Faz um tempo que ele não está nas rodas de conversas, ou nas manchetes. Mas o Drex, o Real Digital está bem vivo e em fase de testes. O Acionista conversou sobre isso com Márcio Alexandre, representante técnico do SFCoop – consórcio de cooperativas formado por Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi , Unicred juntamente com cooperativa independente Credicoamo, sobre a próxima novidade do Banco Central.

Curiosidade

De acordo com o Banco Central, como o Pix, o nome Drex vem da combinação de letras em uma palavra com som forte e moderno. As letras “d” e “r” fazem referência ao Real Digital, o “e” vem de eletrônico e o “x” traz a ideia de conexão, associada à tecnologia utilizada.

Além disso, o conceito visual da marca Drex (foto acima) remete ao universo digital, refletindo o contexto da agenda de modernização financeira conduzida pelo Banco Central, a Agenda BC#.

As duas setas inseridas na letra “d” representam etapas de uma transação digital e simbolizam a evolução da moeda brasileira para o ambiente digital. A transição de cores nas setas, do azul para verde claro, passa a mensagem de “transação concluída”. Todos os elementos reforçam a ideia de agilidade da moeda digital do Banco Central, o Drex.

Drex: como está o piloto, vantagens e desvantagens

Abaixo, a entrevista feita a Márcio Alexandre:

1. O que é o Drex? Até quando vai fase de testes?

Anteriormente chamado Real Digital, o Drex é uma representação eletrônica da moeda nacional brasileira. É também o nome da plataforma onde essa moeda será transacionada, junto a outros tipos de ativos, tais como títulos públicos federais. Tudo isso se dará através do emprego de contratos inteligentes oferecidos pelo Banco Central. Ele será utilizado principalmente nas transações interbancárias (entre bancos, no atacado) e dará suporte ao chamado real tokenizado, que será a versão para o varejo, como um novo meio de pagamento de serviços financeiros de varejo que serão liquidados por meio de moedas privadas, tokens e depósitos emitidos por participantes do sistema financeiro.

A primeira fase do projeto piloto deverá durar até o final de maio. Após essa data, o Banco Central deverá avaliar os resultados antes de iniciar nova fase. 

2. Quais vantagens e desvantagens do uso do Drex? 

O Drex tem diversas vantagens potenciais em relação a outras formas de representação e negociação de ativos financeiros. Poderíamos citar, a título de exemplo, os atributos de segurança e transparência advindos da tecnologia blockchain e a flexibilidade decorrente do emprego de contratos inteligentes. O Drex também pode ajudar a reduzir custos com transações financeiras e aumentar a inclusão financeira no país. Além disso, o Real Digital pode incentivar a inovação e a concorrência no ambiente virtual e inibir a prática de crimes financeiros, como lavagem de dinheiro.

Neste estágio, não se percebe desvantagens propriamente ditas, mas há ainda algumas questões a serem abordadas no que diz respeito à privacidade das transações e aos efeitos dos novos ativos eletrônicos sobre a política monetária tradicional. 

3. Drex vai substituir o Pix? Por quê? 

Não. Enquanto o Pix é um meio de pagamento, o Drex será uma nova forma de dinheiro. A ideia do Banco Central é complementar o sistema financeiro que já existe hoje com essa nova plataforma.

4. Haverá taxa sobre o uso da nova moeda? Estará ao alcance de todos? 

Ainda não há qualquer proposta de regulamentação conhecida sobre taxas que possam vir a ser aplicadas ao Drex.

5. O que difere Drex da criptomoeda?

O dinheiro eletrônico atualmente em uso é emitido por instituições financeiras privadas. No caso das criptomoedas, não há uma instituição fazendo esse papel. Elas possuem um sistema totalmente descentralizado, sem autoridade monetária para controle.

O Drex é diferente por ser tratar de uma moeda digital emitida pelo Banco Central do Brasil, que é o responsável por coordenar as operações. Diferentemente das criptomoedas, o Drex terá o mesmo valor e constitucionalidade do Real tradicional.

7. Será obrigatório o uso desta nova moeda? Quais as opções? 

Como os usos específicos do Drex ainda não foram estabelecidos, não há informações detalhadas sobre se haverá algum tipo de transação financeira que só poderá ser realizada com o Drex.

8. O cidadão poderá ter o Drex na sua conta do banco que utiliza ou deve ser somente via BC?

Durante o projeto piloto, estão sendo testadas negociações de três tipos de ativos. O Drex possibilita a emissão e a transferência de reservas entre instituições no atacado, viabilizando serviços interbancários. O Real Tokenizado, voltado para o varejo, é uma versão virtual do dinheiro que as pessoas possuem como depósito bancário à vista em instituições financeiras ou em contas de instituições de pagamento. Por fim, têm sido feitos também testes com o Título Público Federal Tokenizado, que oferece a possibilidade de compras e vendas primárias e secundárias, resgates e baixas de Títulos Públicos Federais, como produtos do Tesouro Direto.

Reprodução/BC

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