Prof. Rodrigo Antonio Chaves da Silva

Contador, da escola Ratiocinandi Scientia

A pandemia do Coronavírus trouxe prejuízos grandiosos em todo o mundo. Economias fortes tiveram problemas nos períodos mais graves de tal pandemia. Economias mais fracas se abalaram muito mais, principalmente as de política mais fechada. E o problema ainda não tem uma solução total a curto prazo. Ao menos por parte de alguns movimentos parece que alimentar a pandemia para gerar mais caos é bom. Mas para o povo em geral, a verdadeira vítima da intenção de alguns, tem sido muito difícil esta situação.

Quando houve as primeiras graves manifestações de paralisação da economia, por conta do crescimento do contágio em março de 2020 no Brasil, e nos outros países no início do mesmo ano, não houve uma estratégia que pudesse ser adequada, tanto por parte das empresas, quanto dos entes públicos.

Os países então foram sofrendo, e tendo as economias abaladas por um tipo de situação que não havia uma fórmula e nem um método linear que pudesse ser resolvido facilmente.

Algumas previsões inclusive, falaram que a pandemia não duraria seis meses, estamos indo para dois anos, e ainda há rumores de paralisação geral por conta de variantes, todavia, com o corpo mais resistente por causa do costume com o vírus, com imunização social, natural, e por causa da vacinação, fora outros fatores, estamos tendo um controle importante e um impacto menor. Mas dados alarmantes e situações de gravidade são noticiadas todos os dias.

A inflação num período como este cresce por efeitos do início da pandemia (por acumulação de produção ociosa), e tem diversos motivos que podemos elencar:

  1. Muitas empresas pequenas, e até empresas grandes, não gozavam de reservas de capital adequada, e não conseguiram mudar o produto para tentar se manterem durante a pandemia;
  2. Produtos que necessitavam de circulação física para serem vendidos, geraram prejuízos gerais e perdas de ociosidade;
  3. Muitas empresas de fretes e serviços quebraram justamente porque não havia como oferecer transporte e entrega se a circulação foi proibida pelo Estado e pela questão pandêmica;
  4. Os créditos a se receber se atrasaram todos gerando queda da liquidez, e ainda, prejuízos nos recebíveis;
  5. Muitas empresas não conseguiam obter financiamento por não terem balanços adequados, ou até por não suportarem financeiramente;
  6. Houve demissões em massa;
  7. Havia falta de qualidade do capital próprio o que prejudicou e mais a condição de se sustentar na pandemia;
  8. A onda de desemprego em massa e gradativamente, entre os anos de 2020 e 2021 no Brasil, geraram cada vez mais ausência de consumo e circulação, o que prejudicava o giro dos estoques e a própria manutenção dos empregos;
  9. As autoridades sanitárias não tinham certeza com relação aos seus dados, e as previsões foram muitas vezes alteradas por fatores econômicos e políticos;
  10. Havia erro também na estratégia de combate devido a uma briga política entre Estados, Munícipios, e União;
  11. Fatos agravaram mais a condição econômica, porque houve crises políticas reforçadas pela mídia;
  12. Um mídia tendenciosa, que por fatores políticos e econômicos, além dos ideológicos, desfavorecia em muitas notícias os verdadeiros fatos.

Todas estas condições que existiram no Brasil, aumentaram mais a tendência da inflação, que no mundo segundo algumas informações, crescia ou 6 vezes, ou até mesmo 300% em muitos produtos.

Nos países de regime democrático abalado (nos socialistas), ou com a política econômica desventurosa (com histórico de larga inflação como a Argentina), a situação ficou muito mais grave.

O fenômeno de inflação numa crise pandêmica é o mais comum por uma série de fatores que podemos elencar:

  1. A redução de emprego e a ausência de consumo;
  2. A paralisação da produção, gerando prejuízos anteriores;
  3. O atraso dos recebíveis e a inadimplência;  
  4. A proibição de circulação de pessoas;
  5. A ausência de logística em ordem;
  6. A ausência de equilíbrio na circulação de pessoas;
  7. As linhas de créditos ofertadas com juros altos;
  8. Alterações em taxas de juros gerais;
  9. Aumento da população ociosa.

