no final de 2020 à medida que as empresas utilizavam seus estoques para atender às necessidades da demanda.
O sentimento nos negócios permaneceu positivo em dezembro, com esperanças de que a pandemia da COVID-19 terminará e a disponibilidade de matéria-prima melhorará, aumentando o otimismo em relação à perspectiva de produção do próximo ano. A escassez de matéria-prima e um real brasileiro fraco foram relatados como fatores inerentes ao aumento adicional nos custos médios de insumos em dezembro.
Os fabricantes de produtos observaram que parte do aumento nas despesas era repassada aos clientes na forma de preços de venda mais elevados. Em ambos os casos, as taxas de inflação se atenuaram desde novembro, mas estiveram entre as mais acentuadas na história da pesquisa. Em outros casos, os dados indicaram contínuas pressões de capacidade entre fabricantes de produtos à medida que os negócios pendentes aumentaram de maneira acentuada.