Como já publicamos aqui, o fim de 2023 foi de um otimismo estratosférico que adentrou janeiro, no entanto, o Ibovespa não empolgou no primeiro trimestre de 2024. O índice da bolsa brasileira fechou em março com leve queda de -0,71%. Já o Ifix registrou alta de 1,43%, aos 3408,15 pontos, e pela quarta vez consecutiva renova sua máxima, impactado principalmente pela forte performance dos FIIs de papéis de perfil high yield.
De acordo com Leonardo Garcia, analista do Trix, o primeiro trimestre foi marcado por uma notável resiliência dos FIIs. Para ele, apesar do contexto desafiador, com o avanço do dólar, o aumento das curvas de juros futuros e a inflação acima das projeções, o mercado de FIIs demonstrou robustez.
É neste cenário que o Acionista destaca três FIIs de papéis que estão no topo das recomendações: VRTA11, KNSC11 e RBRR11. Os fundos de papel são conhecidos pela capacidade de gerar caixa de forma segura, investindo em ativos de renda fixa.
VRTA11 é uma recomendação da Terra
O Fator Verita FII é um FII de papel, onde seus recursos são destinados primordialmente a aplicações em títulos e valores mobiliários. Fundos como o VRTA11 atribuem seus investimentos majoritariamente em recebíveis imobiliários, que são investimentos de renda fixa voltados ao setor imobiliário. Está na carteira da Terra deste mês.
O VRTA11 é constituído sob a forma de condomínio fechado, com prazo de duração indeterminado, regido pelas disposições legais e regulamentares que lhe forem aplicáveis. Foi constituído em março de 2010 e tem por objeto principal a aquisição de certificados de recebíveis imobiliários (CRI). Mas o fundo também pode obter outros títulos imobiliários como LCI, LH, cotas de FII, cotas de FIDC, cotas de fundo de investimento classificado como renda fixa e debêntures.
O fundo, administrado pelo Banco Fator, possui uma rentabilidade alvo ao investidor de IGP-M + 8,0% ao ano. Além disso, seu benchmark (para cálculo da taxa de performance) é o IGP-M + 6,0% ao ano.
Dividendos:
A política de distribuição de rendimentos deve distribuir a seus cotistas, no mínimo, 95% dos resultados auferidos, apurados segundo o regime de caixa. Mas atenção: as aplicações realizadas no fundo não contam com garantia do Administrador ou do Fundo Garantidor de Crédito, não podendo o administrador ser responsabilizado por eventuais depreciações dos ativos que compõem a carteira do fundo. Portanto, é recomendado a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento do fundo de investimento pelo investidor ao aplicar seus recursos.
Fala, Gestor!
No final de março e início de abril, segundo a gestão, foi diminuída a posição em Compromissadas Reversas em R$ 15 milhões. “Cabe ressaltar que referente ao mês de março o VRTA11 distribuiu R$ 0,90 por cota e atualmente possuímos uma reserva de R$ 0,58/cota para fazer frente a obrigações futuras, além de complementar os dividendos pagos no mês a mês. Finalizamos o mês com R$ 93,0 milhões em caixa (6,3% do PL), recursos estes que serão destinados ao pagamento dos dividendos e à alocação de CRIs de nosso pipeline.”
De acordo com o gestor, hoje o fundo está com três ativos em fase final de análise, totalizando R$ 88 milhões. “Em março o Copom reduziu em mais 0,5 pontos a taxa de juros Selic, chegando agora em 10,75% a.a.. É quase consenso no mercado que a taxa deve finalizar o ano de 2024 muito próximo de 9% a.a.. A inflação continuou no campo positivo, com IPCA divulgado de 0,83% (referente a fevereiro/24). O valor ainda relativamente alto é benéfico para o mercado de Recebíveis Imobiliários já que a maioria dos CRIs indexados ao IPCA possuem uma defasagem entre 2 e 3 meses.”
No atual cenário, com taxas de juros mais baixas, os FIIs passam a ser mais atraentes para os investidores.
Movimentação no fundo:
- CRI Espaço Y, venda de R$ 4,1 milhões
- CRI Lote 5 II (Loteamentos), venda de R$ 13,8 milhões
- CRI LAR Cooperativa, venda de R$ 15,1 milhões
- Incorporação do MORC11 pelo RVBI11, dessa forma o VRTA11 passa a deter 173.273 cotas do RVBI11
Por que o BTG recomenda o KNSC11?
O Kinea Securities é um fundo imobiliário que busca gerar rendimentos e ganhos de capital a seus cotistas, por meio principalmente de investimentos em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Criado em 2020, é gerido pela Kinea – maior gestora do mercado de FIIs, com quase R$ 26 bilhões sob gestão. Conta com uma carteira de risco de crédito intermediário e muito bem diversificada, e cuja rentabilidade média implícita está em aproximadamente IPCA + 7,9% a.a., já deduzidas as taxas de administração e gestão.