Portanto, aquilo que se perdeu na série de produção entre os anos de 2018 e 2019, não se pode mais recuperar, e os prejuízos acumulados aumentaram cada vez mais a situação dos empreendimentos, provocando com isto, uma série de fatores a serem recompensados pelo preço.

Tanto a queda da circulação, quanto o aumento do desemprego, fez com que as vendas fossem mais rarefeitas, tendo que o empregador aumentar o seu preço, fazendo com que se tivesse menos funcionários.

Os endividamentos conseguidos fizeram com que se aumentassem os preços, e com isso a inflação dos produtos.

O uso de reservas e o esgotamento dos lucros, sem uma circulação econômica, fez com que os preços se elevassem de maneira extraordinária.

As taxas de juros mesmo baixas, geraram mais endividamento na busca da quantidade de empréstimos, e com a queda da circulação, mais o endividamento crescia, isso fez com que se elevasse as margens, mesmo com a impossibilidade de esgotamento dos estoques.

Menos poder de compra pelo desemprego, gerou com isso menos giro de estoques, o que eleva os preços.

A situação de se manter em casa, favoreceu a inflação por ausência de circulação, embora fosse uma medida geral sem resolução contundente no enfrentamento direto do problema. Aos aposentados tudo bem, porque tinham a sua renda fixa, todavia, se o Estado não arrecada mais tributos normalmente porque não há circulação fluente, e não se reduz a taxa tributária para manter um salário que circula sem a mão-de-obra operante, isso faz com que o Estado se endivide para produzir mais dinheiro, o que provoca muito mais endividamento, e com isso inflação.

Fora isso as informações desencontradas da mídia, informações do governo díspares, com ausência de estratégia das unidades da federação, desfavoreceriam e muito a situação e o controle da pandemia, faltando gestão especialmente municipal para combater o alastre do vírus de modo técnico, mesmo em cidades pequenas.

Com informações da grande mídia, que muitas vezes, perturbavam e desarmonizavam as forças políticas e econômicas para combater o problema, mais se agravava a pandemia, seja com alarmismos, seja com desinformação, e isso simplesmente prejudicou e muito a seguridade das ações.

Por todos os ângulos encontramos a inflação, tanto na questão da queda do poder econômico do mercado, quanto na influência do Estado que depende do mercado para sobreviver.

Logo, a pandemia só poderia gerar prejuízos muito fortes, inclusive, vejamos algumas inflações gerais dos países:

  • Venezuela – 686,4%
  • Suriname – 63,3%
  • Zimbabué –  60,7 %
  • Argentina – 51%
  • Turquia – 36,1 %
  • Irã – 35,2%
  • Haiti – 24,6%

A inflação do Brasil está também muito alta girando em 10,1%, e a dos Estados Unidos em 7%, os demais países da América Latina estão em 8% na média, a Rússia está em 8,4%, entre outros países.

Uma medida que não é bem vista, mas geralmente é feita para conter o dinheiro e reduzir a inflação, é o aumento da taxa de Juros, no Brasil ela aumentou para 10,75% para tentar conter este crescimento do dinheiro sem poder de compra.

A normalização da inflação só ocorrerá com a normalização dos mercados, junto a uma estabilidade política nas democracias mais emergentes, embora ela seja até normal por conta da pandemia, e pelos fatores que explicamos.

Mesmo com previsões, sabemos que não saímos totalmente da pandemia, vamos ter que aguardar a situação geral do planeta para então conseguirmos realmente ter vida econômica normal, talvez mais para ano que vez, malograda as previsões talvez mais drásticas sobre os próximos anos, e sobre muitos outros fatos. Vamos pedir a Deus ajuda ao mundo como sempre ele faz. E vamos fazer a nossa parte também com precauções, e com trabalho dentro dos níveis aceitos, protegendo as nossas vidas.

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