Caro Investidor!
Você não precisa de agricultor, produtor, pecuarista ou fazendeiro para ter retorno do agronegócio, sabia? Sabemos que o Brasil carrega rótulos como ‘celeiro do mundo’, ‘país do agro’, o ‘agro é pop’, tanto que, dificilmente o setor tem prejuízo se isso ocorrer, sempre tem uma mão salvadora. Não por acaso, o mercado viu a oportunidade e o investidor pode optar por uma carteira de FIAgros como forma de diversificação de ativos. Entretanto, o cenário atual tem sido desafiador devido à combinação de alta na taxa Selic e o aumento expressivo nos pedidos de recuperação judicial no agronegócio. A Selic elevada, que em 2024 manteve-se em patamares altos, encarece o crédito e afeta diretamente os produtores rurais, dificultando o pagamento de dívidas e aumentando o risco de inadimplência.
Segundo Felipe Paiva, advogado especialista em fundos de Investimento de TozziniFreite Advogados, “esse cenário pressiona os FIAgros, cujas carteiras geralmente possuem ativos com risco médio a alto, dependentes de setores vulneráveis, como soja e milho”.
Além disso, Paiva comenta que o aumento dos pedidos de recuperação judicial em 2024 impacta diretamente esses fundos, que frequentemente incluem CRAs de emissores problemáticos em suas carteiras. “Embora esses pedidos não sejam necessariamente um sinal de colapso, acendem alertas sobre a saúde financeira do setor.”
O que esperar em 2025
Para 2025, as perspectivas são mistas, conforme Paiva. A manutenção de uma taxa de juros alta pode continuar dificultando o acesso ao crédito e aumentando a inadimplência, “mas há esforços para diversificação e mitigação de riscos nos fundos, incluindo maior análise de crédito e foco em ativos de menor risco”.
O especialista explica que a consolidação das regras dos FIAgros prevista na Resolução CVM 214 também possui capacidade de beneficiar o mercado, à medida que a norma aprimorou regras de governança e transparência desses fundos. “Criou a figura do ‘FIAgro multimercado’, trazendo maior flexibilidade para a alocação das carteiras do fundo. No entanto, fatores externos, como oscilações no preço das commodities e mudanças climáticas, também desempenharão papéis cruciais no desempenho dos FIAgros e do setor como um todo”.
Já Mathias Teixeira, diretor de Relacionamento Institucional e Distribuição da Ecoagro,
2025 poderá marcar o início de uma fase de recuperação e oportunidade para os FIAgros, após um período desafiador em 2024. “Durante este ano, o setor foi impactado negativamente por fatores como pontuais recuperações judiciais de empresas agrícolas e produtores, inadimplências elevadas devido a condições climáticas desfavoráveis e inversão de preços, resultando em descontos substanciais nas cotas patrimoniais desses ativos”, disse.
Por outro lado, Teixeira acredita que o pior já passou e as coisas devem se acomodar. Para 2025, há expectativas otimistas baseadas em previsões de condições climáticas favoráveis, o que trará excelentes retornos com a safra.
“Esses fatores, aliados à isenção de imposto de renda para pessoas físicas, podem tornar os FIAgros uma opção atraente para investidores em busca de rentabilidade e valorização patrimonial”, comenta.
Além disso, ele destaca que as cotas, atualmente, estão com um desconto médio de 25% em relação ao valor patrimonial, apresentando um potencial de ganho de 30% com a valorização da cota, além dos juros mensais que pagam cerca de 120% do CDI.
“Achamos aqui na Ecoagro que no ano de 2025 começaremos a ver o retorno dos valores destas cotas para mais perto dos valores patrimoniais, especialmente nos fundos que conseguiram passar este período sem problemas nas carteiras. Vale ressaltar que para aproveitar essas oportunidades, é fundamental selecionar FIAgros com uma tese clara, garantias sólidas e estruturas bem feitas”, completa.