Parece o dia da marmota, mas não é, pois os fundos de ações seguem na luta. O principal índice da bolsa brasileira recuou 1,60% em outubro, marcando seu sexto mês negativo em 2024. Segundo a Quantum., com questões fiscais ainda em foco e preços voláteis do petróleo e do minério de ferro movimentando as ações de maior peso. 

A temporada de divulgação de resultados do 3T, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, também influenciou o desempenho dos ativos no mês.

“Desde que o Banco Central retomou o ciclo de aperto monetário no Brasil, especialistas do mercado financeiro têm recalibrado suas expectativas em relação a diversos indicadores econômicos, incluindo inflação e Selic”, diz a Quantum..

E mais: o cenário fiscal também deixou a bolsa volátil. Há semanas o mercado está na expectativa pelo pacote de corte de gastos, já que a meta do arcabouço fiscal que substituiu o teto de gastos é de déficit zero para 2024.  

Soma-se a isso, que a bolsa registrou uma saída de recursos de R$ 2,19 bilhões de investidores estrangeiros até o dia 30 de outubro (excluindo IPOs e follow-ons). 

O desempenho das ações em outubro

O Acionista divulga mensalmente o desempenho dos fundos de ações em uma parceria exclusiva com a Quantum. As informações consideram outubro e retroativamente seis, 12, 24 e 36 meses. O relatório mensal é formado por cinco categorias de fundos: Ações e dividendos; Ações Livres; Ações Small Caps; Ações Sustentabilidade/Governança e Ações Valor/Crescimento. 

A Quantum alerta que é preciso saber que a indústria de fundos é dinâmica. Também é importante destacar que os dados são das quantidades de fundos em funcionamento normal, com o histórico dos períodos indicados. E atentar para a máxima que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, o ideal é analisar no mínimo os últimos 12 meses de cada fundo.

Fundos de Dividendos

O número de fundos disponíveis se manteve em 60 em outubro. O retorno do mês foi negativo mais uma vez, -2,59%; nos últimos 36 meses, o retorno foi de 32,40%.

Nesta modalidade, os dividendos pagos pelas empresas da carteira ficam a cargo do gestor. É ele que determina como vai fazer novos investimentos com o valor. Essa prática pode ser avaliada como uma desvantagem para o investidor.

Fundos de Ações Livres

A modalidade caiu de 2.039 para 2.019 ativos em outubro. O retorno no mês foi negativo também em -0,89% ante -2,23% de setembro. Nos últimos 12 meses o retorno foi de 17,37%. Nos últimos dois anos, o investidor teve 20,36% de retorno.

Conhecidos como FIAs (Fundos de Ações), esses fundos são modelos em que os gestores investem o patrimônio do fundo majoritariamente em ações. O principal fator de risco é a variação dos preços de ações, admitidas à negociação em mercados organizados, que compõem sua carteira de ativos.

Fundos Small Caps

Os fundos das Small Caps tiveram um retorno negativo em outubro: -2,13%. Em 12 meses o investidor teve retorno de 0,21%, em 24 meses, esse retorno foi de -8,50%. Nos últimos 3 anos o retorno ficou em -2,60%.

Neste tipo de fundo, o gestor investe nas empresas de baixa capitalização da Bolsa de Valores, com valor de mercado entre R$ 1 bilhão e R$ 5 bilhões. Ele busca desse fundo empresas que possuem valor intrínseco, mas que ainda não foram reconhecidas pelo mercado. 

Fundos de Sustentabilidade/Governança 

Em outubro o investidor teve o retorno de -1,98% ante – 4,09% de setembro. Em 12 meses, o retorno foi de 5,23%. Nos últimos três anos, esse retorno ficou negativo em -0,35%.

Esse grupo de fundos precisa apresentar uma política de investimento 100% sustentável, levando o sufixo “IS”. Conforme a Anbima, “podem ser reconhecidos os fundos que integram aspectos ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês) em seu processo de gestão, mas não têm o investimento sustentável como objetivo principal. 

Eles não podem usar o sufixo IS, mas têm uma diferenciação dos demais: podem utilizar a frase com o conteúdo “esse fundo integra questões ASG em sua gestão” nos materiais de venda voltados aos investidores”. 

Fundos de Ações Valor/Crescimento

Em outubro foram 118 fundos, três a mais que em setembro (115). O retorno do mês ficou em -1,97% ; nos últimos 6 meses, foi de -1,18%. O retorno para o investidor em três anos ficou em 12,85%.

Segundo a Anbima, neste tipo de fundos, os gestores buscam retorno através de uma estratégia de seleção de empresas entre o “preço justo” estimado (estratégia de valor) e/ou aquelas com a chance de crescer no futuro (estratégia de crescimento).

O desgosto outubro adentro

Depois que os fundos desidrataram em setembro, outubro deu uma leve melhorada, mas nada para o investidor comemorar. Mais uma vez, todos tiveram retorno negativo no mês. O investidor perdeu em todos os fundos, mas perdeu menos. Os fundos de Ações Dividendos seguem apresentando o melhor desempenho em 36 meses: 32,40%.

Número de fundos disponíveis

Classificação  Anbima (fundos)Fundos no mêsFundos nos últimos 6 mesesFundos nos últimos 12 mesesFundos nos últimos 24 mesesFundos nos últimos 36 meses
Ações Dividendos6058545048
Ações Livres2.0191.9431.8501.6721.454
Ações Small Caps5554544443
Ações Sustentabilidade/Governança43333
Ações Valor/Crescimento118117115113101
Quantum Finance

Rentabilidade

Classificação  Anbima (fundos)Retorno no mêsRetorno nos últimos 6 mesesRetorno nos últimos 12 mesesRetorno nos últimos 24 mesesRetorno nos últimos 36 meses
Ações Small Caps-2,13%-5,13%-0,21%-8,50%-2,60%
Ações Valor/Crescimento-1,97%-1,18%9,73%5,26%12,85%
Ações Livres-0,89%1,90%17,37%20,36%25,96%
Ações Sustentabilidade/Governança-1,98%-3,79%5,23%-2,42%-0,35%
Ações Dividendos-2,59%0,94%12,51%14,50%32,40%
Quantum Finance
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Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte