O trabalho dos bancos digitais na inclusão social tem se traduzido na redução do gap de gênero em finanças. Ele é formado por diversos “Gaps” e presente em todas as áreas da vida social. Segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mulheres pagam impostos mais altos que os homens (40%) mais. Contribuem para a desigualdade no custo de vida das mulheres, a Taxa Rosa (Pink Tax, ou Tax Women), taxas que são cobradas nos produtos destinados às mulheres.

O Gap de Impostos é outro Gap de gênero pouco conhecido está associado ao Pagamento de Imposto de Renda. Mulheres pagam relativamente mais impostos que os homens, pois há uma distorção na cobrança de impostos decorrente da falta de dedução de gastos médicos e escolares, falta de diferenciação para contribuição de famílias mais numerosas, ou dedução para mães solo que são as únicas responsáveis pelo domicílio e pelos custos de saúde e educação dos filhos.

O Gap de Salários representa o quanto elas também acumulam menos recursos ao longo da vida,  pois quando consideramos todos os trabalhadores a média da remuneração das mulheres era de 81% em 2020 (Pesquisa Pnad, 2020). 

O Gap de Benefícios e Aposentadoria tem relação à realidade de que elas têm mais pausas e pausas mais longas na carreira, pois se afastam temporariamente das atividades para a maternidade, para o cuidado de filhos pequenos e para o cuidado de idosos. Nesses períodos, recebem menos benefícios, não recebem contribuição de aposentadoria pela empresa e têm redução salarial.

Há ainda o Gap de Liderança e Desemprego, pois as mulheres acabam tendo menos oportunidades de promoções e são menos promovidas a cargos de liderança que os homens. Elas estão mais sujeitas ao desemprego, cuja taxa chega a ser 6% maior para as mulheres.

E o Gap de Pagamento: elas trabalham 18% a mais do que os homens de forma não remunerada, e recebem 17% a menos de aposentadoria.  

Somados, todos os Gaps citados acima contribuem para o Gap Financeiro das mulheres. Atualmente, a estimativa é de que o Gap Financeiro de gênero seja da ordem de US$17 trilhões de Dólares.

E há o Gap de Investimentos. Entre a população economicamente ativa no Brasil, somente 25% das mulheres investem. E dessas, a maioria só guarda o dinheiro na poupança ou em outra forma de investimento (como CDI) com baixa remuneração. Entre as mulheres investidoras, apenas 3% delas investe em ativos mais rentáveis como índices de bolsas, ações, fundos e ETF’s.

Para mudar esta fotografia, a tecnologia é prioritária e preponderante na inclusão social e financeira. Sem acesso à informação, à tecnologia e à Internet, a população vai empobrecer e ficar cada vez mais excluída dos serviços financeiros.

Mulheres nos investimentos

O cenário de exclusão social causado pelos GAP’s de Gênero é grave, mas está mudando. A ElasBank, uma fintech que foca nos investimentos automatizados, temáticos e personalizados para criar inclusão de gênero e transformar a realidade das mulheres:

A ElasBank é uma fintech ou neo bank que oferece investimentos com princípios ESG que são adaptados ao ciclo de vida das mulheres. Seu principal propósito é criar inclusão de gênero pelo uso da tecnologia e da Inteligência Artificial que possibilitam automatizar os investimentos. 

A ElasBank promove a inclusão de gênero, com o uso de robôs que permitem ao público feminino investir usando um robô que torna automático todo o processo de investimentos. A ideia é fazer com que investir seja mais fácil que cozinhar um bolo ou dirigir um carro automático. 

A Fintech busca conscientizar as mulheres sobre a importância de investir e fazer o orçamento e o planejamento financeiro, para terem acesso à rentabilidade que os investimentos oferecem.

Para que essa missão fosse plenamente cumprida, teríamos que alfabetizar todo mundo, tornar todos capazes financeiramente. Como sabemos que isso não acontecerá a curto ou médio prazo, usamos a tecnologia para tornar os investimentos possíveis para qualquer pessoa. Dessa forma, auxiliamos tanto as mulheres que já são investidoras, quanto as mulheres com renda mais baixa e com pouca informação a ter acesso ao sistema financeiro.

Educação Financeira

A relação à educação financeira é uma responsabilidade do Estado, prevista na Constituição Federal do Brasil e garantida pela LDB. Nesse sentido, as empresas podem (e devem) contribuir para esse processo, mas não podem substituir o papel e  a responsabilidade do Estado na alfabetização, na formação e na capacitação para a vida financeira dos cidadãos brasileiros. E o Governo já está reagindo com medidas práticas.

Não é só o Brasil que sofre com a falta de educação financeira. “No mundo, o índice de analfabetismo é de 70%. Basicamente, a maioria das pessoas não conhece nem as regras de juros simples. A educação financeira não é uma tarefa fácil, que consigamos desempenhar somente com propósitos ideológicos. Em vez disso, precisamos de ações contundentes e de massa para reverter esse quadro”, diz a presidente da Elas Bank.

Um exemplo disso, é o programa desenvolvido pelo governo em parceria com o MEC e com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para capacitar professores de Educação Financeira nas escolas o  ENEF Estratégia Nacional de Educação Financeira. O tema foi incluído no currículo das escolas como disciplina transversal, e aborda assuntos como matemática financeira,  planejamento, investimentos e finanças. 

Saiba mais a respeito, no link: A importância da educação financeira nas escolas – blog da ElasBank

Tecnologia

A tecnologia é uma das principais ferramentas da ElasBank para levar educação financeira à população. Nesse sentido, a fintech está usando a Inteligência Artificial para analisar dados de mercado e identificar micro gaps financeiros que ainda não são contabilizados por não serem muito óbvios. O objetivo é permitir que as mulheres façam uma reserva financeira para suprir esses gaps e superarem os obstáculos financeiros que a falta de recursos impõe.

Recentemente, criamos um simulador de cálculo do custo do ciclo reprodutivo da mulher. O objetivo foi calcular o quanto as mulheres gastam dos 12 aos 65 anos, desde o início da primeira menstruação (Menarca) até o período de reposição hormonal, após a Menopausa. Para isso, calculamos os gastos do período menstrual, gestação, exames ginecológicos, como Papanicolau, ultrassom, mamografia contraceptivos, consultas ao ginecologista, reposição hormonal e um parto em sistema privado de saúde. Tudo isso, considerando apenas o básico do atendimento “privado”.

Esses cálculos levaram a um montante de R$ 130 mil, valores que as mulheres gastam ao longo da vida para custear as despesas relativas ao seu ciclo reprodutivo. Para Vanise, dar visibilidade a esse tipo de gap financeiro é de extrema importância. “Esse tipo de informação fará com que as pessoas entendam a importância de guardar dinheiro” e porque devem se importar em poupar desde cedo, para pagar pelas suas necessidades de vida.

Este artigo foi escrito com base na apresentação, Na Digital Week 2021, da Dra.Vanise Zimmer, cofundadora e presidente da ElasBank. Ela falou a respeito do papel dos bancos digitais na inclusão social.

Clique aqui para assistir o vídeo na íntegra.

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