Ontem, a Bovespa foi valorizando lentamente ao longo do dia e fechou com alta de 1,54% e índice em 107.496 pontos, na contramão dos principais mercados do mundo. Hoje o dia começou bem em todo o mundo, mas foi perdendo um pouco de tração com a divulgação de indicadores de conjuntura e noticiário desse início de manhã.
Exceto pela Bolsa de Xangai em queda de 0,63%, os demais mercados da Ásia encerraram a semana com valorizações. A Europa começou o dia com boa alta, mas perdeu um pouco de força na sequência, o mesmo acontecendo com os futuros do mercado americano. Aqui, seria oportuno que o Ibovespa ficasse acima de 107.500 pontos, cortando média móvel curta e ganhando maior consistência.
Mas os investidores seguem de olho no acordo comercial entre os EUA e a China com informações conflitantes. Liu He, vice primeiro-ministro disse que convidou os principais negociadores dos EUA para nova rodada (Lighthizer e Mnuchin), fala-se em adiar a aplicação de tarifas marcadas para 15/12 e o presidente Xi Jinping disse querer o acordo, mas não hesitaria em retaliar se preciso for. Há certamente muito “jogo de cena” entre os parceiros.
O dia está sendo marcado também pela divulgação de indicadores PMI referentes ao mês de novembro para diferentes países. No Japão, o índice composto subiu para 49,9 pontos, na fronteira entre contração e expansão da atividade. Lá a inflação medida pelo CPI (consumidor) ficou estável em outubro e mostra taxa anual de +0,2%. O PMI industrial da Alemanha subiu para 543,8 pontos, o de serviços caiu para 51,3 pontos e o composto subiu para 49,2 pontos. O PIB do terceiro trimestre foi confirmado com +0,1% e taxa anual de +0,5%.
Na zona do euro, o PMI composto caiu para 50,3 pontos e o industrial subiu para 46,6 pontos. No Reino Unido, indicadores fracos com o PMI composto caindo para 48,5 pontos o menor patamar em 40 meses e o industrial em queda para 48,3 pontos. A presidente do BCE (BC europeu) Christine Lagarde, disse que a região precisa de combinação de políticas e não só da monetária e que estão monitorando os efeitos colaterais da taxa de juros.
No Peru, o PIB do terceiro trimestre anualizado mostrou expansão de 3,0%. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava queda de 0,41%, com o barril cotado a US$ 58,34. O euro era transacionado em queda para US$ 1,105 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,75%, em queda. O ouro e a prata mostravam quedas na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago.
Aqui o relator da PEC da segunda instância ameaçou obstruir a pauta de votações, caso Alcolumbre adie a votação. Mas o líder do governo disse que a votação pode ficar mesmo para 2020. A área econômica declarou que o crescimento dos países asiáticos deve estimular o agronegócio, mas a AEB (exportadores) projeta superávit em 2019 de somente US$ 37 bilhões (Focus está em US$ 46,4 bilhões) e que em 2020 não passa de US$ 30 bilhões.
No mercado, expectativa de Bovespa por mais um pregão de alta, dólar podendo realizar (mas segue pressionado) e juros em queda. Temos a prévia da inflação oficial de novembro pelo IPCA-15, com expectativa de algo próximo de 0,16% e a confiança do consumidor de Michigan de novembro.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais