Fit Cultural é um jargão utilizado no ambiente corporativo para identificar aqueles candidatos que estão em sintonia com os valores de determinada empresa. O objetivo é garantir a contratação de colaboradores que se identifiquem com o ambiente de trabalho, e assim, diminua a rotatividade de funcionários. Mas será que avaliar um candidato pelo Fit Cultural, garante imparcialidade e ausência de preconceito racial nas contratações?
Como o Fit Cultural está relacionado ao racismo corporativo?
Em 2020 a Universidade Duke publicou uma pesquisa onde revela que mulheres negras com o cabelo crespo ou penteados afros possuem menores chances profissionais em relação a mulheres brancas ou a mulheres negras com o cabelo alisado.
Durante a pesquisa, notou-se que, na maior parte das empresas de setores tradicionais, pessoas negras que usam cabelos crespos ou tranças afros, são percebidas como menos profissionais, e frequentemente têm suas habilidades e competências questionadas.
Esta realidade não é diferente no Brasil. Há muito pouco tempo, era comum encontrar na descrição de vagas de emprego a exigência de “boa aparência”. Este requisito é herança de um passado escravocrata, onde permaneceu a ideia de que pessoas negras não são aptas para trabalhos intelectuais. Para driblar essa realidade, por muito tempo os negros passaram a tentar se aproximar da estética profissional classificada “ideal”, tendo como principal símbolo o cabelo liso.
Ao realizar uma seleção em que todos os recrutadores são pessoas brancas e com experiências sociais semelhantes, o conceito de aparência profissional que passa seriedade estará sempre concentrado em um único perfil, fazendo com que os candidatos que possuem o chamado Fit Cultural com a empresa estejam, inevitavelmente, dentro de um mesmo padrão.
O compromisso com a diversidade
Atualmente, muitas empresas já entenderam a importância da diversidade e estão se movimentando para promovê-la nos seus ambientes de trabalho. Sabemos que o número de profissionais negros e indígenas em cargos estratégicos e de tomada decisão é extremamente baixo, e por isso os vieses inconscientes do racismo estrutural ainda são muito presentes nos recrutamentos e processo de seleção.
Como forma de mudar essa realidade, se popularizou o recrutamento às cegas. A técnica consiste em disponibilizar para o recrutador apenas informações referentes às competências e habilidades do candidato. Mas por que não ir além?
Ao optar por ações afirmativas no lugar de recrutamento às cegas, a empresa garante a contratação de profissionais diversos e, aliado a isto, estes profissionais irão possibilitar que a empresa pense e avalie as competências de forma diferente, transformando a cultura organizacional do ambiente em um espaço igualitário.
Por onde começar?
O primeiro passo é traçar um plano de metas e investimentos para promover a diversidade no ambiente corporativo, identificando onde estão as lacunas que possibilitam a entrada e a manutenção de colaboradores que pertencem a grupos minoritários.
Para auxiliar as empresas nesse processo, o ID_BR – Instituto Identidades do Brasil – possui a sua mais importante ferramenta: o Selo Sim à Igualdade Racial. Ao aderir o Selo Sim à Igualdade Racial, o Instituto elabora junto com executivos, diretoria, e demais colaboradores, um plano de metas e ações através da gestão de pessoas e cultura organizacional. Com isto, se desenvolvem ações propositivas que valorizam e respeitam as habilidades de cada um.
Se você quer que sua empresa esteja engajada nas práticas antirracistas, Conheça a Jornada do Selo Sim à Igualdade Racial e saiba como fazer parte desta importante caminhada.