Caro Investidor!

Ainda falando no cenário desafiador neste início de ano e dando continuidade à conversa sobre a Renda Fixa de sexta-feira (10) – o link é esse aqui –  trago uma projeção bem acima do que vínhamos publicando no Acionista sobre taxa de juros. O time do Itaú BBA fala que a  curva de juros prefixados embute um cenário no qual a Selic chega a 16,5% a.a. na segunda metade deste ano, e só a partir de 2026 começaria um ciclo gradual de queda, chegando em torno de cedendo gradualmente a partir de 2026 para níveis próximos a 14,5% a.a. (atualmente está em 12,25%). Pasmem! 

Conforme os analistas, para o investidor, as principais conclusões até esse momento são duas: 

1.Nos próximos meses, ainda serão observadas rentabilidades muito atrativas para títulos atrelados à taxa de juros, seja em termos nominais como também relativo à inflação do período, o que torna estes instrumentos a melhor escolha para navegar o curto prazo

2. Títulos atrelados à inflação (IPCA+) e títulos prefixados embutem cenário desafiador no qual inflação e juros estabilizam em patamares muito acima dos níveis de equilíbrio (3,5% a.a. para inflação e 9,0% para Selic) esperados pelo consenso de economistas, o que indica elevado prêmio de risco oferecido aos investidores que estejam dispostos a alocar nestes instrumentos. 

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Na opinião dos analistas do Itaú BBA, neste cenário, o investidor pode se posicionar da seguintes maneiras:

  • Manter alocação em créditos privados isentos, se beneficiando de taxas ainda atrativas.
  • Manter alocação em títulos atrelados à taxa de juros. Esta parcela será capaz de amortecer a volatilidade dos próximos meses, propiciar liquidez para aproveitar futuras oportunidades e continuar apresentando elevada rentabilidade.
  • Manter alocação em títulos prefixados com prazo médio ao redor de 2 ou 3 anos. Esta parcela já embute cenário de taxa Selic acima de 16% a.a. no próximo ano e inflação superando consistentemente o teto da meta de inflação no período, podendo ainda se beneficiar de cenário mais brando de inflação nos próximos trimestres. 
  • Manter alocação em títulos indexados à inflação (IPCA+) de prazos médios superiores a 5 anos. Enquanto os pós-fixados devam apresentar rentabilidades acima da inflação nos próximos meses, não projetamos que este cenário se mantenha em horizontes mais longos. Assim, esta parcela possui a função de garantir elevados retornos reais ao portfólio no médio/longo prazo. 

De acordo com Cristian Pelizza, economista-chefe da Nippur Finance, títulos pós-fixados para alocações de curto prazo tendem a entregar um retorno bastante significativo, inclusive por causa da Taxa Selic. 

“Quando olhamos para horizontes mais longos, o estresse que se causou na curva de juros está trazendo uma oportunidade de entrada boa para os prefixados e inflação. É uma oportunidade que vai se materializar em ganhos se a situação da economia brasileira se estabilizar”, comenta Pelizza.

O economista exemplifica da seguinte forma: “se o investidor  imaginar hoje que tem uma expectativa na curva de uma inflação implícita de 7% para os próximos 5/6 anos (Se isso realmente não acontecer e a gente ficar dentro da met), significa que o investidor está tendo um prêmio bem alto na compra de um prefixado longo para um cenário como esse. Então a minha visão particular é que todas as classes da renda fixa estão tendo um atrativo”. 

Já o IPCA+, segundo Pelizza, traz uma proteção de poder de compra caso as coisas deem errado. “O prefixado vai andar muito bem se as coisas melhorarem. O CDI é um benchmark difícil para o Brasil e ele vai estar bastante estressado ao longo deste ano. Então acredito que dado o horizonte de tempo, é possível construir uma carteira bem diversificada e com uma boa dose de cada uma das classes da renda fixa. É um momento realmente bom para a renda fixa”, comenta.

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Para Alex Falararo, CGA, estrategista de Investimentos do PagBank*, “independente de a taxa terminal no ano ser 15% ou 16%, os ativos pós fixados têm destaque para o curto e médio prazo, já os prefixados e os de inflação podem ainda sofrer com as aberturas de juros, mas não descartamos oportunidades, principalmente em títulos de inflação.”

(*)Disclaimer obrigatório: “As opiniões emitidas são de responsabilidade exclusiva do analista certificado. O PagBank não tem qualquer responsabilidade por tais opiniões.”

(Colaborou na produção: Márcia Sobotyk)