Em meados dos anos 1990 surgiu no meio político a expressão “factóide” e logo a imprensa absorveu a palavrinha que significava, no bom português, criar um fato aleatório para desviar a atenção de algo que realmente fosse relevante. Bem, dadas as devidas proporções, em se falando dos fundos imobiliários, que há meses está na berlinda como bons investimentos, apresentou números robustos e resilientes no trimestre, não seria muito “factóide” criado em volta de uma modalidade para maquiar que as coisas não estão tão maravilhosas assim, pontualmente sobre galpões logísticos?
Pode-se considerar para responder isso, a avaliação do especialista em investimentos do Acionista, Gustavo Guerses: “estamos vivendo um quadro de recessão setorial, trata-se de enfraquecimento pontual por setor que não reflete no indicador macro, como exemplo o PIB, pois há sempre outro setor no período “compensando” a queda. Neste ciclo é muito importante olhar para os detalhes e os micro ambientes que estão mais sensíveis ao momento. Atualmente, o logístico (muito sensível ao e-commerce) está sofrendo muito, fato que pode se tornar uma oportunidade para o futuro uma vez que essa fase de baixo consumo venha a passar”.
2T23
Dentro do esperado, foi um trimestre de números fortes e resilientes para os galpões logísticos. A região Sudeste “nada de braçada frente às outras regiões, com mais de 75% de todo o estoque de galpões do Brasil – o número considera ativos classes A, A+ e B”, comentam os analistas do Itaú. Sobre os números, a base de dados da SiiLA, plataforma usada para analisar o mercado imobiliário, amplia as regiões Sudeste, Nordeste e Sul, onde se encontram as principais praças de galpões logísticos do país.