INTERNACIONAL: Bolsas calibram otimismo com estímulos e tensão EUA-China

S&P futuro devolve ganho registrado mais cedo e bolsas europeias têm altas moderadas com mercado dividido entre estímulos da União Europeia e fricção crescente entre governo Trump e a China. UE anunciou 2,4 trilhões de euros (US$ 2,6 trilhões) em gastos totais para combater o impacto do coronavírus na economia. Sentimento econômico na área do euro aumentou de um recorde de baixa depois que as empresas começaram a reabrir em todo o continente, após o alívio das restrições à pandemia. S&P futuro oscilou com notícia de que a China aprovou lei de segurança de Hong Kong, em desafio a Trump. Índice Hang Seng atingiu o nível mais baixo desde março, depois que os EUA disseram que não podiam mais certificar a autonomia política de Hong Kong. Futuros da Nasdaq 100 flutuaram com notícia de que Trump está se preparando para assinar uma ordem executiva que poderia penalizar os gigantes da tecnologia pela maneira como moderam o conteúdo de seus sites. Minério de ferro sobe em meio a sinais preliminares de recuperação e receios com oferta do Brasil; cobre e níquel são cotados em alta em Londres. Petróleo estende baixa após API sinalizar 1ª alta dos estoques em 3 semanas. Moedas têm desempenho misto, com rand em leve baixa e peso mexicano perto da estabilidade.

ECONOMIA/PODER: Bolsonaro confirma veto em meio a tensão com STF

• O Ministério da Economia recebeu informações que o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que garante socorro de R$ 60 bilhões a estados e municípios. Segundo três fontes qualificadas da área econômica, o presidente atendeu aos pedidos de veto recomendados pelo ministério, entre os quais barrar a possibilidade de reajustes para servidores públicos até o fim de 2021. (Estadão)
• A área técnica do governo avalia a possibilidade de adiar o pagamento da Cofins, do PIS/Pasep e da contribuição das empresas à Previdência referente a junho. O pagamento desses tributos relativo aos meses de abril e maio já havia sido postergado para agosto e outubro, respectivamente. Cofins e PIS/Pasep são tributos federais que incidem sobre o faturamento, independente da ocorrência de lucro. Sobre este incidem Imposto de Renda e CSLL. (Valor)
• O Brasil fechou 1,1 milhão de vagas com carteira assinada em março e abril, segundo números do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério da Economia. Esse é o primeiro retrato oficial do impacto da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho brasileiro e levou economistas a projetarem para este ano o fechamento de até 3,5 milhões de postos formais – mais do que o total perdido na crise de 2015 e 2016. (Estadão)
• A votação da medida provisória que permite acordos para suspensão de contrato ou redução de jornada e salário na crise do novo coronavírus foi adiada para hoje por falta de acordo com o governo sobre o aumento da compensação da perda salarial pela União. (Estadão)

EMPRESAS: Aliansce Sonae reabre 4 shoppings com horário reduzido

ALIANSCE (ALSO3): A administradora de shopping centers Aliansce Sonae informou nesta quarta-feira que quatro centros de compras da companhia foram reabertos, após o período de quarentena determinado pelas autoridades locais para conter a disseminação do novo coronavírus. Ontem foi reaberto o Boulevard Shopping Brasília (DF). No dia 26, voltou a operar o Uberlândia Shopping (MG), enquanto o Caxias Shopping (RS) foi reaberto no dia 25. Desde 8 de maio, está funcionando o Boulevard Shopping Londrina (PR). De acordo com a Aliansce, os empreendimentos operam em horário reduzido e “seguem rígido protocolo de reabertura, que visa preservar a saúde e o bem-estar de todos os clientes, lojistas, colaboradores e parceiros”. No caso dos segmentos de alimentação e entretenimento, a operação segue as restrições das autoridades locais. Os demais shoppings da empresa continuam funcionando apenas com serviços essenciais, com as demais lojas limitadas a atividades de delivery, drive-thru & pick-up. A empresa detém 27 shoppings e administra outros 12 centros de compras de terceiros.

