A Gafisa (GFSA3), uma das principais incorporadoras e construtoras do Brasil, divulgou mais detalhes sobre o processo de agrupamento de ações da companhia.
O mercado especulava um aumento de capital social, no entanto, a companhia informou que o capital atual será “mantido em R$ 1.252.958.113,49 e passará a ser dividido em 37.883.658 ações ordinárias”, conforme o fato relevante.
O agrupamento da Gafisa será realizado na proporção de 9 para 1 a partir do dia 23 de setembro.
Para Fabiano Vaz, analista de ações da Nord Research, a operação servirá, basicamente, para melhorar a percepção sobre o preço dos papéis e também para reduzir parte da volatilidade das ações da companhia.
Como o agrupamento impacta as ações?
A operação não altera o valor do investimento. O PhD em valuation e investimentos, Aswath Damodaran, tem uma analogia interessante sobre o tema. Ele diz que uma pizza não fica mais gostosa se for dividida em 6, 8 ou 12 pedaços. Ou seja, não importa o número de fatias, a pizza continuará com o mesmo sabor e tamanho.
O nosso analista aponta que como o agrupamento de ações não altera os fundamentos e o valor da empresa, não há mudanças para os acionistas, exceto o preço de tela e a quantidade de ações no mercado.
Prazo para ajuste de posições
O prazo para que os acionistas ajustem suas posições, passando a deter uma quantidade de ações múltipla de nove, será até o dia 22 de setembro.
Se um acionista perder o prazo para ajustar suas posições, as eventuais frações resultantes do grupamento serão agrupadas em números inteiros e vendidas em leilão a ser realizado na B3.
Vamos supor que o acionista possua 100 ações de GFSA3. No agrupamento de 9:1, ele ficaria com 11,111 ações da companhia. Como, no Brasil, a quantidade de ação é por números inteiros, os decimais (valor fracionado), no nosso exemplo 0,111, será depositado em dinheiro após o “leilão das sobras”.