O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou na quinta-feira, 12, o primeiro conjunto de medidas econômicas do novo governo com foco na redução do déficit fiscal em 2023.

A maioria das medidas envolve reestimativas de receitas, mas também foram incluídas reduções de despesas.

Resultado esperado

déficit projetado no orçamento oficial deste ano é de R$ 231,6 bilhões, mas com todas as medidas entregando seu pleno potencial (R$ 242,7 bilhões), o resultado primário poderia se tornar um superávit de R$ 11 bilhões.

Em sua fala, no entanto, Haddad foi mais ponderado, e disse que o objetivo do governo é fechar 2023 com um déficit entre -0,5% e -1% do PIB, sendo que estão mais seguros em entregar um déficit entre R$ 90 e 100 bilhões (próximo de -1% do PIB).

O que pensamos

Rafael Ragazi, analista de ações da Nord Research, avalia que a sinalização das medidas anunciadas foi positiva.

“Entendemos como positiva, uma vez que demonstra uma preocupação efetiva com a responsabilidade fiscal. Contudo, buscar o equilíbrio focando em aumentar a arrecadação (impostos) pode acabar gerando uma redução do crescimento e, consequentemente, das próprias receitas do governo”, disse Ragazi.

“A principal preocupação do mercado é com a trajetória da dívida pública nos próximos anos, e as medidas anunciadas podem não ser suficientes para indicar as perspectivas relativas ao endividamento do país”, completou o analista.

Novo arcabouço fiscal e a reforma tributária

Nos próximos meses, o governo deve apresentar sua proposta para o novo arcabouço fiscal do país (em substituição ao teto de gastos), provavelmente em conjunto com sua proposta de reforma tributária.

Com as novas regras em mãos, o Banco Central terá mais condições de traçar a adequada trajetória dos juros, o que impactará diretamente as expectativas e o nível de aversão a risco no mercado.

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