AREZZO (ARZZ3): A fabricante e varejista de calçados Arezzo registrou no primeiro trimestre de 2020 um aumento de 11,9% no lucro líquido; em comparação ao mesmo intervalo de 2019, para R$ 25,88 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização do primeiro trimestre somou R$ 64,29 milhões, alta de 17,8% na comparação anual. A receita líquida da companhia somou R$ 375,47 milhões nos primeiros três meses do ano, ligeira queda de 0,4% sobre o mesmo período de 2019. O resultado financeiro do intervalo entre janeiro e março ficou negativo em R$ 772 mil, queda de 85,3% em relação ao resultado financeiro negativo do primeiro trimestre de 2019. O número de lojas da Arezzo cresceu 9% no primeiro trimestre, de 690 para 754. No período, foram abertas três lojas próprias (são 55 no total) e 61 franquias (chegando a 699). Entre janeiro e março, a varejista e fabricante de calçados vendeu 2,89 milhões de pares, uma queda de 8,3% em relação ao primeiro trimestre de 2019. Em bolsas, o recuo na comparação anual foi de 21,4%, para 296 mil unidades.

C&A (CEAB3): A varejista de moda C&A reverteu o lucro obtido no primeiro trimestre de 2019 e registrou prejuízo de R$ 55,4 milhões no mesmo período de 2020. Considerando os dados pró-forma, porém, o prejuízo do intervalo somou R$ 45,9 milhões, um aumento de 58,9% sobre as perdas do mesmo período de 2019. Os dados pró-forma da companhia desconsideram o impacto do padrão IFRS16 sobre os resultados, além do registro do ganho de crédito fiscal referente à exclusão de ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins no primeiro trimestre de 2019. O Ebitda recuou 89,4% nos primeiros três meses de 2020, na comparação anual, para R$ 78,2 milhões. O Ebitda ajustado pró-forma atingiu R$ 4,8 milhões, volume 86,8% inferior ao do primeiro trimestre de 2019. O resultado financeiro da companhia de janeiro a março deste ano ficou negativo em R$ 39 milhões, revertendo o resultado financeiro positivo observado no mesmo período de 2019, de R$ 528,2 milhões. No pró-forma, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 6,2 milhões. Na comparação anual, a receita líquida da varejista caiu 6,1% no intervalo, para R$ 976,9 milhões.

PETROBRAS (PETR4): Principal destino das exportações da Petrobras, a China deve aumentar em 16,3% sua demanda por petróleo no segundo trimestre. A expectativa é de que o consumo chinês volte ao nível de 13 milhões de barris/dia; apenas 2,5% abaixo do registrado em condições normais, no segundo trimestre de 2019. A China respondeu, no primeiro trimestre, por 48% das exportações da Petrobras, 20 pontos percentuais a menos que no quarto trimestre de 2019. As exportações brasileiras totais de óleo para a China somaram US$ 3,335 bilhões no primeiro trimestre. A Petrobras também encontrou forte demanda internacional para sua emissão de bônus e captou ontem US$ 3,25 bilhões.

RUMO (RAIL3): A Rumo assinou ontem a prorrogação antecipada do contrato da Malha Paulista, após quase cinco anos de discussão. Com isso, a empresa de logística do grupo Cosan garantiu mais 30 anos de operação da ferrovia; em troca de R$ 6,1 bilhões de novos investimentos e R$ 2,9 bilhões em outorgas a serem pagas ao governo federal. A comemoração já deu lugar a novos planos, segundo Beto Abreu, presidente da companhia desde abril de 2019. A empresa definiu como sua próxima prioridade a extensão de sua malha ferroviária no estado de Mato Grosso, afirmou o executivo, em conversa como Valor. A ideia é construir uma extensão da via, que hoje acaba em Rondonópolis, até Lucas do Rio Verde. A renovação antecipada da concessão da malha paulista deve ajudar o agronegócio a movimentar mais grãos por ferrovia a partir de Mato Grosso. Levantamento da CNA a partir de dados da ANTT mostra que, do total de produtos movimentados por ferrovias em 2019, somente 16,4% eram do agronegócio. Em 2006, quando começou o levantamento, esse porcentual era ainda menor, de 11,3%.

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