📈 CENÁRIO ECONÔMICO & MERCADOS
O fechamento da semana anterior, ainda que durante um feriado, foi marcada pelo resultado muito acima das expectativas da criação de postos de trabalho nos EUA, com o Payroll atingindo 916.000 postos de trabalho criados, o maior resultado desde agosto do ano passado.
É a clara consequência do processo acelerado de imunização dos EUA e da reabertura econômica em diversas localidades, como consequência de tal processo.
O Federal Reserve continua atento ao movimento, indicando que qualquer repique na doença ainda reforça a necessidade de novos pacotes de estímulos; como o de US$ 2 tri anunciados na semana anterior.
A realidade mostra que, neste momento, o tal pacote poderia soar como um exagero, dada a própria dinâmica da economia americana, em meio à retomada mais acelerada da atividade. O potencial inflacionário deste estímulo é consideravelmente maior, diferente daquele que tem sido aplicado
nos últimos anos na economia americana via alívio quantitativo, onde o aspecto de liquidez do sistema era o principal alvo das autoridades.
Por fim, tal liquidez teve efeito relativamente limitado no crescimento econômico, porém sua salvaguarda foi importante para que a inflação fosse preservada de maneira quase indireta – pois não era a intenção do Fed – ao alimentar a inflação de ativos, porém não a de bens e serviços.
Há temores agora do uso de um instrumento de injeção direta via infraestrutura nos moldes keynesiano e como isso pode reaquecer a inflação na economia americana, daí a dúvida se existe realmente a necessidade de tal injeção de recursos, dados os resultados mais recentes.
Existem hipóteses também ainda não testadas pela academia sobre os efeitos da digitalização da economia na oscilação de preços, do potencial de absorção de choques inflacionários pela economia americana, mas tudo ainda não saiu do papel, portanto o temor de reascender a curva de Philips é real.
Por aqui, além da expectativa de uma solução para o orçamento, a inflação segue intacta; preservando suas características estruturais e respondendo a efeitos tradicionais da economia brasileira, como a volatilidade cambial.
Neste contexto, apesar da recessão e da crise sanitária, tanto o IPCA, quanto o IGP-DI esta semana mantém as pressões ascendentes de preços; em especial no atacado e em combustíveis, reforçando a política atual de juros do COPOM.
📊 ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com o forte Payroll e puxado por ações de tecnologia.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, porém a maioria fechados pelo feriado.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, alta no minério de ferro e cobre.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com OPEP+ aliviando a política de cortes de produção.