As expectativas são boas para o mercado agro este ano. Embora as mudanças climáticas como fortes chuvas ou a escassez delas tenha atrapalhado a vida dos produtores, as estimativas de colheita são otimistas. Assim, os fundos imobiliários do agro, FIAgro, são diretamente impactados.

Em síntese, no cenário internacional pode-se dizer que os grãos têm leve alta com estimativas de safras menores na Argentina e com as poucas chuvas dos últimos dias. A China tem comprado milho da Ucrânia, mas o Brasil segue pouco competitivo. A rainha dos grãos, a soja, deve ultrapassar 50% a safra, agora no início de março. 

Já as safras de cana na Índia e Tailândia, segundo relatório geral da XP Investimentos, tem evoluído melhor que o previsto e junto com melhora do clima no Brasil, “pressionaram o açúcar na entrega do contrato março, mesmo com a ISO aumentando sua estimativa de déficit global do adoçante”. Sobre carnes, o boi-gordo teve queda mesmo com níveis fortes de abate neste começo de ano. Na exportação, preços das carnes tem decepcionado apesar de bons volumes.

Posições do BB Investimentos

PARA SOJA 

  • No curto prazo, o avanço da colheita no Brasil, as boas perspectivas para a safra da Argentina e o indicativo de aumento de área a ser plantada nos EUA nesta temporada continuarão mantendo pressão baixista nos preços da soja; 
  • Incerteza sobre a força da demanda chinesa, mesmo depois do retorno aos mercados após o feriado do Ano Novo Lunar, pode contribuir para a fraqueza dos preços no médio prazo; (No longo prazo, perspectiva de estoques globais maiores que na safra anterior segue direcionando a tendência de declínio para os preços; 

“Nesse contexto, continuamos vendo como adequado que o produtor aproveite eventuais movimentos de altas no curto prazo para se proteger de quedas futuras contratando proteção através de compra de opções de venda (put), já que apesar da desvalorização recentes, os preços da soja ainda se encontram em patamar historicamente vantajoso; 

Para o produtor que pode vender sua produção no momento atual, movimentos de altas  pontuais podem ser aproveitados para assegurar preços atrativos diante da perspectiva de queda para o longo prazo”. 

PARA O MILHO

  • Perspectiva de maiores estoques de milho nos EUA na safra 2024/25 se soma às projeções de colheita safra na Argentina e no Brasil, contribuindo para ainda mais pressão baixista nos preços no curto prazo; 
  • Após as quedas intensas nos preços nas últimas semanas, pode haver volatilidade, com alguma correção técnica ou pressão compradora para cobrir posições vendidas, embora os fundamentos baixista sigam fortes no curto prazo; 
  • O cenário de oferta abundante do cereal globalmente vem se consolidando, o que tende a manter o viés de queda para os preços; 
  • No mercado físico, o aumento de oferta com o avanço da colheita da 1ª safra e a baixa demanda do momento impedem a reação dos preços;

“Nesse contexto, para o produtor que deseja reter o seu produto por mais tempo para vendê-lo à frente, o ideal é se proteger de queda futura dos preços por meio do uso de instrumentos de hedge, como, por exemplo, a compra de uma opção de venda (put).” 

PARA O CAFÉ

  • No curto prazo, indefinições em relação ao tamanho da safra brasileira e sobre a recuperação da oferta do robusta na Ásia, persistência da dificuldade do transporte marítimo através do Mar Vermelho e dúvidas sobre a recuperação dos estoques certificados devem seguir mantendo os mercados do café voláteis e turvando a definição de uma tendência; 
  • No médio e no longo prazos, indicativos de que o clima está favorecendo as lavouras brasileiras e estimativas de safra maior que a do período anterior contribuem para um viés baixista para as cotações do café. 

“Nesse contexto, eventuais movimentos de alta nos preços no curto prazo podem ser oportunidade para o produtor adquirir proteção contra possíveis desvalorizações futuras, através de instrumentos derivativos, como a compra de opções de venda (put).”

PARA O BOI

  • No curto prazo, o período de quaresma (quando o consumo de carne vermelha é reduzido) e o final do mês indicam menor demanda pela carne bovina, o que pode se refletir em baixa nos preços da arroba. 
  • A queda dos preços das carnes concorrentes (suíno e frango) também corroboram para a desvalorização nos preços da arroba bovina; 
  •  Entretanto, a perspectiva de que a indústria precise reforçar sua escala de abate diante do aumento das compras pelos EUA, conjugada ao clima favorável às pastagens dando mais condições do criador manter o gado no pasto, pode exercer uma pressão altista nos preços no médio prazo; 
  • Para o longo prazo, é necessário que a dinâmica dos mercados mude de maneira mais firme, tanto no campo da oferta quanto da demanda, para que haja mais clareza quanto ao direcionamento dos preços; 

“Assim, para o pecuarista que deseja comercializar sua criação apenas no futuro, pode ser vantajoso aproveitar eventuais movimentos de alta para estruturar posições de hedge contra as incertezas, adquirindo opções de vendas (put) e assegurando um preço mínimo para a arroba. “

JGPX11: o FIAgro para obtenção de renda e ganho de capital

O JGPX11 é um fundo dedicado a investir em títulos de crédito emitidos por empresas com atividades na cadeia do agronegócio brasileiro. A gestão é da equipe de investimentos da JGP, combinando uma rigorosa análise de crédito dos emissores, avaliação dos ciclos de preços das principais commodities agrícolas e estudos de impactos externos no setor, como a trajetória de política monetária no país e aspectos ESG.

Quem está na carteira:

  • Belagricola
  • Oakberry 
  • Fertz
  •  Lavoro 
  •  Gran Coffee
  •  Bioenergia
  • Agrogalaxy 
  • Coagril 
  •  Grupo JB 
  • Rede Monte Carlo 
  • Solubio II
  • Tobasa
  •  Futura Agro
  • Capal 
  •  Café Brasil II
  •  CooperTradição
  •  ESH 
  •  Solubio I 
  • Fiagril 
  •  UISA
  •  Bevap 
  •  Minerva

Com o objetivo de obter renda e ganho de capital, o fundo tem um patrimônio líquido R$ 204.274.259,09. De acordo com o gestor, em dezembro, o diferimento dos custos relacionados ao processo de follow on foi finalizado. “Sem esse impacto, voltamos a distribuir valores normalizados de dividendos, condizentes com o carrego da nossa carteira e com a nossa estratégia de gestão. O resultado de janeiro, de R$ 1,25/cota, representa um dividend yield mensal de 1,34%, equivalente a CDI+4,28% se anualizado.”

Além disso, o fundo encerrou dezembro passado com uma alocação de 99,7% do patrimônio líquido, com 22 CRAs de 21 devedores distintos. A concentração média por ativo aumentou 18 bps contra o mês passado, atualmente em 4,53%, sem nenhum ativo acima de 8% do PL. A taxa média aumentou 12 bps contra o mês passado, atingindo CDI + 4,45% a.a. da carteira investida (ex-caixa).

Você investe em FIIAgros ou tem a pretensão? Saiba mais como estão as recomendações do consenso por aqui.