Mercado norte-americano e chinês apresentam queda nos indicadores
Na última semana, o Ibovespa novamente destoou do resto do mundo, com as apostas aumentando o corte nos juros mais cedo do que o esperado pelo mercado após IGP-DI e IPCA mais ameno.
Por outro lado, a queda forte das exportações chinesas pesou nos mercados. No entanto, isso mostrou que as pressões inflacionárias serão menores dado ao arrefecimento do consumo mundial.
Na Europa, o Produto Interno Bruto (PIB) do 1T23 caiu 0,1%, perante a expectativa de estabilidade. Na comparação anual, acumulou 1% de alta, com o consenso em 1,2%. Enquanto na China, as exportações caíram 7,5% na comparação anual, contra -0,4% esperado, mostrando que o mundo está desacelerando.
Apesar disso, as importações retraíram menos do que o esperado e a inflação no varejo recuou 0,2% em maio, acima da expectativa de -0,1%.
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Cenário Local
No Brasil, o IGP-DI recuou 2,23% em maio, acima das expectativas de -1,9% e acumulando -5,49% em 12 meses. Além disso, o IPCA de maio subiu 0,23%, abaixo das expectativas de +0,30% e acumulando +3,94% em 12 meses. A deflação de transporte e artigos de residência foram os principais contribuidores do arrefecimento do indicador.
O Ibovespa encerrou a semana em alta de 3,96% aos 117.019 pontos. A semana curta, com feriado na última quinta-feira, teve como destaque a agenda macro, com indicadores de crescimento e inflação favorecendo ativos relacionados ao ciclo econômico.
O IPCA de maio, trazendo uma percepção de redução da pressão inflacionária, acabou contribuindo para melhorar as projeções de cortes na taxa Selic, prevista para agosto.
No radar corporativo, o cenário de menor pressão inflacionária, beneficiou ativos mais sensíveis a economia local, entre os destaques vemos: Gol (GOLL4) com alta de mais 15%, houve uma elevação de recomendação por bancos internacionais, em meio a perspectiva de crescimento da demanda; CVC (CVCB3) grande destaque da semana com alta de 26,9%, com provável follow on no valor de R$ 200 milhões.
Na ponta negativa, destaque para Suzano (SUZB3) com cenário pessimista frente a menor demanda por celulose.
Fluxo Estrangeiro
O fluxo estrangeiro para a bolsa no mês de junho (até 07/06), está positivo em R$1,062 bilhões, no ano o fluxo é positivo em R$7,94 bi.
Comentário Técnico por Gilberto Coelho Jr.
O IBOV está em tendência de alta pelas médias de 21 e 200 dias e acima dos 117.605 deve testar projeções entre 118.350 ou 128.900. O sinal de alta perderia efeito com um fechamento abaixo dos 115.480 que junto ao IFR em sobrecompra alertaria para realizações mirando 111.500 ou 108.000.
O SP500 está em tendência de alta pelas médias de 21 e 200 dias e segue renovando máximas anteriores. Acima dos 4.325 projetaria teste dos 4.500 ou 4.650. O sinal de alta perderia força com um fechamento abaixo dos 4.257 mirando suportes em 4.200 ou 4.045. O IFR perto de sobrecompra deixa um alerta para possível realização.
O DOLN23 está em tendência de baixa pelas médias de 21 e 200 dias e a perda do fundo em 4.916 favorece teste das projeções em 4.760 ou 4.600 por Fibonacci. O sinal de baixa perderia efeito com um fechamento acima dos 4.950 mirando repique nos 5.001 ou 5.156.
Juros
Os juros futuros recuaram em toda extensão com mercado precificando cada vez mais cortes na Selic, após o IPCA mais ameno de maio.
Commodities e Câmbio
O Real se apreciou frente ao dólar com a moeda norte-americana enfraquecendo perante as principais moedas globais.
O barril de petróleo recuou na semana, apesar do corte na produção da Arábia Saudita, já as commodities metálicas tiveram altas puxadas pelo minério de ferro.
Leia também: Índice Ibovespa vai se estabilizar na casa dos 110 mil pontos?
Renda Fixa
As taxas na renda fixa seguem recuando com queda nas perspectivas de inflação e precificação de recuo na Selic ainda este ano.
Perspectivas para a semana
A semana terá importantes decisões de juros pelo mundo, nos EUA, Japão e Europa, além do varejo e indústria na China. No mercado local, teremos o IGP-10 e dados do varejo e setor de serviços, além de participações em eventos de Roberto Campos Neto, Simone Tebet e Aloizio Mercadante.
No mais, Senado vota o arcabouço fiscal e a câmara começa as tramitações da reforma tributária.
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