BDRX tem queda em julho, mas continua liderando nos últimos 12m
Investimentos alternativos se recuperam em julho

Nesta quinta-feira (25/07), os destaques se voltam para:

BDRX tem queda em julho, mas continua liderando nos últimos 12m

O BDRX, índice de BDRs da B3, apresentou queda de -0,2% até dia 22 de julho. O retorno foi negativo e abaixo do S&P, que subiu 0,8% no mesmo período. Uma das explicações para o desempenho mais fraco do índice de BDR é a alta concentração em empresas de tecnologia, como Nvidia, Amazon e outras, que estão tendo uma correção em julho.

Apesar da correção em julho, o índice de BDRs segue tendo desempenho positivo nos últimos 6 e 12 meses. Acreditamos que os próximos meses devem ser mais voláteis em função da expectativa de corte de juros, que está voltando a ser esperada para ocorrer no curto prazo (setembro), além das eleições que ocorrem em novembro e devem ganhar relevância a partir de agora. Além disso, o valuation caro das ações americanas deve gerar mais volatilidade também nas divulgações de resultados: em nossa visão, o valuation caro já precifica resultados fortes e cortes de juros no curto prazo, o que pode não ocorrer.

O Índice BDRX é o indicador do desempenho médio das cotações dos BDRs Não Patrocinados, autorizados à negociação na B3, sendo importante para monitorar o desempenho desses ativos no mercado brasileiro. Já o S&P 500 é um dos principais indicadores do mercado acionário dos Estados Unidos, composto pelas 500 maiores empresas do mercado americano. O IVVB11, por sua vez, é um ETF que replica o desempenho do índice S&P 500, incluindo a variação cambial.

Devido à composição diferenciada dos ativos no BDRX, o retorno acumulado mostrou-se superior aos outros índices. No S&P 500, as sete magníficas – um grupo composto por Google, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla – representam 28% do índice, enquanto no índice brasileiro, o peso desses ativos corresponde a 43%.

O baixo retorno do BDRX frente a alta 0,8% do S&P é explicado pela queda no dólar durante o mês. No início do mês, a moeda estava sendo cotada a R$5,68 e no atual momento, a moeda caiu para R$5,55.

Um dos grandes destaques para as grandes altas dos últimos 30 dias é a Alnylam Pharmaceuticals (A1LN34), empresa farmacêutica focada em terapias de interferência de RNA teve um aumento de 60% em suas ações em uma semana, impulsionado por dados positivos de um ensaio clínico avançado do medicamento cardiovascular Amvuttra – Já aprovado pelo FDA.

O Amvuttra demonstrou redução de 28% em mortes e hospitalizações em comparação com o tratamento da Pfizer. Com picos de vendas esperados entre US$ 3,5 e US$ 4 bilhões até 2032, a receita da Alnylam cresceu de US$ 493 milhões em 2020 para US$ 1,8 bilhão em 2023.

Investimentos alternativos se recuperam em julho

Os investimentos alternativos estão tendo em julho um mês de recuperação das perdas que vem sendo observadas durante boa parte de 2024. Tanto fundos de infraestrutura, quanto fundos agros e fundos imobiliários tiveram desempenho positivo em julho até agora como pode ser visto na figura abaixo.

Em nossa visão, a melhora destes ativos está associada à melhora do cenário macro local e internacional, principalmente com dados de inflação mais baixos voltando a favorecer a expectativa de corte de juros nos EUA ainda em 2024. No Brasil, os dados de inflação também apresentaram alguma melhora. Contudo, a situação fiscal segue evitando uma melhora mais substancial no mercado (tanto renda fixa quanto renda variável e investimentos alternativos).

Mantemos nossa visão construtiva com os fundos imobiliários e fundos de infraestrutura. Nos dois casos, os ativos são historicamente bastante sensíveis à oscilações nos juros longos no Brasil. Contudo, acreditamos que a curva de juros já precifica um cenário bastante negativo nos próximos anos e vemos pouco espaço para mais deterioração na curva de juros local. Além disso, o valuation destes investimentos atualmente é atrativo: nos dois casos o dividend yield está perto da taxa Selic, sendo que historicamente os dividendos são mais baixos que a Selic.

No caso dos fundos agro, o preço baixo dos produtos agrícolas ainda é baixo e isto representa um risco para este grupo de investimentos.

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