Na mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), os dirigentes concordaram em retirar a palavra “considerável” ao se referir aos riscos à economia dos Estados Unidos do comunicado sobre o anúncio de juros. É o que informa a ata referente ao encontro, divulgada nesta quarta-feira, 19.
Confira os comentários de André Perfeito, analista chefe da corretora Necton:
FED INSISTE NA TESE DA INFLACÃO TRANSITÓRIA. – NECTON | COMENTÁRIO ANDRÉ PERFEITO
Sem grandes novidades a ata do FED fora o que vem sendo já anunciado pela a imprensa onde destacamos uma espécie de tolerância do FED com uma inflação cheia – que considera a alta de energia – mais alta. Tem se tornando um mantra entre Bancos Centrais classificar a inflação corrente como transitória uma vez que é derivada de uma alta relevante de commodites e que esta pode estacionar em dado momento retirando perigos inflacionários do radar.
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De fato a alta de commodities tem seus dias contados, dificilmente veremos uma escalada por muito mais tempo, contudo o problema da inflação tanto aqui como fora dá sinais de ter origens mais difusas como o aquecimento da economia, a desarticulação do tecido econômico por conta da pandemia e mesmo uma tentativa de recuperação de serviços em recompor seus caixas.
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Contudo a maior preocupação minha nem tem a ver diretamente com inflação, mas antes com a perspectiva que se de fato a economia dos EUA deve crescer forte, e há bons motivos para se crer nisso, é natural esperar que haja uma migração de recursos dos treasuries para outros ativos e isto pode fazer as taxas subirem.
Seja como for está implícito na ata que o FED não quer ser o primeiro a gritar “fogo”, eles sabem que isso seria desastroso em diversos níveis. O mercado já reagiu com a alta da taxa de 10 anos hoje e os mercados se regulam a esta nova taxa de referência em patamar ligeiramente mais alto.