Top Pick na carteira do BTG Pactual, a recomendação dos analistas para o KNCR11 é baseada nos seguintes fatores:
- Grande representatividade no segmento de recebíveis;
- excelente liquidez, sendo um dos mais negociados de toda a indústria;
- carteira de crédito formada com o viés de carrego, ou seja, pela aquisição de ativos que devem ser levados até seu vencimento;
- capacidade de estruturação própria da gestora, permitindo a negociação de garantias adicionais e taxas mais atrativas; e
- alocação em ao menos 50% de todas as operações da carteira, permitindo ao fundo aprovar qualquer tema relevante aos créditos em assembleia de devedores.
Saiba mais:
- O patrimônio líquido é de aproximadamente R$ 1,2 bilhão e uma base de cotistas superior a 122 mil investidores, o fundo conta com uma ótima liquidez no mercado secundário, negociando uma média diária de R$ 3,2 milhões.
- A sua taxa de administração de 1,20% ao ano lhe confere um custo um pouco superior ao praticado pelos pares de referência. Em contrapartida, o regulamento do Fundo não prevê a cobrança de taxa de performance.
Para a Nord, KNSC11 é o melhor FII para receber dividendos
Os FIIs de papel de perfis de risco baixo/intermediário seguirão oferecendo proteção em caso de mudanças no cenário econômico, como um aumento repentino da inflação e a necessidade de elevação das taxas de juros, defendem os analistas da Nord.
“Depois, eles seguirão tendo um papel fundamental no gerenciamento de risco da carteira dos investidores, proporcionando menor volatilidade e, por sua vez, maior estabilidade com as variações de preço de mercado.Além disso, com o IPCA de curto prazo rodando em patamares baixos há alguns meses e as quedas graduais da Selic pelo Copom, muitos desses fundos já tiveram suas distribuições afetadas.”
Conforme a Nord, como o mercado é muito reativo ao nível dos rendimentos de curtíssimo prazo, os FIIs de papel são negociados abaixo do valor patrimonial sem que se tenha qualquer problema de crédito na carteira. É o caso do Kinea Securities (KNSC11).
Rentabilidade
Pela tabela de sensibilidade disponibilizada pela Kinea, que informa a rentabilidade implícita de acordo com as oscilações da cota de mercado, é possível notar que no preço atual (R$ 8,80/cota) a rentabilidade média da carteira está em torno de IPCA + 7,9% a.a., já deduzidas as taxas de administração e gestão. “Ou seja, uma rentabilidade que julgamos ser muito atrativa para uma carteira muito bem diversificada, de risco de crédito controlado e que conta com uma gestão profissional capaz de trazer benefícios aos cotistas.”
RBRR11 é recomendação da Genial e BTG
O RBRR11 é o fundo imobiliário de papéis High Grade da RBR Asset Management. Tem o objetivo de investir em papéis com boa qualidade de crédito e boas garantias. A carteira de CRIs é composta por 40 ativos: 12% deles são indexados ao CDI e 88% à inflação, com taxa MTM médio de CDI+2,9% e IPCA+7,6%, apresentando duration médio de 4,0 anos e LTV de 55%. A carteira é composta por devedores com boa qualidade de crédito como Brookfield, Rede D’Or e Direcional. Vale destacar que 47% das garantias estão localizadas em regiões prime da cidade de São Paulo.
Os analistas do BTG pactual recomendam o RBRR11 porque tem uma carteira de ativos diversificada; apresenta garantias robustas e localizadas em regiões premium; tem um time de gestão de ponta, com experiência no setor imobiliário; aléms da alocação segregada em diferentes estratégias e boa liquidez.
Conforme a Genial, em fevereiro passado o fundo RBRR11 realizou três vendas no mercado secundário, totalizando R$ 17,3 milhões, o que resultou em um ganho de R$0,02/cota. Assim, o fundo encerrou o mês mantendo 40 operações em sua carteira, todas em dia com suas obrigações financeiras.
“A gestão continuou o processo de revisão do rating RBR iniciado em novembro de 2023, revisando mais duas operações, o que elevou para 92% da carteira (equivalente a 84% do PL do fundo) com ratings atualizados. Especificamente, o CRI FLBC manteve seu rating, enquanto o CRI Pátio Malzoni teve seu rating melhorado devido à recuperação do mercado de lajes corporativas e ao aumento significativo do índice de cobertura de PTM”, explicam os analistas.
Segundo eles, este processo de monitoramento e revisão de rating pela gestão do RBRR11 visa identificar potenciais riscos, permitindo intervenções proativas junto aos devedores, sem indicar expectativas de inadimplência ou default nas operações avaliadas.
“Nossa tese de recomendação do RBRR11 se baseia na qualidade dos devedores e das operações, que possuem garantias localizadas em regiões prime de São Paulo, como Pinheiros, Jardins e Faria Lima. Além disso, o fundo vem sendo negociado com um carrego próximo de IPCA+ 7% líquido.”