Economatica consolidou as principais informações da indústria de fundos nacional para apresentar os destaques do setor.
A amostra do presente estudo considera fundos de classe Anbima Ações, Multimercado, Previdência e Renda Fixa, desconsiderando fundos estruturados tais como FIPs, FIIs, FIDCs e ETFs.
A metodologia adotada para o cálculo de AuM (Assets under Management ou Ativos sob Gestão) e de captação total para a retirada de dupla contagem considera o percentual do patrimônio alocado no mesmo gestor da carteira cadastrado junto a CVM divulgado na última carteira pública e retira esse montante do patrimônio e da captação liquida como proxy para retirada da duplicidade do patrimônio, além disso, o patrimônio dos fundos com uma posição superior à 100% (alavancados) na mesma gestora não são considerados.
Perfil da Amostra:
A amostra considera todos os fundos ativos das classes Anbima supracitadas totalizando 24.740 fundos. A classe mais representativa do ponto de vista de patrimônio é renda fixa, com PL total em maio/23 em 2,934 trilhões de reais distribuídos em 3164 fundos, seguidos por fundos multimercados e previdência, ambos com 1,6 trilhões sob gestão, mas com uma quantidade bastante diferente de fundos disponíveis, os multimercados totalizam 13.585 fundos, já os fundos de previdência são 3940, fundos de ações 3982 fundos que totalizam 483 bilhões de patrimônio. Por fim, temos os fundos cambiais, com uma menor representatividade, de 69 fundos totalizando um patrimônio em maio de 6,9 bilhões sob gestão. Abaixo a distribuição dos recursos nas classes com maior representatividade.
Maiores Gestoras por Ativos Sob Gestão:
Ao consolidar os ativos sob gestão das 913 gestoras presentes no estudo, temos um total de aproximadamente 6,74 trilhões de reais sob gestão na indústria de fundos no Brasil, um aumento de 1,35% comparado a Abril/23 quando a indústria consolidava 6,65 trilhões de reais. Desse total cerca de 70% estão concentrados nas 20 maiores gestoras do país, controladas em sua grande maioria pelos principais bancos, tais como Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa DTVM, Santander, BTG, Safra e outros. Vale destacar que a grande maioria dos bancos possuem mais de um braço para a gestão de recursos, conforme pode ser observado no ranking abaixo:
O panorama das maiores gestoras de recursos no Brasil continua a ser dominado pelos grandes bancos, com o BB Asset, gestora do Banco do Brasil, liderando a lista como a maior gestora do país em termos de recursos geridos, contando com impressionantes 1,3 trilhões de reais sob sua gestão. Estes valores são distribuídos em 780 fundos.
Em segundo lugar, encontramos Itaú Unibanco Asset Management, que também desempenha um papel importante no cenário de gestão de ativos, com um valor total de 664 bilhões de reais sob gestão. Vale lembrar, entretanto, que o Itaú também opera outros braços de gestão, como o Itaú Unibanco SA, que atuam além da gestora de ativos principal, o que pode indicar um alcance ainda maior dentro do mercado de gestão de recursos.
Por fim, na terceira posição, temos a Bram, gestora do Bradesco. Esta entidade, administra cerca de 580 bilhões de reais, conforme dados da amostra em maio de 2023.
Entretanto, apesar da liderança dos grandes bancos, é importante salientar que há uma gama crescente de gestoras independentes que vêm ganhando espaço neste setor.
Nesse sentido, ao desconsiderar gestoras dos grandes bancos e fundações, podemos destacar BNP Paribas Asset Management, Kinea Investimentos, Bw Gestão de Investimentos, SPX, XP Legacy, Absolute, ARX e Verde Asset Management, todas com gestão de dezenas de bilhões sob gestão.
Fluxo de Recursos em 2023:
Para compreender o fluxo de recursos no ano de 2023 entre as classes e gestoras, fora utilizado a mesma amostra dos fundos e a captação liquida consolidada, também retirando a dupla contagem do percentual investido na mesma gestora.
A maior entrada de recursos foi para a Sicredi com uma entrada de 7,5 bilhões, seguido pela Brasilprev Seguros e Previdência com 7,1 bilhões e Xp Allocation Asset Management com 5,6 bilhões em 2023.
