Ao longo de 2020, as companhias aéreas ficaram meses quase que sem operar, o que levou a novas captações para manter uma posição segura de liquidez e consequentemente, entre outros motivos, a um grande aumento do seu nível de endividamento.

Para esse ano, a expectativa é que com a retomada dos voos, o que deve levar as empresas a gerar mais caixa e usar parte dos recursos para reduzir o endividamento, segundo avaliação do vice-presidente financeiro da Azul, Alex Malfitani.

A Azul fez uma emissão de dívidas conversíveis em ações no valor de R$ 1,7 bilhão. A Gol fez em dezembro uma colocação privada (“private placement”) de US$ 200 milhões de uma dívida sênior para 2026, com juros de 8%. O Grupo Latam Airlines tomou emprestado US$ 2,45 bilhões de investidores e sócios no mercado internacional, no âmbito de sua recuperação judicial.

No 3T20, a Azul apresentou dívida líquida de R$ 14,77 bilhões, valor equivalente a 11,3 vezes o Ebitda.

Malfitani disse que espera uma rápida redução no nível de endividamento ao longo do ano, fechando 2021 com um índice na casa de 6 vezes o Ebitda. Acredita que a demanda de lazer voltará a ficar forte e a de cargas deve se manter em patamares elevados.

O executivo acrescentou que, provavelmente, a Azul vai terminar 2021 com menos caixa do que no ano passado, porque vai usar recursos para pagar dívidas. A empresa espera uma geração líquida de caixa de quase R$ 1 bilhão neste ano.

Em relação ao nível de endividamento; Malfitani disse que o pior resultado deve aparecer no primeiro trimestre deste ano, quando se completa um ano de pandemia no Brasil.

Impacto: Positivo. Após um ano muito turbulento para o setor, o vice-presidente financeiro da Azul afirma que as expectativas para 2021 são positivas. A demanda de voos de lazer deve aumentar ao mesmo tempo em que a de cargas deve seguir alta. No entanto, a companhia deve encerrar o período com posição de caixa inferior a do ano passado já que irá utilizar grande parte dos recursos para pagar dívidas.

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