Ranking de Ações: BTOW3 na lanterna semanal com baixa de -10,40%.

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🌎 CENÁRIO EXTERNO

Avante estímulos

Mercados

Índices de mercado na Ásia encerram o pregão com desempenhos mistos, com destaque para a bolsa chinesa CSI 300, que fechou a sessão com variação negativa de 2,15% após mais um episódio de restrição de liquidez no mercado interbancário por parte do PBoC. Na zona do euro, ativos de risco iniciam o dia no verde: o Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos ao redor do continente, sobe cerca de 0,50%. Nos EUA, índices futuros ensaiam mais uma abertura favorável para ativos americanos, enquanto dólar volta a se valorizar contra os seus principais pares (DXY). No plano das commodities, ativos têm baixa generalizada. Destaque para o preço do petróleo (Brent Crude) que, ao operar com alta de 0,20%, é negociado próximo dos US$ 69,35/barril.

Mares calmos

Após semana que contou com a aprovação definitiva do novo pacote de gastos de Joe Biden, índices de mercado iniciam mais uma semana em terreno positivo. Para auxiliar o movimento, as taxas de juros futuras também cedem, refletindo um movimento de reajuste com relação à semana passada; quando subiram na esteira da manutenção de um elevado grau de otimismo com o processo de recuperação econômica nos EUA. Reforçamos que o movimento altista dos juros futuros, principalmente nos EUA, deverá se manter – uma vez que a maior expectativa de crescimento continuará pressionando a expectativa de inflação, que somente pode ser corrigida com a divulgação de dados de inflação efetivos.

Avante estímulos

Com a aprovação do pacote de estímulo à demanda, Biden agora reverterá seu foco para aprovar um ambicioso pacote de infraestrutura. O plano mira aprimorar a infraestrutura do país por meio de investimentos públicos em portos, avenidas, aeroportos, estradas, redes de banda larga e visa, também, transformar a matriz energética de forma a torná-la mais verde. Ao funcionar como um indutor de produtividade, um pacote de infraestrutura que aprimora o lado da oferta da economia também tem o efeito secundário de acomodar aumentos na inflação provenientes da expansão da demanda. A tarefa política por trás do pacote, no entanto, não será nada fácil. Diante de uma oposição republicana unificada, Biden terá de batalhar, novamente, para evitar defecções dentro de seu partido entre os democratas mais centristas e fiscalmente apreensivos.

De volta aos fundamentos

Ao longo da semana, índices macroeconômicos referentes à maior economia do mundo devem continuar refletido o robusto e gradual processo de recuperação, dando sustento à pressão vendedora que vem mantendo a alta nos juros futuros. Enquanto isso, em semana que conta com decisão de política monetária do Fed, a autoridade monetária continuará tentando acalmar os ânimos; reforçando sua preocupação com a persistência de pressões desinflacionarias de longo prazo. Entendemos, porém, que o Fed tenderá a tolerar a pressão sobre os juros futuros se os fundamentos da macroeconomia continuarem – como se espera – melhorando. Afinal, mesmo que o aumento das taxas futuras possa vir a ser contraproducente para o processo de recuperação, este é fruto de uma confiança mais elevada quanto à trajetória futura da economia americana.

Na agenda

O índice Empire Manufacturing, que traça a produção industrial no estado de NY, dá início à agenda econômica da semana. Na 3afeira, o investidor acompanha a divulgação da produção industrial, vendas no varejo e utilização da capacidade instalada nos EUA para fevereiro. No meio da semana, o Federal Reserve toma sua segunda decisão de política monetária no ano e a Eurostat divulga a leitura preliminar de fevereiro para o IPC da região. Na 5ªfeira, os pedidos de auxílio-desemprego e indicadores antecedentes da economia americana marcam o dia.

CENÁRIO BRASIL

Semana do COPOM e o retorno das reformas

De olho no Copom

O foco do mercado durante a presente semana deve ser a decisão do Comitê de Política Monetária do BCB, que será publicada após o fechamento na 4ªfeira. A expectativa do mercado é que o órgão finalmente interrompa o ciclo de cortes à taxa básica de juros com uma alta de 50 bps; motivado pelo risco de contaminação das expectativas de longo prazo com a manutenção de diversas incertezas fiscais e eleitorais.

Mudança de foco

Em Brasília, a aprovação da PEC emergencial na Câmara dos Deputados significa que o Congresso poderá migrar o seu foco para as reformas administrativa e tributária. Antes disso, continuam pendentes a promulgação da PEC emergencial e a edição da medida provisória que detalha os parâmetros do auxílio emergencial. A expectativa é que ambos os assuntos sejam tratados hoje para liquidar a questão definitivamente.

Com as outras será diferente

Diferente da recém aprovada PEC, as próximas reformas não serão beneficiadas pelo rito abreviado que tem levado propostas diretamente ao plenário, já que as comissões permanentes foram finalmente instaladas após mais de um ano em dormência.

CCJ formada

A recém formulada CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados pretende iniciar a sua análise da reforma administrativa já nesta semana. A deputada Bia Kicis (PSL-DF) prevaleceu sobre os seus críticos que buscavam impedir que a fiel bolsonarista fosse eleita presidente da mais importante comissão do Congresso. No caso das PECs de autoria do Executivo, a CCJ é necessariamente o primeiro colegiado a analisar a proposta. Em seu primeiro ato como presidente da comissão, Kicis deve nomear um relator para a reforma administrativa.

Reforma administrativa

Assim como a PEC emergencial, a reforma administrativa já chega ao Congresso com um impacto fiscal aquém do desejado. A matéria apresentada pelo governo tem o escopo limitado; a proposta não afeta os servidores já contratados e não comtempla o magistrado, o Legislativo ou os militares. Mesmo assim, a equipe econômica acredita que aprovação da PEC deve gerar uma economia de R$ 300 bi ao longo de dez anos.

Reforma tributária

A reforma tributária vive em uma espécie de limbo legislativo desde que foi criada uma comissão mista extraoficial que tinha como missão unir propostas que abordavam o assunto de autoria da Câmara e do Senado a uma série de entregas faseadas do governo. Desde então, o governo só entregou uma das fases da sua proposta e os senadores e deputados que compõem o grupo não conseguiram produzir um parecer com o apoio necessário para ser aprovado pelos membros da comissão. Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), este parecer deve ver a luz a do dia durante a atual semana.

Na agenda

Além de mais uma revisão de expectativas trazida pela Pesquisa Focus do BCB, o investidor também acompanha, as 14:30hr; a divulgação do IBC-Br de janeiro, que deve apresentar ligeira expansão de 0,50% no mês. Na 3ªfeira, a FGV divulga ao IGP-10 e o IPC-S. No meio da semana, o Copom toma sua segunda decisão de política monetária do ano e, na 5afeira, a FGV divulga a segunda prévia do IGP-M.

E os mercados hoje?

Mercados internacionais iniciam o dia em alta, ainda repercutindo expectativas otimistas com o processo de recuperação nos EUA. Tal movimento, ainda que positivo, continuará criando uma barreira para a valorização dos ativos, pois continuará forçando uma alta nas taxas de juros futuras. Aqui no Brasil, a considerável desidratação da PEC emergencial mantém o otimismo com as reformas em xeque; dando ainda mais urgência para a aprovação das demais reformas estruturais, como a reforma administrativa. Diante de toda incerteza política, ativos domésticos devem novamente se movimentar ao sabor de Brasília.

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