Quando falamos em sonho de longo prazo, a casa própria está em primeiro lugar na mente dos brasileiros.
Estamos num cenário de juros baixos, puxado pela redução da Selic (taxa básica de juros), o que tem levado a um aquecimento do mercado imobiliário. De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, em junho, os bancos financiaram R$ 9,27 bilhões, valor 29,9% maior em relação a maio e 52,8% superior se comparado com junho do ano passado.
No primeiro semestre do ano, foram vendidos 160 mil imóveis em todo o país. O volume é 24,4% superior ao comercializado em 2019 (Fonte: Abecip).
Os hábitos também mudaram em virtude da pandemia que estamos vivendo. Muitas pessoas estão mais tempo em casa por conta do isolamento social, buscando por espaços maiores e mais bem aproveitados. É possível perceber também uma migração para cidades do interior próximas à capital.
Diante do cenário atual qual a melhor opção, financiar a casa própria ou viver de aluguel?
Alguns pontos precisam ser levados em consideração para a tomada de decisão. E para facilitar o entendimento, fiz um levantamento de um financiamento de imóvel no valor de R$ 300 mil.
Valor do imóvel: R$ 300 mil
Valor da entrada (25% do valor do imóvel): R$ 75 mil
Prazo financiamento: 30 anos
Taxa de juros: 7% ao ano
Prestação inicial: R$ 1.937,50
Valor total pago ao final 30 anos: R$ 461.906,25
Valorização nominal esperada pelo imóvel: 4% ao ano (média calculada FipeZap)
Aluguel de um imóvel no valor de R$ 300 mil
Aluguel: R$ 1.500,00 (cálculo de aluguel entre 0.5% a 1.0% do valor do imóvel)
Investir o valor de R$ 75 mil, que seria utilizado na entrada, além de aportar mensalmente R$ 437,50 que é a diferença entre o valor da prestação menos o valor do aluguel, irá totalizar ao final de 30 anos R$ 975.751,16. Vale lembrar que no sistema de amortização SAC os valores são decrescentes.
Levando em consideração todas as informações acima, ao final de 30 anos você conseguirá um retorno melhor deixando o valor aplicado e vivendo de aluguel. Contudo, outros fatores precisam ser levados em consideração. Principalmente o fator emocional. Para muitas pessoas ter a casa própria é sinônimo de segurança. Independe da crise que vier, você terá um teto para morar. Além da capacidade de valorização no longo prazo, pois sempre vai existir demanda por imóveis, seja para moradia ou para investimento. E sem falar que é uma das melhores formas de proteção de patrimônio para enfrentar períodos de inflação e de incertezas.
Agora cabe a você, querido leitor, tomar a melhor decisão. E a melhor decisão é sempre muito pessoal.
Até mais!