Um ano depois do início da novela do rombo de mais de R$ 40 bilhões da Americanas (AMER3) que assustou o mercado, investidores e consumidores, a Gol (GOLL4) entrou na grade de programação. A B3 anunciou nesta segunda-feira (29) que vai excluir ações da empresa negociadas sob o ticker GOLL4 de todos os seus índices (10).
Esse é o “castigo” em virtude do pedido de recuperação judicial (Chapter 11) pela companhia aprovada no Tribunal de Falências dos Estados Unidos. Em tempo: o papel registrou queda de 33,61% e com cotação a R$ 3,93 no último pregão (29). A empresa perdeu R$ 674 milhões de valor de mercado (market cap), passando a valer R$ 1.323.758,00. Segundo o Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3, empresa em recuperação judicial não pode integrar os índices.
Logo, uma das principais empresas de viação do mundo terá seus títulos excluídos dos índices IBOV, IBRA, IBXX, ICO2, IDVR, IGCT, IGCX, ITAG, IVBX e SMLL ao seu preço de fechamento após o encerramento do pregão regular da terça-feira (30). “Sendo sua participação redistribuída proporcionalmente aos demais integrantes da carteira com o pertinente ajuste nos redutores”, diz a B3.
Como ficam as ações GOLL4?
A partir de agora, a ação GOLL4 segue negociada normalmente, mas passa a ser listada na B3 sob o título de “Outras Condições” a partir do pregão desta terça-feira (30). Para analistas, a saída do índice é prejudicial para a ação, principalmente no que diz respeito à liquidez do papel.
Conforme informações publicadas no site Money Times, a empresa declara dívidas de R$ 20 bilhões na recuperação judicial, sendo que R$ 3 bilhões vencem no curto prazo. “Inúmeras corretoras têm rebaixado a recomendação da ação para venda ou abandonado a cobertura diante das incertezas.”
Conforme os analistas do BB, de acordo com o site, considerando a negociações anteriores realizadas entre companhias aéreas e credores/lessores e a magnitude do endividamento da companhia em relação à geração de caixa (~5,0 dívida líquida/Ebitda UDM no 3T23), é certa a possibilidade de que parte da dívida seja convertida em ações.
“Em um cenário base onde o controlador (ABRA), que possui US$ 1,2 bilhão em títulos de dívida, realize tal conversão, estimamos um fator de diluição acima de 60% para os acionistas correntes, com preço-alvo de R$ 2,40”, diz a publicação.