Vale (VALE3): queda do minério prejudica rentabilidade no 2T24
Multiplan (MULT3): bons resultados mais uma vez
Relatório de produção do 2T24 da Braskem (BRKM5): taxa de utilização tem leve queda
Nesta sexta-feira (26/07), os destaques se voltam para:
Vale (VALE3): queda do minério prejudica rentabilidade no 2T24
A Vale divulgou os resultados do 2T24 ontem após o fechamento do mercado. Os dados ficaram em linha com o esperado. Acreditamos que as ações terão uma reação neutra hoje. Do lado positivo, os volumes vendidos de minério cresceram 7% T/T, aumentando a receita e diluindo custos. Do lado negativo, o preço médio do minério vendido caiu 2%, pressionando as margens da Vale. Olhando pra frente, o minério e o cobre seguem em queda, o que deve levar a resultados fracos no 3t24.
As vendas de minério de ferro totalizaram 68,5 milhões de toneladas (+8% A/A). O crescimento das vendas foi impulsionado pela produção maior. O preço médio praticado caiu 2% para US$98/t, o que pode ser considerado positivo dada a queda de mais de 10% no preço de referência do minério no mesmo período. Os custos de produção do minério aumentaram 6%, em boa parte devido à maiores custos de manutenção neste trimestre. Contudo, isso foi parcialmente compensado pela maior produção no sistema Norte, onde os custos são menores, e pela depreciação do Real. Como resultado destes fatores, o Ebitda da operação de minério aumentou 12% para US$ 3.887 milhões.
A operação de cobre também apresentou bons resultados, impulsionada pelos preços recordes do cobre no período (contudo, é importante destacar que os preços do cobre caíram ao longo do 2T24 e estão em patamares bem baixos no início do 3T24). As vendas de cobre ficaram relativamente estáveis em 76 mil toneladas enquanto o preço médio aumentou 20% para US$ 9.187/t. Com isso, o Ebitda da operação de cobre aumentou para US$ 351 milhões (+49% A/A). O Ebitda da operação de níquel foi de apenas US$ 108 milhões, negativamente afetado por volumes e preços baixos.
Impacto: neutro. Os resultados ficaram em linha com o esperado, sem grandes destaques. Vale destacar que os preços do minério estão em níveis bastante baixos atualmente, o que pode pressionar os resultados do 3T24. Contudo, historicamente os preços do minério encontraram suporte quando chegam perto de US$ 100/t, como atualmente. Por conta disto, acreditamos que o downside nas ações da Vale neste momento é baixo.
Multiplan (MULT3): bons resultados mais uma vez
A Multiplan divulgou bons resultados mais uma vez, mostrando que os resultados fracos do final de 2023 foi um evento isolado. Além disso, a Multiplan destacou que as vendas evoluíram positivamente ao longo do trimestre, ou seja, o crescimento foi acelerando e o 3T24 deve ser melhor que o 2T24. Apesar do funcionamento em horário reduzido em alguns shoppings do Rio Grande do Sul, a Multiplan destacou que mesmo os shoppings neste Estado tiveram crescimento nas vendas.
As vendas no conceito “mesmas lojas” (SSS) cresceram 5,1% no 2T24, resultado levemente inferior ao 1T24, mas ainda assim acima da inflação do período. A taxa de ocupação aumentou levemente para 96,0%, o que também contribuiu positivamente para os resultados. Por fim, o aluguel no conceito “mesmas lojas” (SSR) aumentou 1,9%. Vale destacar que os aluguéis usam como indicador de inflação principalmente o IGP-DI, que deve deflação durante boa parte do ano, o que explica a variação pequena dos aluguéis.
A receita de R$ 540 milhões (+7% A/A) ficou um pouco acima do esperado e foi positivamente impactada pelo crescimento da receita de serviços. Como destacado anteriormente, a receita de aluguel foi negativamente impactada pela inflação baixa do período. Além disso, a receita foi negativamente impactada por descontos em aluguéis nos shoppings do Rio Grande do Sul. Do lado positivo, a receita de serviços apresentou crescimento de 13% A/A. O Ebitda de R$ 390 milhões (+6% A/A) ficou em linha com o esperado e foi positivamente afetado por despesas relativamente contidas (a margem diminuiu marginalmente de 73,5% para 72,2%). Por fim, a Multiplan apresentou lucro de R$ 282 milhões (+14% A/A), positivamente impactado por despesas financeiras e tributárias menores.
Impacto: neutro. Os resultados foram bons, mas em linha com o esperado. Esperamos uma reação neutra.
Relatório de produção do 2T24 da Braskem (BRKM5): taxa de utilização tem leve queda
No mercado petroquímico internacional, os spreads aumentaram no 2T24 devido ao melhor equilíbrio entre oferta e demanda global e aos conflitos no Mar Vermelho, que elevaram as taxas de frete marítimo. Operacionalmente, a diversificação geográfica das centrais petroquímicas no Brasil ajudou a balancear a taxa de utilização, que foi impactada negativamente por uma parada no Polo Petroquímico de Triunfo, causada por um evento climático extremo no Rio Grande do Sul. Paradas programadas no México e nos EUA também influenciaram as taxas de utilização. A otimização de estoque compensou parcialmente a menor disponibilidade de produtos para venda. Abaixo apresenta-se as taxas de utilização segmentadas por região.
No mercado brasileiro, o volume de vendas de resinas reduziu 2% em relação ao 1T24 devido à parada no Polo Petroquímico de Triunfo, parcialmente compensada pelas plantas da Bahia e São Paulo, enquanto em comparação ao 2T23, houve um aumento de 4% devido à maior demanda e formação de estoque. O volume de vendas dos principais químicos caiu 5% em relação ao 1T24, principalmente por menor volume de vendas de gasolina e benzeno devido à parada no Rio Grande do Sul, mas aumentou 3% em comparação ao 2T23 devido à priorização do mercado brasileiro e maior demanda por benzeno, butadieno e eteno. O volume de vendas de PE Verde reduziu 3% em relação ao 1T24 devido à menor taxa de utilização, mas aumentou 54% em relação ao 2T23 devido à recomposição de estoques após a expansão da planta de eteno verde. O volume de vendas de PP caiu 2% em relação ao 1T24 devido à menor disponibilidade nos EUA e menor demanda na Europa, e reduziu 7% em comparação ao 2T23 devido à menor disponibilidade nos EUA. Já o volume de vendas de PE aumentou 12% em relação ao 1T24 e 9% em relação ao 2T23, principalmente devido ao maior volume de vendas para construção, industrial e embalagens, além da otimização de estoques.
Impacto: marginalmente negativo. Os spreads petroquímicos melhoraram levemente contra o trimestre devido ao melhor equilíbrio entre oferta e demanda global e aos conflitos no Mar Vermelho, que elevaram as taxas de frete marítimo. Contudo, esse fato não é novo visto que os spreads são informações disponíveis no mercado. A taxa de utilização foi impactada negativamente por paradas programadas no México e nos EUA e pela parada nem triunfo por conta do alagamento no Rio Grande do Sul. Em linha com a taxa de utilização, as vendas também apresentaram queda.