A disparada do dólar e a busca por divisas mais seguras em tempos de instabilidade têm levado à maior atenção aos fundos cambiais. Investidores têm encontrado nestes produtos uma forma de tirar proveito da forte oscilação das moedas estrangeiras. Desde o início deste ano, o dólar passou de R$ 4,07 para a casa de R$ 5,40. O Fundo Cambial de carteira do Banco Safra, por exemplo, se valorizou 37% no acumulado de um ano, um salto em relação ao 4,05% do CDI. Já o Occam Fundo Cambial subiu 38,2%.

Sócio da Vero Investimentos, Eduardo Akira afirma que os fundos podem ser adequados para quem busca participar deste momento de valorização cambial e procura pulverizar os riscos de suas aplicações. No entanto, alerta que a volatilidade da moeda norte-americana é alta, por isso é preciso uma diversificação na carteira para diminuir os riscos de perda.

“Pode-se colocar uma parcela em fundos de investimentos no exterior, que podem ser de renda fixa ou multimercado, e renda variável que possuam variação cambial. Outra alternativa de investimento são os fundos cambiais puros, comprados em até 80% de contratos de dólar futuro, que carregam a variação da moeda”, explica Akira.

Nesses casos, o percentual que não estiver atrelado ao câmbio pode ser aplicado na renda fixa e em outros ativos conservadores, a fim de minimizar o risco e maximizar o potencial de ganho do fundo, completa.

Akira ressalta que, mesmo em momentos de desvalorização do real, é importante manter investimentos no câmbio: “Mesmo desvalorizando no futuro, as aplicações no dólar servem como uma reserva de valor, funcionam como contraposição aos ativos locais”.

O assessor de investimentos Adriano Severo, especialista em investimentos pessoais, concorda que os fundos cambiais são importantes reservas de valor e podem compensar a queda de outras aplicações em tempos de turbulência, como aplicação em ações.

“Esses fundos tendem a cair menos e se recuperar de forma mais rápida em épocas de crise, além de possibilitarem boa valorização a quem mantém seu dinheiro em um prazo mais longo”, afirma.

Ele lembra que investir em fundos de dólar pode ser uma boa escolha para criar reservas para enviar ao exterior. No entanto, lembra que se pode encontrar no Brasil fundos que procuram cestas de outras moedas de países maduros, como euro, libra e iene.

Conforme o serviço Remessa Online, existe a cobrança de dois principais impostos nos fundos cambiais, e ambos incidem sobre a remuneração obtida em vez de todo o montante. Os tributos são Imposto sobre Operações Financeira (IOF), aplicável somente em saques em um período menor do que 30 dias, e Imposto de Renda (IR) em tabela regressiva.

Além de IOF e IR, que são fixos, existem taxas de administração e performance. O ideal é que esses índices, especialmente o primeiro, fique perto de 2%, não muito acima disso.

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