💰 De olho na economia
Mau humor dos Investidores gera forte queda dos preços dos ativos
O mau humor prevaleceu nos mercados financeiros mundiais ontem. O impasse em torno da aprovação pelo Congresso do aumento do teto da dívida pública nos Estados Unidos que, segundo a Secretária do Tesouro, pode levar ao primeiro default da dívida do país e provocar uma recessão, os sinais de aumento das pressões inflacionárias ao redor do globo e a eminente falência da segunda maior incorporadora imobiliária da China que, para alguns analistas, poderá gerar uma crise no mercado de crédito similar à gerada pela falência do Lehman Brothers em 2008, foram alguns dos fatores que geraram o mau humor nos mercados financeiros mundiais.
Internamente, o aumento do risco fiscal devido a declarações de membros do governo de que o fim do Auxílio Emergencial vai deixar desassistidas cerca de 25 milhões de pessoas que não serão atendidas pelo novo Auxílio Brasil, e que a prorrogação do Auxílio Emergencial é, provavelmente, a única forma de evitar que isto ocorra, gerou preocupação no mercado. Como não existe espaço no teto do gasto, a menos de reduções substanciais em outras despesas, e a Constituição exige estado de calamidade pública ou convulsão social para que o programa seja financiado fora do teto, o que não é o caso neste momento, os investidores começam a se preocupar com a possibilidade de que o Auxílio Emergencial acabe sendo retirado do teto, tornando-o praticamente inefetivo.
🚝 Expresso Bolsa
Resumo do dia: 2º Pior resultado do ano…
O IBOV fechou a terça com uma queda significativa de 3,05% alcançando os 110,1k pontos. O temor internacional com relação à crescente inflação pressionada pela crise energética em diversos países causou fortes desconfianças nos investidores. Além disso, observamos o risco de paralisação nos EUA pelos possíveis cortes aos estímulos e ao aumento dos rendimentos dos títulos do tesouro americano. Assim, tivemos um forte recuo da Vale e bancos, enquanto os frigoríficos se destacaram entre os poucos do IBOV a fecharem em alta no dia.
Alupar (ALUP11): Retomando velhos planos!
• Velhos planos voltam a mesa. A empresa ganhou sinal verde do Ibama para tocar o desenvolvimento da linha TNE, parada a praticamente a 10 anos devido a questões de licenciamento relacionada a questão indígena. Vemos o evento como positivo à medida que já não considerávamos tal projeto em nossas estimativas para a empresa;
• Importância da Linha. A linha é um projeto que será tocado em parceria com a Eletronorte e seria responsável pela conexão do estado de Roraima com o sistema integrado nacional (SIN). Vale lembrar que o estado já passou por maus momentos no passado por não ter completado essa conexão e ficar dependente de energia da Venezuela e despacho de termoelétricas;
• Entendendo a TNE. A Alupar tem 51% do projeto (Eletronorte 49%). O projeto completo tem uma Receita Anual Permitida de R$ 395m e necessitará um investimento adicional de R$ 1,3b para sua conclusão. Vamos publicar uma nota com mais detalhes sobre o impacto da inserção de tal projeto no valuation da empresa.
🌎 Internacional e BDR
CEO da AMD diz que a crise de chips deve durar até final de 2022
• A CEO da AMD (AMD), Lisa Su, alertou que a escassez de chips semicondutores deve durar até o final do ano que vem. Ademais, Su alertou que pode-se esperar piora significativa durante o primeiro semestre de 2022. Lembramos que, durante a pandemia, a demanda por dispositivos eletrônicos aumentou acentuadamente, no entanto; os gargalos de logística causados pelas medidas restritivas diminuíram a capacidade de produção das fabricantes;
• Mesmo com a reabertura das economias, a demanda de chips continuou sólida, o que acabou impactando outros setores, como o de automóveis. Diversas fabricantes, como a General Motors (GM) e a Tesla (TSLA), anunciaram o fechamento de fábricas devido à falta de componentes eletrônicos. Diante da demanda elevada, os produtores de chips investiram no aumento da capacidade de produção, porém as novas fábricas ainda podem demorar meses para estarem operantes. Em geral, isso significa que a alta no preço dos carros ainda permanecerá alta por algum tempo.
📊 O que mais aconteceu no mercado
• Dia difícil (BIDI11, COMPRAR, TP R$ 100): Além do mercado muito fraco ontem, o Inter caiu 12% também em função de uma nota do Broadcast afirmando que pode realizar um provisionamento extraordinário. Até o segundo trimestre, a companhia vinha apresentando uma inadimplência controlada de 3,29%, abaixo de níveis pré-pandêmicos. A necessidade de provisões e inadimplência são sensíveis à tese, pois caso cresçam podem frear o forte crescimento da carteira, esperado para os próximos anos. Em comunicado ao mercado, o Inter negou que existam fundamentos para a nota;
• Está faltando peças (auto indústria, locadoras): O Grupo Stellantis (Fiat, Citroen, Peugeot e Chryster) vai colocar 14% dos empregados de suspensão temporária na fábrica de Betim (MG). O motivo é a escassez de insumos, o que faz que a produção seja reduzida. A empresa é uma das maiores fabricantes de carro no Brasil e mostra que esse cenário de redução de oferta de carros 0km dure um pouco mais que o previsto. A falta de insumos, junto com o dólar em patamares elevados, continua pressionando os preços dos carros novos;
• Incorporação das ações (IGTA3): A Iguatemi apresentou o resultado dos votos à distância sobre a deliberação da incorporação de ações da companhia pela Jereissati. Com participação de 50% do float a pauta teve aprovação de 60% dos votantes; um forte indicativo de que a proposta será aceita em assembleia no dia 1 de outubro;
• Prédio icônico na Faria Lima sob nova direção (FII): O fundo de investimentos imobiliário BLCA11 realizou a compra de 6 andares do prédio comercial do Pátio Victor Malzoni. Com um valor de R$ 365m a um custo de R$ 38.400/m2, a transação é uma aposta no mercado imobiliário pelos fundos BlueMacaw e Catuaí.