Uma greve nas operações da Vale em Sudbury, no Canadá, tem afetado o mercado de níquel, que é fundamental para alimentar veículos elétricos.

Sudbury é um dos poucos produtores mundiais de pelotas de níquel, usadas para produzir ligas para as indústrias aeroespacial, eletrônica e nuclear. A produção na operação da Vale no nordeste de Ontário foi interrompida quando os trabalhadores sindicalizados entraram em greve em 1º de junho. A interrupção está levando os consumidores a explorar os briquetes de níquel para bateria como alternativa às pelotas.

A mudança está aumentando a concorrência pelos briquetes, aumentando os prêmios norte-americanos, ou taxas extras que os consumidores pagam em cima dos preços do níquel na London Metal Exchange, à medida que os estoques do metal diminuem. Os estoques de briquete, a principal forma de níquel armazenado nos armazéns da LME; caíram 9% desde o pico em abril e agora estão no menor nível em mais de um ano.

O níquel é um ingrediente-chave em baterias recarregáveis para veículos elétricos, ajudando a armazenar mais energia nas células e permitindo que os produtores reduzam o uso de cobalto, um metal mais caro que normalmente tem uma cadeia de suprimentos menos transparente. Espera-se que o mercado desse níquel esteja em um equilíbrio apertado nos próximos dois ou três anos e possa entrar em déficit já em 2024.

Impacto: Marginalmente negativo. A paralisação da produção de pelotas de níquel deve ainda se alongar por alguns meses, prejudicando o resultado da Vale no ano; que ainda deverá ofertar um salário maior aos trabalhadores da operação naquela região. Salienta-se que na semana passada a Vale anunciou uma parceria com mineradoras chinesas para produzir 73 mil toneladas de níquel por ano na Indonésia; o que poderá eventualmente diminuir o peso que Sudbury tem na produção de derivados níquel.

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