Alta dos juros segue pressionando o Ibovespa
A alta dos juros nos EUA (e o conflito em Israel) segue pressionado os mercados financeiros ao redor do mundo. Como pode ser visto na figura abaixo, as taxas continuam subindo em outubro, pressionado as taxas de juros no Brasil (gráfico da direita).
Como resultado deste aumento dos juros, o mercado de ações tem sofrido, principalmente empresas pequenas, de menor “qualidade” e também as empresas mais voláteis: a figura abaixo mostra o desempenho de diversos “fatores” nos últimos três meses (período em que os juros os EUA começaram a subir com mais intensidade). Cada fator mostra a performance média das empresas com exposição maior a estes fatores menos a performance das ações com menor exposição ao mesmo fator. Por exemplo, o fator “tamanho” mostra a performance das maiores empresas do Ibovespa menos a performance das menores empresas.
Como pode ser visto na figura abaixo, empresas de “crescimento” (como empresas de e-commerce, saúde, tecnologia) tem tido desempenho fraco. Por outro lado, empresas de baixa volatilidade tem tido desempenho positivo. Outro fator positivo é o “valuation” (relação preço/lucro, relação preço/valor patrimonial): historicamente, empresas de crescimento vão pior em momentos de juros subindo e empresas de “valor” (ou baratas) tem desempenho positivo. É isto que está acontecendo atualmente.
Olhando pra frente, acreditamos que é tarde para abandonar nomes mais sensíveis à taxas de juros. Contudo, destacamos que enquanto não tiver uma acomodação nas taxas no mercado internacional, estas ações podem continuar sofrendo. Por outro lado, nomes de “valor” podem continuar tendo melhor desempenho enquanto os juros seguem altos. Neste grupo, alguns nomes que vemos boas perspectivas é Banco do Brasil e Vivo.
EUA retira temporariamente sanções ao petróleo venezuelano
O governo dos Estados Unidos declarou a interrupção temporária das sanções aplicadas ao petróleo, gás e ouro da Venezuela. Essa ação, divulgada pelo Departamento do Tesouro dos EUA, foi uma resposta ao acordo firmado entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição para estabelecer garantias eleitorais visando as eleições presidenciais de 2024. O prazo para volta das sanções é de 6 meses. Mas pode ser removido permanentemente.
Conclusão: a Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo. Contudo, esta na decime segunda posição em relação a produção de petróleo diária. Com essa notícia possivelmente mais empresas se destinaram para a Venezuela objetivando produzir petróleo. Essa notícia é negativa para as petroleiras, pois com maior oferta de petróleo e preço tenderia a cair. Contudo, os efeitos relevantes do possível aumento de produção da Venezuala levarão bastante tempo para se concretizarem. Portanto, não vemos grandes efeitos no preço do barril de petróleo no curto prazo.
Mateus Haag | CNPI-P 2942
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