O mercado financeiro tem enfrentado desafios em suas diversas frentes de investimentos. No caso dos FIIs (fundos de investimentos imobiliários), o sócio da Manatí Capital, Samuel Pereira, analisou que as cotas dos FIIs estão “super descontadas”, mas que os investidores que aderem a esses ativos têm conseguido tirar um dividend yield muito valorizado.
“Para onde isso vai, teremos que acompanhar. Começamos o mercado de FIIs em 2019 com 200 mil cotistas e terminamos, em dezembro de 2022, próximos de 2 milhões de investidores, e próximos de 3 milhões no final do ano passado”, afirmou ele, em entrevista ao BP Money durante o Smart Summit, nesta quinta-feira (13).
O sócio da Manatí Capital também reforçou que esses investidores entraram na classe dos FIIs acreditando ser um ativo que protegeria o patrimônio, com uma distribuição constante de dividendos.
Porém, com o momento de crise inflacionária e juros altos, eles tiveram as expectativas frustradas, o que os levou à venda das cotas por preços mais baixos, influenciando seu valor.
A desancoragem das expectativas da inflação segue sendo uma problema para o mercado, que espera um índice inflacionário acima da meta nos próximos 12 meses, com isso, a percepção é que o ciclo de alta da Selic deve se manter, mas Pereira preferiu não precificar o quanto.
“O que temos para 2025 é uma expectativa muito baixa quanto ao custo da dívida, no que diz respeito à Selic. Acreditamos que a taxa vai aumentar um pouco mais para combater a inflação, e isso trás o mal humor que vemos no Ibovespa e no IFIX”
Para o sócio da Manatí, pode ser que aconteça uma reversão de expectativas ao longo deste ano, como aconteceu no ano passado, mas indicando um cenário mais satisfatório para o mercado.
No entanto, ele também enfatizou ser necessário que o governo esteja comprometido com a agenda fiscal, se não, será muito difícil ter um cenário positivo com a Selic.
Manatí se prepara para melhorar a qualidade dos FIIs
Considerando o quadro de crise nos indicadores econômicos, com a inflação e a taxa de juros elevadas, Pereira afirmou que a Manatí tem trabalhado em duas frentes para se preparar e lidar melhor com os clientes: o posicionamento interno e externo.
“Internamente, o que temos que fazer é uma boa gestão. Nisso, nossos investimentos estão super saudáveis, fazemos um acompanhamento muito próximo, desde as operações de dívidas, onde podemos buscar duas ou três vezes mais garantia com o aporte na empresa”, comentou.
Enquanto isso, no sentido de movimentação externa da Manatí, Pereira indicou que a comunicação com o mercado, com seus investidores é muito importante, e um ponto que a companhia tem atuado para melhorar cada vez mais.
“Infelizmente, ou não, não conseguimos controlar o preço da cota, mas a qualidade dos investimentos sim, e estamos fazendo isso da melhor forma possível”, reforçou.
Ao comentar sobre as polêmicas de taxação sobre os FIIs e Fiagros, Pereira disse ser “uma questão que vai e volta”, mas acredita que não passará e não terá impacto sobre o setor.
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