A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 0,41% em abril; percentual inferior ao apurado no mês anterior, quando variara 2,37%. Com este resultado, o índice acumula alta de 6,44% no ano e 13,53% em 12 meses. Em abril de 2021, o índice havia subido 2,22% e acumulava elevação de 33,46% em 12 meses.

‘A desaceleração dos preços do Diesel (de 16,86% para 6,87%) e da gasolina (de 12,69% para 5,36%), além da queda registrada nos preços da soja (de 3,48% para -8,02%), do milho (de 1,49% para -9,82%) e do minério de ferro (de 2,82% para -3,90%) foram fundamentais para o forte recuo da taxa do IPA, cuja variação passou de 2,80% para 0,19%. Já a inflação ao consumidor, que passou de 1,35% para 1,08%, desacelerou principalmente graças a contribuição da energia elétrica (de 1,60% para -6,78%). A gasolina (de 5,08% para 3,19%), que subiu menos entre março e abril; também contribuiu para o arrefecimento do IPC’, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.

Dentre os indicadores, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,19% em abril. No mês anterior, o índice havia apresentado alta de 2,80%. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 3,64% em março para 2,01% em abril. O principal responsável por este recuo foram os alimentos processados, cuja taxa passou de 4,03% para 1,84%. O índice de Bens Finais (ex), que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 1,59% em abril, contra 2,14% em março.

A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 3,19% em março para 1,80% em abril. O principal responsável por este recuo foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 12,90% para 3,17%. O índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão de combustíveis e lubrificantes para a produção; subiu 1,53% em abril, após alta de 1,45% no mês anterior.

O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 2,96% em abril, após alta de 1,73% em março. Contribuíram para este movimento os seguintes itens: soja em grão (3,48% para -8,02%), minério de ferro (2,82% para -3,90%) e milho em grão (1,49% para -9,82%). Em sentido oposto, vale citar, leite in natura (3,60% para 10,20%), café em grão (-10,76% para -5,01%) e aves (6,95% para 10,11%).

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 1,08% em abril, contra 1,35% em março. Três das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Habitação (1,23% para -0,69%), Alimentação (1,99% para 1,58%) e Transportes (2,51% para 2,13%). Nestas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (1,60% para -6,78%), hortaliças e legumes (14,79% para 9,10%) e gasolina (5,08% para 3,19%).

Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,67% para 2,51%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,29% para 1,14%), Despesas Diversas (0,39% para 0,70%), Vestuário (1,04% para 1,26%) e Comunicação (-0,11% para -0,02%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: passagem aérea (3,26% para 14,38%); medicamentos em geral (0,19% para 4,12%), serviços bancários (0,41% para 1,07%), roupas (1,17% para 1,29%) e tarifa de telefone residencial (-0,83% para 1,12%).

Núcleo do IPC e Índice de Difusão

O núcleo do IPC registrou taxa de 0,93% em abril, ante 0,80% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 26 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 17 apresentaram taxas abaixo de 0,33%, linha de corte inferior, e 9 registraram variações acima de 2,24%, linha de corte superior. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 77,74%, 1,29 ponto percentual abaixo do registrado em março, quando o índice foi de 79,03%.

Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,95% em abril, ante 0,86% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de março para abril: Materiais e Equipamentos (0,50% para 1,79%), Serviços (0,70% para 0,84%) e Mão de Obra (1,21% para 0,21%).

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