Em fevereiro de 2021, o volume de vendas do comércio varejista nacional cresceu 0,6%, frente a janeiro, na série com ajuste sazonal, após variação de -0,2% em janeiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A média móvel trimestral recuou 2,0%, 0,1 p.p. acima do trimestre encerrado em janeiro (-2,1%). Na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista teve queda de 3,8% frente a janeiro de 2020, acumulando no ano um recuo de 2,1%. Já o acumulado nos últimos 12 meses foi de 0,4%, mantendo redução de ritmo pelo quarto mês seguido. Em janeiro, esse indicador era 1,0%.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas avançou 4,1% frete a janeiro, na primeira variação positiva após duas quedas seguidas. Com isso, diminuiu o ritmo de queda da média móvel do trimestre (-0,5%) ante o trimestre encerrado em janeiro (-1,6%).
O avanço de 0,6% no volume de vendas do varejo, em fevereiro de 2021, na série com ajuste sazonal, teve taxas positivas em quatro das oito atividades pesquisadas: Livros, jornais, revistas e papelaria (15,4%), Móveis e eletrodomésticos (9,3%), Tecidos, vestuário e calçados (7,8%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%).
Por outro lado, houve quedas nos setores de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%), Combustíveis e lubrificantes (-0,4%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,4%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,2%).
No comércio varejista ampliado, o crescimento de 4,1% no volume de vendas, em fevereiro, na série com ajuste sazonal, foi influenciado positivamente por Veículos, motos, partes e peças (8,8%) e Material de construção (2,0%).
Cinco das oito atividades do varejo recuaram frente fevereiro de 2020
Na comparação com fevereiro de 2020, o comércio varejista teve queda de 3,8%, com taxas negativas em cinco das oito atividades. Com maior impacto (-2,2 p.p), o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo recuou 4,6% frente a fevereiro de 2020, invertendo o movimento dos dois meses anteriores. No primeiro bimestre de 2021, o segmento caiu 0,6% frente ao mesmo bimestre de 2020. O acumulado dos últimos 12 meses, ao registrar 4,5%, o setor voltou a desacelerar, após três meses de altas.
Tecidos, vestuário e calçados teve queda de 18,6%, registrando 12 meses consecutivos de taxas negativas na comparação interanual. O setor foi o segundo em termos de influência, com impacto de -1,3 p.p. na taxa geral. O acumulado para os dois primeiros meses do ano ficou em -19,9%. Já o indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao passar de -24,2% até janeiro para -25,4% em fevereiro, demonstra intensificação no ritmo de queda.
O segmento de Combustíveis e lubrificantes apresentou decréscimo de 10,4% no volume de vendas em relação a fevereiro de 2020, décimo segundo mês consecutivo de queda. Com isso, tanto o primeiro bimestre de 2021 quanto o acumulado nos últimos 12 meses permaneceram no campo negativo: -9,1% e -11,1%, respectivamente.
O volume de vendas da atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria recuo 41,0%, contabilizando 13 meses de quedas consecutivas. O segmento continua, portanto, a apresentar comportamento de retração registrado nos últimos anos, resultado de uma redução de lojas físicas, iniciada em 2017. Com isso, na comparação com o primeiro bimestre do ano passado, a perda do setor foi de 48,1%. O acumulado nos últimos doze meses, ao passar de -38,5% até janeiro para -42,3% até fevereiro, permanece negativo desde março de 2014 (-0,2%).
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação apresentou queda pelo décimo quarto mês consecutivo, registrando recuo 10,8% em relação a fevereiro de 2020. O acumulado do ano para a atividade foi de -12,2%. O indicador acumulado nos últimos doze meses também apresentou desempenho negativo (-16,6%), no mesmo patamar que do mês anterior, para essa comparação: -16,7%.
Por outro lado, a atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com alta de 8,9% nas vendas, registrou a nona variação positiva consecutiva, o que o coloca como a maior influência positiva para o mês (0,9 p.p.). No primeiro bimestre do ano, o segmento acumulou variação de 10,9% ante o mesmo bimestre de 2020. Já o acumulado nos últimos 12 meses (8,9%) até fevereiro reflete estabilidade ante o resultado até janeiro (8,8%).
Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos etc., com expansão de 2,0% no volume de vendas ante fevereiro de 2020, mostrou perda de ritmo em relação a janeiro (9,8%). Com isso, o setor acumulou 6,2% no ano, frente a igual período de 2020. O acumulado nos últimos 12 meses foi de 2,2% abaixo do registrado em janeiro (2,7%).
O segmento de Móveis e eletrodomésticos cresceu 0,7% no volume de vendas, após queda de 5,2% em janeiro. Assim, o setor registra um acúmulo no bimestre de -2,5%. O indicador acumulado nos últimos 12 meses, ao passar de 9,1% até janeiro para 8,2% em fevereiro, permanece em trajetória de redução de ganhos desde novembro de 2020 (12,3%).
No comércio varejista ampliado, o setor de Veículos, motos, partes e peças caiu 3,8% em relação a fevereiro de 2020, assinalando a segunda taxa negativa seguida. Para o varejo ampliado, o setor representou a segunda maior influência no indicador interanual (-0,9 p.p. do total de -1,9%). Com isso, o setor acumulou no primeiro bimestre -10,1%, apresentando no indicador dos últimos 12 meses (-15,9%) perda de ritmo crescente desde março de 2020, mês em que se inicia o período de pandemia no Brasil.
Com crescimento de 17,9%, o segmento de Material de Construção completa uma sequência de nove meses de crescimentos consecutivos. No acumulado do ano, taxa foi de 14,3%. Com isso, o indicador dos últimos doze meses, ao passar de 11,5% em janeiro para 13,0% em fevereiro, acelerou, o que acontece desde junho de 2020.
Vendas crescem em 19 unidades da federação na comparação com janeiro
De janeiro para fevereiro de 2021, na série com ajuste sazonal, a taxa média nacional de vendas do comércio varejista cresceu 0,6%, com predomínio de resultados positivos em 19 das 27 unidades da federação, com destaque para Amazonas (14,2%), Rondônia (11,5%) e Piauí (8,3%). Por outro lado, influenciando negativamente, estão oito UFs, sendo as principais, em termos de magnitude Acre (-12,9%), Tocantins (-4,4%) e Distrito Federal (-2,1%).
Na mesma comparação, o comércio varejista ampliado avançou 4,1%, puxado por 22 UFs, sendo as mais intensas registradas no Amazonas (20,2%), em Rondônia (9,9%) e no Piauí (9,5%). Já pressionando negativamente, figuram cinco unidades da federação, com destaque para Acre (-5,3%), Tocantins (-2,1%) e Amapá (-1,6%).
Frente a fevereiro de 2020, as vendas do comércio varejista caíram 3,8%, com predomínio de resultados negativos, que atingiram 18 UFs, principalmente Rio de Janeiro (-8,5%), Rio Grande do Sul (-12,0%) e São Paulo (-1,8%). Pressionando positivamente, no entanto, estão nove UFs, destacando-se Piauí (14,1%), Pará (4,1%) e Pernambuco (2,0%).
No comércio varejista ampliado, ante janeiro de 2020, houve quedas em 14 unidades da federação. Os destaques no campo negativo ficaram por conta de São Paulo (-2,9%), Rio de Janeiro (-7,3%) e Rio Grande do Sul (-9,0%). Das 13 UFs que registraram variações positivas, destacam-se Pernambuco (9,5%), Minas Gerais (2,7%) e Espírito Santo (8,2%).