A volatilidade que se vê nos mercados mundiais, ao longo desta semana, se dá pela entrada de novos elementos no conflito. A afirmação é do economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike, para quem as tensões se deslocam de Gaza para a Cisjordânia. “Como se pode ver no noticiário, Israel já alinha militares junto à fronteira com a Cisjordânia, o que dá a entender que o conflito está se estendendo. Com as tensões aumentando por toda a Região, o mercado global acaba sofrendo por antecipação”, destaca, acrescentando que o estresse provocado reflete no preço do petróleo, que sobe, e puxa a inflação mundial.
Outro ponto de inflexão diz respeito aos Estados Unidos (EUA). “O presidente Joe Biden visitou Israel e costurou um acordo para que ajuda humanitária entrasse em Gaza pela fronteira com o Egito. Isso é positivo, entretanto, a presença dos americanos no Oriente Médio desperta a ira de outros países que, por enquanto, não entraram no conflito, mas podem pegar em armas por considerar a intermediação ocidental uma afronta”, ressalta, fazendo menção à Síria e ao Irã.
Uma das implicações da volatilidade que assola o mercado é a fuga da renda variável por parte do investidor. “Num primeiro momento, os traders vão em busca de proteção, recorrendo ao ouro e ao dólar, e essa ‘corrida’ faz o preço dessas commodities valorizar. Porém, do mesmo jeito que sobe, desce por meio de uma correção que geralmente acontece alguns dias depois”, frisa. O economista recomenda que o investidor não faça movimentos bruscos. “Ele não deve se deixar levar por qualquer tipo de sentimento. Precisa, sim, ajustar posição, rebalancear carteira, mas tudo de forma metódica, ou seja, muito bem pensada. Agora, ficar como está também pode ser uma boa alternativa, visto que os excessos do mercado tendem a se corrigir”, pontua.
Volnei recomenda paciência e diligência. “Paciência para compreender que se houver perda em um primeiro momento, haverá recuperação no momento seguinte, então não se deve fazer movimentos bruscos. Já diligência tem a ver com a postura de não adotar teses descorrelacionadas com aquilo que se tem como meta de investimentos para médio e longo prazo, e que está para além de um ajuste simples na rota”, reforça.
Vale lembrar que o Ibovespa fechou a sessão do dia 18 com queda de 1,60%, mas por volta das 11h do dia 19 reportava alta de 0,17%, aos 114.249 mil pontos. O dólar, por sua vez, subia 0,10%, a R$ 5,0641 e o ouro caía 0,15%, a US$ 1.965,65. Já o título americano atrelado a juros longos (treasuries de 10 anos) caía 0,18%, a US$ 105,69.