O Ibovespa teve um encerramento tumultuado na última sexta-feira (31), caindo 0,61% e fechando em 126.134,94 pontos. Este recuo ocorreu mesmo após um mês de recuperação no índice, que avançou 4,86% em janeiro, seu primeiro crescimento mensal desde agosto de 2024. O volume negociado no dia foi de R$ 21,6 bilhões, indicando um mercado ativo, mas marcado por volatilidade.

Influências do cenário internacional e notícias de tarifas

Muito do movimento no pregão de sexta foi impulsionado por declarações da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que anunciou que tarifas de 25% sobre importações do México e Canadá e de 10% sobre a China começarão a valer a partir do dia 1º de fevereiro. A confirmação dessas tarifas causou um impacto negativo imediado nos mercados, fazendo com que o Ibovespa recuasse progressivamente, após ter iniciado o dia em alta.

No caso das empresas de grande peso na B3, a ação da Petrobras (PETR3 e PETR4) se destacou positivamente, com altas de 0,68% e 0,80%, respectivamente. A companhia divulgou um reajuste no preço do diesel, que subirá R$ 0,22 a partir de sábado, representando uma correção após 401 dias sem aumentos, com uma defasagem de 17% em relação aos preços internacionais. Este movimento deve trazer fôlego para a concorrência e melhora na rentabilidade da companhia.

Setores em alta e em baixa

Por outro lado, a mineradora Vale (VALE3) viu suas ações caírem 1,56% após um aumento de quase 4% no dia anterior, refletindo a falta de referências de preço do minério na China, que estava em feriado de Ano Novo Lunar. As mineradoras, assim, enfrentam um ambiente instável em suas operações, exacerbado por uma volatilidade nas commoditys.

Em contraposição às ações de alta, a Vibra (VBBR3) liderou as perdas no índice, com uma queda de 5,07%, após o Goldman Sachs rebaixar suas recomendações para neutro, citando uma revisão nas estimativas para 2025. As ações da RD Saúde (RADL3) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) também enfrentaram perdas significativas, de 4,35% e 4,09%, respectivamente.

Expectativas para o futuro

O fluxo de capital estrangeiro está atraindo atenção considerável, com muitos investidores internacionais voltando seu olhar para a bolsa brasileira, impulsionados pela alta taxa de juros em relação a outros mercados. Essa dinâmica sugere um apetite crescente por ativos de renda variável, ainda que cauteloso.

As próximas semanas trarão um ciclo de divulgação de resultados financeiros de grandes empresas, como Itaú e Bradesco. Espera-se que esses números possam afetar o desempenho do Ibovespa, que assim como a economia geral, está em um momento crucial de recuperação, embora sob a sombra de incertezas fiscais e de política monetária.

Para os investidores, as análises apontam que é necessário ter cautela em setores expostos à volatilidade de juros e câmbio. Empresas de energia elétrica e grandes bancos surgem como opções mais seguras neste contexto. Ao mesmo tempo, setores como varejo e companhias menores devem ser monitorados, considerando a pressão que a alta nos juros pode representar para esses ativos.

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