Então chegou o mês das celebrações mais gostosas do país. Conhecidas pelas comidas, danças e roupas típicas, as festas juninas estão entre os principais eventos culturais, principalmente na região Nordeste. Trazidas ao Brasil pelos europeus no período colonial, as festas em homenagem aos santos Antônio, Pedro e João (embora há quem diga que é um evento pagão) tornaram-se ícones da cultura nordestina e brasileira, integrando produção de comidas típicas, tradições e danças, em geral embaladas pelo ritmo quente do forró.
Tudo muito lindo, mas as pamonhas, rapaduras e canjicas não surgem do nada, há toda uma cadeia produtiva movimentada para que as comidas típicas estejam à mesa nas festas. Muitos empresários veem oportunidade, sejam eles do setor agro, indústria, varejo e turismo, e se preparam para as festas dos santos. Por exemplo, a pamonha é um sucesso, feita à base de milho, e tem origem indígena.
Para se ter uma ideia, o Brasil deverá produzir 133 milhões de toneladas de milho na safra 2023/24, segundo informações do boletim Gain Report, de adidos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O volume deve superar as 125 milhões de toneladas esperadas para a temporada 2022/23. Isso é agro, e foi esse setor que colaborou para o crescimento do PIB em 1,9% no primeiro trimestre.
E falando em agronegócio, uma das maiores empresas do ramo no país é a Brasilagro (AGRO3), com ações na bolsa de valores disponíveis para a compra. A empresa está presente em cinco estados além da Bolívia e do Paraguai. O modelo de negócio se baseia em usar o dinheiro investido para a compra de terras com potencial de geração de valor. Depois usar essas propriedades para a produção de feijão, algodão, cana-de-açúcar, pecuária e milho (commodities).
Mas nem só de milho vive a festa junina, embora seja o principal por causa da safra, em uma celebração à São João, dia 24, que tem fogueira e tudo não pode faltar uma rapadura, cocada ou até um pé de moleque, e para essas receitas é preciso açúcar. O produto da cana tem diversas funções além da alimentação, algumas empresas, como a Raízen (RAIZ4), do setor energético, produz etanol, biogás e também o açúcar para uso alimentício a partir da cana-de-açúcar.
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Por sua vez, esses ingredientes não apareceram por mágica na panela é preciso um intermediário. Isso pode variar dependendo da origem do produto, podem ser feiras locais, produção própria ou o varejo. No caso de empresas do agro, como as citadas, os supermercados são os principais responsáveis pelo processo entre os vendedores das festas e as grandes fazendas.
Entre as companhias do varejo, pode-se citar como top pick a Assaí (ASAI3) e o Grupo Mateus (GMAT3), sempre entre as mais recomendadas pelos analistas e que também comemoram as vendas em tempos juninos, principalmente no Nordeste.
Segundo estimativa do Ministério do Turismo, as festas juninas movimentam em torno de R$ 3,4 bilhões por ano, com grande protagonismo de estados do Nordeste e de cidades como Caruaru (PE), Campina Grande (PB) e Petrolina, que mobilizam mais de R$ 300 milhões cada.
As quadrilhas das festas, já chamadas de agremiações, são verdadeiros espetáculos. As vestimentas dos dançarinos, mais produção chega em média a R$ 80 mil por apresentação. Um vestido pode custar até R$ 650 e quem ganha muito nesta época também é a indústria têxtil, como mineira Coteminas (CTNM3).
O turismo é outro setor que aquece nesse período. Segundo o Ministério do Turismo em 2022 a expetativa foi de R$ 2 bilhões movimentados, metade apenas na Bahia. Apesar do mal momento para o setor, as empresas de turismo ainda estão de pé, por enquanto. A CVC (CVCB3) é a principal no país e tem suas ações na B3.
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Por fim, é fato que o meio do ano é um momento em que diversos setores da economia se aquecem. E um simples doce de festa junina, tem muito mais por trás do que pode parecer.
Lei reconhece festas juninas como manifestação da cultura
Sucesso de público e de repercussão econômica e turística no Brasil, as festas juninas passam a ser oficialmente reconhecidas como manifestação da cultura nacional. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, sancionou a Lei nº 14.555, publicada no Diário Oficial da União em 26 de abril.
O relatório Legislativo da Câmara dos Deputados utilizado como referência para o projeto de lei reforça que os festejos juninos estão entre os mais celebrados no país, atrás somente do carnaval.
Além disso, as festas empregam dezenas de milhares de pessoas, mobilizam meios de hospedagens em todo o Brasil e ajudam a difusão e manutenção da cultura popular, por intermédio da gastronomia, de grupos folclóricos, forró pé de serra, artesanatos diversos, decoração e literatura de cordel. (www.gov.br)
Vai fazer uma Festa Junina?
Dica de playlist forrozeira aqui.
Receita de Pamonha doce
Ingredientes
12 (doze) espigas de milho verde com a palha; 1 (um) copo de água; 2 (duas) xícaras de açúcar; 1 (uma) xícara de coco ralado fino; 1 (uma) pitada de sal.
Preparo (1h)
Rale as espigas ou corte-as rente ao sabugo e passe no liquidificador, juntamente com a água. Acrescente o coco, o açúcar e mexa bem. Coloque a massa na palha de milho e amarre bem. Em uma panela grande ferva bem a água, e vá colocando as pamonhas uma a uma após a fervura completa da água. Importante: a água deve estar realmente fervendo para receber as pamonhas, caso contrário elas vão se desfazer Cozinhe por mais ou menos 40 minutos, retirando as pamonhas com o auxílio de uma escumadeira. Deixe esfriar em local bem fresco. Sirva com café e queijo ralado.
E tem simpatia para o amor…
Você sabe que Santo Antônio é o santo casamenteiro, então na véspera do dia 13 de junho, faça a seguinte simpatia se você está em busca de um amor: pegue uma imagem de Santo Antônio e coloque de cabeça para baixo na geladeira. Mentalize a chegada do amor da sua vida. Só tire o santo da geladeira quando você encontrar um amor. Caso passe um tempo sem encontrar, reforce o pedido e coloque a imagem no congelador. Não há garantias, mas não custa nada. Vai na fé.
Fontes: Governo da Paraíba/Agência Brasil/Canal Rural/Tudo Gostoso/Gazeta de São Paulo/Spotify