Na outra ponta temos as maiores saídas de recurso, sendo -42 bilhões do Itaú Unibanco Asset, Caixa DTVM com -14 bilhões, BB Asset com -13 bilhões e ARX Investimentos com -13,7 bilhões. Vale destacar que a captação liquida pode envolver a migração de fluxos de recursos entre os diferentes braços do mesmo conglomerado de gestão, como informado anteriormente no presente estudo. Abaixo temos o ranking de entrada e saída de recursos sob a ótica da captação liquida sem dupla contagem.
Quantidade de Cotistas:
Quando se trata de investimentos via fundos a maior parte dos investidores estão concentrados em fundos de renda fixa que é uma classe de fundos que conta com mais de 12 milhões de cotistas, dispersos por 3164 fundos de diferentes gestoras. Este número representa uma fatia significativa do universo de cotistas, que totalizam 24.8 milhões em maio.
Comparando com os dados do mês de abril, houve um decréscimo no número de cotistas no universo de fundos de investimento. A indústria consolidada passou de 24.9 milhões para 24.8 milhões de cotistas, uma queda sutil, mas que reflete possíveis movimentos estratégicos dos investidores. No entanto, vale ressaltar que muitos desses cotistas não se limitam a um único fundo de investimento.
A análise das maiores gestoras de fundos no Brasil, sob o critério da quantidade de cotistas, evidencia a predominância das instituições bancárias tradicionais, ainda que novos players, como o Nubank, estejam ganhando terreno. As gestoras de bancos renomados são as que acumulam o maior número de cotistas, desfrutando de uma robusta base de clientes oriunda de suas entidades controladoras.
A BB Asset, gestora do Banco do Brasil, está no topo da lista com aproximadamente 3,9 milhões de cotistas. Logo atrás, vem a Bram – Bradesco Asset Management, com 3,2 milhões de cotistas. A Itaú Asset, do banco Itaú, é a terceira maior gestora com 3 milhões de cotistas. Com 2,8 milhões de cotistas, a Caixa DTVM, do banco Caixa Econômica Federal, vem em seguida.
De forma surpreendente a Nu Asset, gestora do Nubank, já contabiliza mais de 1,8 milhões de cotistas. Este número é expressivo, considerando que a instituição é jovem em comparação aos demais bancos em destaque. Esta realidade ressalta o impacto da inovação, inclusão e disrupção digital no mercado financeiro.
Abaixo temos o ranking com as 50 maiores gestoras, suas variações absolutas e relativas em relação ao mês anterior.
Ao analisar o crescimento no número de cotistas de um mês para outro, algumas gestoras de investimento se destacam. Este dado é um indicativo importante do dinamismo e da capacidade de atração de novos investidores dessas instituições. A Inter Asset, gestora do Banco Inter, em maio, registrou um acréscimo de 33,8 mil cotistas. Seguindo de perto, a Órama DTVM, outra importante gestora no cenário de investimentos brasileiro, registrou um aumento de 31,8 mil cotistas no mesmo período.
A Caixa DTVM, mesmo sendo uma gestora vinculada a um banco tradicional, também demonstrou um bom desempenho, com um acréscimo de 23 mil cotistas em maio. Por fim, a XP Allocation, pertencente à XP Inc., ganhou 12,4 mil cotistas no mesmo período.
Performance dos fundos:
Após consolidarmos todos os dados de patrimônio, captação e cotistas no decorrer do presente estudo é possível compreender o panorama da indústria de fundos brasileira, no entanto, um dos principais indicadores para os investidos é de fato a performance apresentada por esses fundos. Desta forma a Economatica consolidou e ranqueou os 20 fundos com maior performance em 2023 para cada uma das classes de atuação com o critério de ter mais de 30 cotistas.
No desempenho dos fundos de ações de maio, destacou-se notavelmente o Biotec Biomm FIA. Gerido pelo Daycoval Asset Management, o fundo exibiu uma valorização expressiva de 63,63% no valor da cota, colocando-o no topo do ranking para o mês. Na verdade, este fundo tem consistentemente entregue retornos elevados, acumulando um aumento de 41,73% ao longo dos últimos 3 meses e 17,49% nos últimos 6 meses.
Outro fundo que apresentou desempenho notável é o Wit Kapta FIA, gerido pela Wit Gestão. Este fundo registrou ganhos de 32,54% no último mês e 26,60% nos últimos três meses.
