Na sessão anterior
Na última terça-feira, 27 de agosto, o Ibovespa (IBOV) atingiu o recorde histórico de 137.212,64 pontos na sua máxima do dia, mas encerrou em queda de 0,08% aos 136.775,91 pontos.
Fabio Murad, sócio da Ipê Investimentos, avalia que o cenário macroeconômico favorável, com dados positivos de crescimento econômico e números que demonstram uma inflação controlada são alguns dos principais fatores que contribuem para essas recentes altas.
Rumores de um possível aumento da taxa Selic em setembro ganharam força após Gabriel Galípolo, diretor do Banco Central (BC), afirmar que “todas as alternativas estão na mesa.”
Já o cenário externo também anima o mercado doméstico, após Jerome Powell confirmar um corte de juros pelo Federal Reserve para setembro.
Brasil
Nesta quarta-feira (28), o mercado financeiro local observa os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) de julho, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Assim como, o relatório mensal da dívida pública, informado pelo Tesouro Nacional, e o fluxo cambial da semana pelo Banco Central (BC).
Além disso, a palestra de Campos Neto em evento do Santander, às 10:00, entra em foco, diante das expectativas para a Selic, após o IPCA-15 de agosto (+0,19) não ter conseguido gerar um consenso sobre as chances de manutenção da taxa básica.
Quais as chances de corte na Selic?
O presidente do BC indicou que um aumento da Selic não está decidido e que o balanço de riscos assimétrico não deve ser interpretado como um forward guidance. O diretor Diogo Guillen expressou desconforto com a leitura do mercado, enquanto Galípolo evitou mencionar a alta da Selic após advertências.
A expectativa para o Comitê de Política Monetária (Copom) pode mudar com o resultado do payroll dos EUA na primeira sexta-feira (9) de setembro.
Isso porque, dados fracos de emprego podem aumentar o risco de recessão e levar a uma postura mais agressiva do Federal Reserve.
O UBS alerta para um risco de recessão nos EUA de 25%, e Cedric Chehab da BMI destaca que uma recessão poderia afastar investidores de mercados emergentes, pressionar o dólar e desvalorizar as moedas desses países.
Revisão de gastos
O Ministério do Planejamento convocou uma coletiva para às 11:00, afim de detalhar medidas de revisão de gastos.
Tais medidas serão apresentadas antes da divulgação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), previsto para esta semana.
Contaminação inflacionária?
Durante a conferência do Santander ontem, o ministro Fernando Haddad (PT) afirmou não ver contaminação inflacionária do mercado de trabalho aquecido.
Nesse sentido, Haddad destacou que o emprego está em alta, enquanto os núcleos de inflação cedem.
Ele sugeriu que o PIB pode superar a projeção de 2,5%, com alguns bancos esperando crescimento acima de 3%.
Além disso, o ministro da Fazenda reiterou o compromisso com a meta fiscal e destacou que a melhora nas contas públicas permitirá um cenário mais favorável.
Ele comentou ainda que o orçamento de 2025 será equilibrado, diferente da peça de 2023. Lula pode anunciar em breve o novo presidente do BC.
No Senado, Jaques Wagner (PT) disse que a sabatina do sucessor de Campos Neto deve ocorrer em setembro, mas Vanderlan Cardoso (PSD) descartou o período.
Bráulio Borges é cotado para uma vaga na diretoria do BC. Haddad elogiou Borges em eventos recentes.
EUA
Nesta quarta-feira (28), o mercado norte-americano estará atento a participação de Raphael Bostic, dirigente do Federal Reserve (Fed), em evento à noite.
No cenário de expectativas, investidores buscam pistas de como será o ciclo de cortes na taxa de juros do EUA.
Ainda nesta semana…
Quinta-feira (29):
Destaque para a divulgação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), da sondagem do comércio e de serviços de agosto, e, por fim, da nota do Banco Central (BC) sobre política monetária.
Nos EUA, sai o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre e os pedidos de auxílio-desemprego, enquanto, na Alemanha, o foco se volta para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de agosto.
Sexta-feira (30):
O Banco Central publica uma nota sobre a política fiscal e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa a PNAD Contínua.
No exterior, destaque para a taxa de desemprego na Alemanha e na Zona do Euro, região que divulga seu Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de agosto.
Além disso, os dados de gastos e rendimentos pessoais nos EUA.
A China, por sua vez, divulga o PMI (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) Composto de julho.