Caro Investidor!
Não se assuste, se você investe em fundos de infraestrutura (FI-Infra) já deve ter percebido que eles estão passando por uma fase ruim e não é Mercúrio retrógrado. Essa modalidade teve uma queda de, em média, 12,8% em 2024, de acordo com dados do Clube FII, que monitora 21 das principais carteiras do mercado. Esta classe de ativos também sofreu com o cenário macroeconômico deste ano (quem não?).
De acordo com Paulo Cunha, CEO da iHub Investimentos, essas quedas dos Fi-Infras se devem à composição de suas carteiras, que são atrelados ao IPCA+. “Com a abertura da curva de juros, o valor de mercado desses ativos é impactado negativamente, refletindo na desvalorização das cotas. Esse movimento tem sido amplificado pela aversão ao risco em um ambiente de incerteza econômica e pressões fiscais”, afirma.
Cunha ressalta que é importante lembrar que todo fundo de infraestrutura carrega seus riscos. “Por isso, os investidores devem avaliar se a carteira do fundo está alocada em concessões de qualidade no setor”, destaca.
Para o especialista, uma boa estratégia é priorizar FI-Infras, geridos por gestores renomados, com um histórico consistente no setor de infraestrutura brasileiro. “Gestoras como Kinea, Pátria, Vinci e Capitânia se destacam por sua experiência e pela qualidade das suas alocações, garantindo maior tranquilidade aos cotistas, mesmo em momentos de turbulência”, sugere.
Além disso, Cunha afirma que a queda nos FI-Infras não é um fenômeno isolado. “O mercado como um todo tem sofrido uma venda generalizada, reflexo do aumento da percepção de risco global e doméstico. No entanto, para investidores com visão de longo prazo, esse momento pode trazer oportunidades interessantes, principalmente em fundos com valuations atrativos e carteiras robustas.”
O lado bom: dividendos
Nem tudo são espinhos, alguns FI-Infras e FIP-IE, se destacam no pagamento de proventos e retorno total em 2024. Segundo relatório do BTG Pactual, os dividendos distribuídos chegaram à marca de R$ 16,50 por cota. E ainda tem fundo com retorno total acima de 20%. Quem encabeça o time dos “tops” em proventos é o AZIN11, sob gestão da AZ Quest. Já em rentabilidade,dividendos e valorização da cota, o CDII11, da Sparta, foi o Top 1.
Segundo o relatório do fundo AZIN11, do tipo FIP-IE, desde o IPO em outubro de 2023, o ativo entregou um retorno sobre o PL de 215% do CDI. Já o retorno total acumulado, considerando a cotação atual ajustado pelos dividendos, foi 120% do CDI. Também aumentou seus proventos, que foram pagos agora em dezembro. Os ativos investidos são do setor de energia, telecomunicações e transportes. Com 77% do seu patrimônio líquido alocado, o AZIN11 possui uma carteira com 13 ativos, com spread médio de CDI + 5,16%.
O CDII11 é um FI-Infra que investe seus recursos em debêntures incentivadas. O fundo está disponível para investidores em geral e tem meta de retorno de CDI+ 2,0% a.a.
Os dividendos de dezembro, referentes aos resultados do mês anterior, foram de R$ 1,00 por cota, equivalente a 120% do CDI. O fundo possui uma carteira com mais de 100 ativos, entre debêntures incentivadas e outros ativos de renda fixa.
Outro destaque foi o KDIF11, que desde seu início em 2017, trouxe um resultado de 97,3%. É gerido pela Kinea Investimentos, com um patrimônio líquido de R$ 2,6 bilhões. O Yield médio da sua carteira de debêntures é IPCA + 8,5%.
Diferenças
Os Fundos de Investimento Incentivados em Infraestrutura (FI-Infra) destina-se à captação de recursos para projetos de infraestrutura, promovendo a realização de obras públicas e privadas.
Os Fundos de Investimento em Participações em Empresas de Inovação e Infraestrutura (FIP-IE) é um veículo de investimento que participa do processo decisório das empresas investidas, proporcionando aos investidores a isenção de Imposto de Renda sobre proventos e ganhos de capital.
Embora ambos ofereçam benefícios fiscais, eles variam em sua estrutura e objetivos. O FI-Infra possui um regulamento fixo, enquanto o FIP-IE permite uma abordagem mais multiestratégia, potencializando oportunidades para investidores.
Saiba mais sobre o KDIF11
Fundo de debêntures incentivadas com benchmark em juros reais.
Além dos rendimentos isentos, como nos FIIs, o KDIF11 conta também com isenção no ganho de capital. O fundo tem como objetivo investir em uma carteira diversificada de Debêntures de Infraestrutura, de sua maioria exclusivas, com baixo risco de crédito, fornecendo ao investidor uma proteção da inflação, devido a sua indexação ao IPCA.
Vale a pena investir em KDIF11?
Embora o KDIF11 não seja tão conservador quanto às aplicações em renda fixa, como Títulos Públicos e CDB, muitos o consideram o como um investimento moderado. “No entanto, é importante notar que ainda há riscos envolvidos, como as oscilações das cotas no mercado, o que significa que o investidor pode observar valorizações ou desvalorizações ao longo do tempo”, diz o site melhoresinvestimentos.com.