Este ranking também inclui uma série de outros fundos. Entre eles, destacam-se os fundos Trend da Xp Allocation, o Fama FC FIA, um dos fundos mais tradicionais da indústria, também fez parte deste ranking.
Os fundos multimercados têm chamado a atenção, particularmente o Speed FC FIM que apresentou um retorno de 29,23% no último mês, e um acumulado de 13,85% nos últimos 12 meses.
Outros fundos que se destacaram são os geridos pela Versa. O Versa Long Biased apresentou um retorno de 23,39% no último mês, enquanto o Versa Fit Long Biased apresentou um retorno de 21,8%. O Versa Tracker também se destacou, com um retorno de 16,73% no último mês. No entanto, é importante notar que, apesar desses retornos positivos recentes, os fundos citados ainda estão com retornos negativos no acumulado de 12 meses. Isso mostra que, apesar do desempenho recente, os fundos enfrentaram desafios no período de um ano.
Na categoria de fundos de renda fixa, que se destaca pelo maior número de cotistas e patrimônio consolidado, os fundos geridos pela Itaú Asset assumem as primeiras posições. O Itaú Private Duration Pre 3x apresentou um retorno expressivo de 8,18% apenas no mês de maio, e continua a apresentar um desempenho forte com um retorno acumulado de 18,93% nos últimos 3 meses e 21,51% nos últimos 6 meses.
Outro fundo sob a gestão do Itau Asset que figura nas primeiras posições é o Itau DI Fc Infra, que registrou um retorno de 5,15% no último mês
Uma característica notável no ranking é a presença de fundos de renda fixa que se concentram em debêntures de infraestrutura.
Na categoria de previdência, que desempenha um papel significativo na gestão de patrimônios e nas economias de vida de vários cotistas, o fundo Brasil PrevTop Plus FIA se sobressai. Este fundo acumulou um retorno de 13,46% apenas no último mês.
Outros fundos com exposição a ações, mas classificados como previdenciários, também se destacaram. Entre eles, o Bradesco FIA Small Cap, com um retorno de 13,41%, o Bogari Value Q FIA, com um ganho de 11,81%, e o Squadra FoF, um fundo que investe em fundos de ações, apresentando um retorno de 10,73% no mesmo período. É
relevante mencionar a presença de fundos geridos pela Truxt Investimentos no ranking, incluindo o Itau Prev Truxt, Truxt Valor e Truxt Valor Previdência 100.
Por fim, abordando a menor classe de fundos do mercado, os fundos cambiais, todos os fundos desta categoria que figuram no ranking obtiveram retornos na faixa de 2,1% a 2,4% no último mês. No entanto, é importante destacar que todos apresentaram rendimentos negativos no período de três meses.
Esta classe de fundos é caracterizada por uma alta correlação entre si, devido à sua semelhante alocação de recursos e composição de carteira. Estes fundos tendem a ter exposição a pares de moedas, refletindo as oscilações das taxas de câmbio nos mercados internacionais. Na janela de 12 meses, todos os fundos desta classe apresentaram desempenho acima de 10%. Isso sugere que, apesar das flutuações de curto prazo, estes fundos tiveram desempenho sólido em um horizonte de investimento de médio prazo.
É evidente que os principais bancos dominam a indústria, tanto em termos de patrimônio sob gestão quanto em termos de número de cotistas. No entanto, o crescimento das gestoras independentes e de novos players digitais, destaca a rápida evolução do setor. Esta dinâmica é evidente no fluxo de recursos, com alguns dos maiores bancos sofrendo saídas líquidas de recursos em 2023, enquanto gestoras menores e menos tradicionais
atraem novas entradas. Os fundos de renda fixa continuam a atrair a maioria dos cotistas, embora a performance dos fundos seja extremamente variada, como demonstrado pelo ranking de performance.
A análise detalhada da indústria de fundos coloca em evidência a diversidade e complexidade dos dados do setor no Brasil. Com 24.740 fundos em atividade, a indústria opera com um patrimônio total de 6,74 trilhões de reais, dispersos em várias classes de fundos e geridos por 913 gestoras. A plataforma Economatica permite o cruzamento de dados de toda a indústria, a composição das carteiras, o acompanhamento das captações e resgates, as quantidades de cotistas e indicadores de performance e de risco, dados esses que são cruciais para fornecer uma visão aprofundada do setor.
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