O Ibovespa encerrou esta quarta-feira (12) com uma queda de 1,69%, fechando aos 124.380,21 pontos. Após dois dias de alta, o principal índice da bolsa brasileira enfrentou um dia de instabilidade, com movimentações entre 126.512,74 e 124.115,91 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 55,8 bilhões, indicando um acompanhamento atento dos investidores às condições econômicas atuais.
Pressão Externa e Resultados de Indicadores
O mercado estava especialmente atento ao Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que mostrou um aumento de 0,5% em janeiro em comparação a dezembro. Este número surpreendeu analistas que projetavam uma alta de apenas 0,3%. Segundo Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, essa divulgação torna mais difícil visualizar cortes nas taxas de juros pelo Fed em um futuro próximo, transferindo a expectativa para dezembro. “O mercado agora precifica uma menor probabilidade de cortes em setembro”, afirma Igliori, refletindo a tensão também sobre o cenário inflacionário nos EUA e a influência do tarifaço de Donald Trump.
Destaques do Ibovespa: Alta e Baixas
Entre as ações que se destacaram positivamente, o Carrefour (CRFB3) liderou as altas, com crescimento de 2,68% a R$ 7,29, após anunciar um acordo de reestruturação. No mês, suas ações já acumulam alta de 17,77% e de 34,25% no ano.
As ações da Vamos (VAMO3) e da Tim (TIMS3) também se destacaram, com alta de 2,42% e 2,19%, respectivamente. Especialmente a Tim, que após divulgar seu balanço do quarto trimestre, viu suas ações subirem significativamente, acumulando 19,48% de valorização no ano.
Por outro lado, o dia não foi favorável para algumas empresas. A Hapvida (HAPV3) registrou a maior queda do índice, com desvalorização de 7,17%. A CSN Mineração (CMIN3) e a CVC (CVCB3) também estiveram entre os destaques negativos, com quedas de 5,83% e 5,67%, respectivamente, refletindo um ambiente econômico cauteloso.
O Impacto das Tarifas de Trump
O clima econômico é ainda mais agravado pela guerra comercial entre EUA e China, cujas tarifas impostas por Donald Trump estão afetando diretamente o Brasil, apesar de não ser o alvo principal. O Brasil, como segundo maior fornecedor de aço ao mercado americano, já começa a sentir os efeitos das novas tarifas de 25% sobre aço e alumínio. Especialistas indicam que isso pode tornar os produtos brasileiros menos competitivos no comércio americano.
Embora empresas como Gerdau (GGBR4) sejam vistas como beneficiadas devido às suas operações nos EUA, a CSN (CSNA3) e a Usiminas (USIM5) podem sofrer com as novas imposições. A falta de autossuficiência na produção de aço laminado no Brasil é um fator preocupante diante das novas regras de importação.
Conclusão
O cenário atual demanda atenção redobrada dos investidores. O clima de instabilidade afetado por fatores externos, como as tarifas de Trump e os resultados econômicos dos EUA, podem impactar diretamente as ações brasileiras. Para se manter informado sobre movimentações do mercado e oportunidades, recomendamos explorar as análises e as carteiras recomendadas no Clube Acionista, onde você encontra recomendações sobre ações, FIIs, BDRs e muito mais.