Nesta quinta-feira (11), o mercado financeiro local reage aos dados de inflação no Brasil (IPCA) e nos EUA (CPI), divulgados na véspera, e que servem como termômetro para saber a que nível vai a Selic (taxa básica de juros), assim como o rumo do ciclo do corte de juros norte-americano.
O presidente do Banco Central (BC) brasileiro, Roberto Campos Neto, reconheceu ontem que o CPI americano “foi ruim” e que a esperança de o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) derrubar os juros em junho foi esvaziada.
RCN ressaltou, porém, que não existe relação mecânica entre o cenário dos juros lá e aqui. Disse não ser possível dizer que a mudança no cenário externo vai afetar decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em maio.
Mas o mercado financeiro aguarda mesmo não o que vai ser feito em maio, mas em junho, depois de o BC ter tirado o plural do forward guidance. A chance da Selic terminal ficar acima de 9,00% está no radar.
ATUALIZAÇÕES:
– 10:08: Ibovespa: -0,18%, aos 127.826,58 pontos.
O Ibovespa (IBOV), principal índice acionário da B3, a Bolsa brasileira, encerrou a última quarta-feira (10) em queda de 1,41%, aos 128,050 pontos.
Na agenda econômica desta quinta-feira (11), no Brasil, estão:
– 9:00 – o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa a pesquisa mensal de comércio;
– 14:30 – o Banco Central (BC) apresenta o índice commodities Brasil de março e o fluxo cambial da semana.
Confira outros fatores que movimentam o IBOV nesta quinta-feira (11):
Reação a alteração do arcabouço fiscal
i. Choveram críticas entre os profissionais do mercado financeiro ao dispositivo aprovado pela Câmara dos Deputados que altera o arcabouço fiscal e antecipa a autorização para o governo gastar até R$ 15,70 bilhões a mais neste ano.
O texto segue para o Senado Federal, onde deve enfrentar resistência.
ii. O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que a manobra foi articulada pelo Ministério da Casa Civil, de Rui Costa (PT-BA), e que, apesar de o Ministério da Fazenda, de Fernando Haddad (PT-SP), ter atuado para uma contenção de danos, deu o seu aval.
A equipe econômica teria trabalhado para evitar outras mudanças no arcabouço fiscal, na tentativa de garantir a integridade da nova regra. Mesmo após ter conseguido colocar alguns limites, a flexibilização pegou mal.
iii. “Grande parte do mercado já tinha esses R$ 15,70 bilhões na conta, mas ninguém esperava uma estratégia para obtê-los a qualquer custo”, disse o economista Jeferson Bittencourt, de ASA Investments.
“Esperava-se que o governo tivesse que fazer algum esforço adicional de busca de receita ou de contenção de gastos, para ter acesso a este espaço”, observou ele, que já foi secretário do Tesouro Nacional.
Na mesma linha, a XP Investimentos contestou a pressa do governo federal em mudar as regras do jogo para abrir a porta dos cofres e relembra que o marco se chama “regime fiscal sustentável, ou seja, uma regra que se pretende ser de longo prazo. Mas, na primeira restrição que essa regra impõe, a gente vai e muda”.
“Foi uma mensagem muito ruim”, disse Tiago Sbardelotto.
As informações são do site Bom Dia Mercado.
Petrobras (PETR3)(PETR4)
Jaques Wagner, líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado Federal, afirmou que, na Petrobras (PETR3)(PETR4), existe uma tendência de “pagar os dividendos extraordinários antes do que se previa”.
O político ressaltou que a distribuição, obviamente, “interessa para o próprio governo, que fica com uma parte”.
As incertezas não são se os proventos serão liberados, mas referem-se a quanto (50% ou 100%), o que pode ser definido na reunião do conselho de administração na próxima semana.
De acordo com Wagner, o governo foi convencido de que pode remunerar os investidores sem prejudicar o plano de investimentos da estatal e a solução para os dividendos desempenhou papel relevante contra a fritura de Jean Paul Prates.
Nos últimos dias, o presidente da Petrobras (PETR3)(PETR4) amealhou o apoio de Fernando Haddad e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal, e, pelo menos por enquanto, existe uma tendência de que seja mantido pelo presidente da República à frente da estatal.
As informações são do site Bom Dia Mercado.
No exterior…
EUA
Na agenda econômica dos Estados Unidos da América (EUA) nesta quinta-feira (11), estão:
– 9:30 – volume de pedidos de auxílio-desemprego da semana;
– 9:30 – índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de março.
Em março, o índice de preços ao produtor nos EUA aumentou 0,2% em relação ao mês anterior, abaixo da estimativa de 0,3%. Em comparação com o ano anterior, o aumento foi de 2,1%, levemente abaixo da expectativa de 2,2%.
Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA foram de 211.000 na semana encerrada em 6 de abril, abaixo da estimativa de 215.000.
Zona do Euro
Agenda:
– 9:15 – decisão sobre a política monetária (juros).
No mês de abril, o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas de depósito, refinanciamento e marginal de empréstimo inalteradas, todas em 4%, 4,5% e 4,75%, respectivamente.
Ásia
China
CPI – A inflação ao consumidor (CPI) da China desacelerou de 0,70% em fevereiro para 0,10% na comparação anual de março, abaixo da previsão de 0,40%.
PPI – Os preços ao produtor (PPI) registraram deflação de 2,80%, em linha com o esperado.