Por: Tayllis Zatti
Falta pouco para o Brasil entrar em estagflação. E é com essa frase que eu começo o texto de hoje!
Estagflação é junção de dois monstros econômicos: estagnação e inflação. O termo bastante usado pelos economistas traduz um certo momento da economia em que a mesma se encontra estagnada e os preços não param de aumentar. O fato é que essa conjuntura está cada dia mais perto de se tornar real.
A inflação atual não é a de demanda, situação que seria resolvida ao aumentar a Selic – política monetária padrão quando queremos aquecer a economia de um país e, consequentemente, aumentar a demanda da população -. A inflação interna, hoje, possui três causas principais: alta das commodities no exterior, instabilidade política no país, e atuais problemas ambientais; aliás, o BCB já deu um nome para esse último fenômeno: inflação verde.
Aproveitando o assunto, a falta de chuva já ameaça a próxima safra de grãos do país e pode pressionar a inflação também em 2022. Apenas um exemplo de como eventos assim podem ter desdobramentos significativos na economia.
Em meio a esse cenário de desconfiança – não somente nacional, mas global – em relação à gestão ambiental brasileira, presidentes de empresas nacionais e estrangeiras e dez entidades setoriais assinaram uma carta defendendo objetivos climáticos ambiciosos e o protagonismo do país nas negociações do clima. O documento será apresentado ao governo brasileiro e será levado para a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, a COP26, que está marcada para novembro, em Glasgow, na Escócia.
Empresas como Bradesco, Klabin, Renner, Nestlé, Shell, Vivo, Natura, Ipiranga, entre outros, assinaram os documentos.
Assim, não é nenhuma surpresa que o mercado continue piorando as expectativas de inflação para 2021 e 2022. Essa é a 25ª semana seguida que o mercado aumenta sua projeção de preços, de acordo com o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira.
Outro índice que vem deteriorando é a projeção para o PIB do ano que vem, que caiu pela quarta semana seguida. O Relatório mostra que a alta esperada para a atividade no ano que vem é de 1,57%. Há quatro semanas, era de 2%.
O petróleo, por sua vez, não surpreende e fecha em alta pela quinta sessão seguida. O movimento foi impulsionado pela avaliação de que o efeito das restrições de oferta da commodity no Golfo do México, causadas pela passagem do furacão Ida, podem demorar alguns meses para desaparecer.
Falando sobre as companhias, especificamente, a Gafisa homologou seu aumento de capital por unanimidade e ratificou a emissão de 27.892.638 ações ON da empresa. Lembrando que na última sexta-feira, fiz uma lista das próximas empresas a discutirem aumento de capital em AGE, como Iguatemi e Lojas Renner. Para sempre ficar por dentro da agenda de assembleias, clique aqui!
Já a Anatel publicou hoje o edital da licitação do 5G, que, segundo a agência, deve movimentar R$49,7 bilhões. A previsão é que o 5G comece a ser ofertado até julho de 2022, inicialmente nas capitais.
Na sessão de hoje, os papéis dos grandes bancos subiram em bloco, repercutindo positivamente a discussão de alta de juros no exterior, ao mesmo tempo em que as ações do setor também apresentam um bom desempenho nos mercados internacionais.
O índice hoje fechou em alta de 0,27% puxado pela Petrobras, que convocou uma entrevista coletiva no meio do pregão. As mudanças na política de preços dos combustíveis foram descartadas e os investidores ficaram satisfeitos.
Para finalizar, fique atento: 11 empresas entram em ex e 17 pagam nesta semana; entre elas Gerdau, Banco Modal, e Itaú Unibanco. Confira a agenda de proventos aqui!
Últimas do dia:
#BKBR3 – Burger King Brasil (BK Brasil) informou que o Morgan Stanley aumentou sua participação acionária na companhia para 9.005.961 ações, o equivalente a 10,5% do total.
#CRFB3 – Carrefour Brasil projeta ainda R$100 bi em vendas brutas em 2024 para sua unidade de negócios de atacarejo. A projeção para vendas brutas em 2021 é de R$60 bi. Números mencionados são baseados na taxa de crescimento anual da unidade de 15% ao ano.
#ECOR3 – EcoRodovias aprovou o aumento de capital de R$ 1,35 bilhão por meio da emissão de 1,35 bilhão de ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal, ao preço de R$1,00 por ação, em uma parcela, pela acionista EcoRodovias Infraestrutura e Logística.