Nesta quinta-feira (11), o mercado financeiro local monitora a agenda econômica do dia, mas sem grandes expectativas para o que está previsto. A reação mesmo é sobre os dados de inflação do Brasil (IPCA) e EUA (CPI), divulgados ontem, que servem como termômetro para saber o que se tornará a Selic (taxa básica de juros), assim como o rumo do ciclo do corte de juros norte-americano.

O presidente do Banco Central (BC) brasileiro, Campos Neto, reconheceu ontem que o CPI americano “foi ruim” e que a esperança de o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) derrubar o juro em junho ficou esvaziada.

Ele ressaltou, porém, que não há relação mecânica entre o cenário dos juros lá e aqui. Disse que não dá para dizer que a mudança no cenário externo vai afetar decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC em maio.

Mas o mercado sabe que não é maio que está em jogo, mas junho, depois de o BC ter tirado o plural do forward guidance. A chance de Selic terminal ficar acima de 9% está no radar, depois dos dados de ontem.

O Ibovespa (IBOV), principal índice acionário da B3, a Bolsa brasileira, encerrou a última quarta-feira (10) em queda de 1,41%, aos 128,050 pontos.

 

No calendário econômico completo desta quinta-feira (11), no Brasil, estão:

–   9:00 – o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa a pesquisa mensal de comércio;
–  14:30 – o Banco Central apresenta o índice commodities Brasil de março e o fluxo cambial da semana.

 

Confira outros fatores que movimentam o IBOV nesta quinta-feira (11):

 

Reação a alteração do arcabouço fiscal

Choveram críticas entre os profissionais de mercado ao dispositivo aprovado pela Câmara que altera o arcabouço fiscal e antecipa a autorização para o governo gastar até R$ 15,7 bilhões a mais este ano.

O texto segue para o Senado, onde deve enfrentar resistência. O Broadcast apurou que a manobra foi articulada pela Casa Civil de Rui Costa e que, apesar de a Fazenda ter atuado para uma contenção de danos, deu o seu aval.

A equipe econômica teria trabalhado para evitar outras mudanças no arcabouço, na tentativa de garantir a integridade da nova regra fiscal. Mesmo tendo conseguido colocar alguns limites, a flexibilização pegou mal.

“Grande parte do mercado já tinha esses R$ 15,7 bilhões na conta, mas ninguém esperava uma estratégia para obtê-los a qualquer custo, mudando, diretamente, a regra do arcabouço”, disse o economista Jeferson Bittencourt (ASA).

“Esperava-se que o governo tivesse que fazer algum esforço adicional de busca de receita ou de contenção de gastos, para ter acesso a este espaço, que é permanente”, observou ele, que já foi secretário do Tesouro.

Na mesma linha, a XP Investimentos contestou a pressa do governo em mudar as regras do jogo para abrir a porta dos cofres.

“O nome do arcabouço é regime fiscal sustentável, ou seja, uma regra que se pretende ser de longo prazo. Mas, na primeira restrição que essa regra impõe, a gente vai e muda. É uma mensagem muito ruim”, disse Tiago Sbardelotto.

As informações são do site Bom Dia Mercado.

 

Petrobras (PETR3)(PETR4)

 

“A tendência é pagar os dividendos extraordinários antes do que se previa. É óbvio que interessa para o próprio governo, que fica com uma parte”, afirmou o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, sobre a Petrobras (PETR3)(PETR4).

O comentário deixa muito claro que a incerteza agora não é se os proventos serão liberados, mas quanto (50% ou 100%), o que pode ser definido na reunião do conselho de administração na próxima semana (dia 19).

Segundo Wagner, o governo foi convencido de que pode remunerar os investidores sem prejudicar o plano de investimentos da estatal e a solução para os dividendos teve papel relevante contra a fritura de Jean Paul Prates.

Nos últimos dias, o presidente da Petrobras amealhou o apoio de Fernando Haddad e Rodrigo Pacheco e, pelo menos por enquanto, a tendência é de que seja mantido por Lula no comando da empresa, depois de ter estado no fio da navalha.

As informações são do site Bom Dia Mercado.

 

No exterior…

EUA

Na agenda econômica dos Estados Unidos nesta quinta-feira (11), estão:

–   9:30 – Volume de pedidos de auxílio-desemprego da semana;
–   9:30 – índice de preços ao produtor de março.

 

Zona do Euro

Agenda:

–  9:15 – Decisão sobre a política monetária (juros).

 

China

CPI – A inflação ao consumidor (CPI) da China desacelerou de 0,7% em fevereiro para 0,1% na comparação anual de março, abaixo da previsão de 0,4%.

PPI – Os preços ao produtor (PPI) tiveram deflação de 2,8%, em linha com o esperado.

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