Fortalecer-se dentro é essencial para uma carreira realizada. Primeiro porque os problemas sempre virão para nos desafiar e “afiar” nossa inteligência; depois porque estes mesmos desafios têm se mostrado cada vez mais complexos e por conseguinte nos exigem mais resiliência e anti fragilidade. 

Nós mulheres e mais especificamente, mulher gaúcha que sou, acompanhando o momento que passa o Rio Grande do Sul de catástrofe climática, nos deparamos com sentimentos que nos afligem e podem nos tirar do centro emocional que nos permita ter forças para continuar a trilhar nossa vida de forma sustentável. Normal, pois nos impacta como pessoa, profissional, mãe, filha e em todos os papéis, tamanha falta de segurança; aspecto base nas necessidades humanas.

E onde nos ancorarmos? 

No meu ponto de vista e experiência pessoal e profissional, voltar para “dentro”, ou seja, o autoconhecimento sobre nossas forças e nossas virtudes é o caminho mais sustentável. Esta competência, já destacada e requerida pelo mercado de trabalho nos últimos anos, de conhecer quais são nossas habilidades (principalmente as sócio-emocionais); quais são nossos pontos de ajustes, que precisam ser transformados; e quais são nossos Valores, é a bússola mais fidedigna para a tomada de decisão e crescimento com consistência na carreira. 

Encarar os problemas como mestres é uma mudança de mentalidade também necessária atualmente. Não os negar, nem brigar com eles e sim nos perguntar: o que esta situação pode me proporcionar de aprendizado? Sim, em primeira pessoa, em base às nossas forças, usar a criatividade, olhar de outros ângulos, por vezes, descansar, mas não desistir de aprender com aquele obstáculo. 

Estamos sendo testadas(os) nestes mundos VUCA (Volátil, incerto, complexo e ambíguo) e BANI (frágil, ansioso, não-linear e incompreensível) de eventos ambientais, climáticos, sociais, econômicos intensos e em constante mudança. O desenvolvimento além da resiliência, ou seja, podermos passar por estas circunstâncias adversas e voltamos ao nosso estado anterior, nos exige ainda mais transformação. Aprender e gerar soluções que deem mais conta da harmonia entre ambiente, pessoas e organizações. 

Neste contexto, por natureza e cultura, nós mulheres temos sido mais treinadas em empatia, colaboração e num jeito feminino de fazer as coisas, claro que em ambientes que não os de negócios. No entanto, atualmente estamos nos espaços Organizacionais, nos dedicando ao estudo do “Jeito feminino de fazer negócios”, permeando as relações, incluindo a compaixão, as emoções, a intuição, o acolhimento e a cooperação na busca de resultados. 

Assim sendo, a liderança feminina na carreira está se firmando. Estamos criando pontes para termos a força, a competência consolidada e reconhecida para assumir mais cargos onde a “caneta” para a tomada de decisão, ações e soluções tenham também a equidade de gênero. É estratégico que complementarmente com o masculino, sigamos construindo uma carreira bem sucedida, com autorrealização e promoção de bem-estar e qualidade de vida para todos.

É preciso seguir firme, lembrando que este auto lapidar-se é contínuo.

“Diamantes são pedaços de carvão que investiram em suas carreiras.” Autora desconhecida

Cristiane Steigleder é Sócia-Diretora da Steigleder Consultoria. Atua há mais de 20 anos em Desenvolvimento Humano e Seleção de Executivos e Executivas. Formada em Psicologia pela PUC/RS, com Especialização em Psicologia Organizacional e do Trabalho pelo CRP/RS. É coordenadora de Grupos pela Sociedade Brasileira de Dinâmica de Grupos e Especialista em Gestão de Negócios pela AMF/RS. Dedica-se também como Diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos – ABRH/RS, Conselheira na Junior Achievement RS e como Voluntária no Grupo Mulheres do Brasil Núcleo Porto Alegre.

Publicidade

Investir sem um preço-alvo é acreditar apenas na sorte