Ontem, a Bovespa teve dia de boa recuperação com +1,58% e índice em 117.325 pontos, somente 8 pontos abaixo da máxima do dia. Mais que isso, interrompeu sequência de seis pregões de queda. O dólar também subiu forte com +1,18% e cotado a R4 4,142, muito em função da performance no mercado internacional. Nos EUA, o destaque coube ao Nasdaq com alta de 1,04% e forte pressão compradora de ações de tecnologia.
Hoje, mercados da Ásia com comportamento misto no fechamento, Europa operando do campo negativo para o positivo, mas instável e mercados futuros americano com leve viés positivo. Aqui, há espaço para novas recuperações e voltar a buscar o recorde histórico de pontuação obtido em 03/1 em 118.791 pontos. Hoje o dólar começando novamente forte em relação a outras moedas, com expectativa de assinatura do acordo comercial entre EUA e a China.
O secretário e principal negociador americano Lighthizer, disse que estão ultimando a tradução e que deve divulgar amanhã alguns dados contidos no acordo. Diz que há compromisso explícito sobre manipulação cambial e prevê a compra de US$ 200 bilhões em produtos americanos. Já o secretário Mike Pompeo, mostra preocupação com o compartilhamento de dados, pois a China repassada dados para o setor militar e isso cria riscos para a segurança. Sobre isso, Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido decide sobre 5G da Huawei, pois as normas são muito rígidas.
Na China, as exportações de 2019 cresceram somente 0,5% e as importações declinaram 2,8%, no menor ritmo dos últimos três anos. Mas em dezembro, houve recuperação com importações expandindo 16,3% e exportações com +7,6%, quando anualizadas. Resultado disso foi o superávit comercial de dezembro de US$ 46,8 bilhões, contra anterior de US$ 38,7 bilhões.
A safra de balanços do quarto trimestre e ano está começando e deve começar a influir pontualmente nos preços dos ativos. Já alguns países, vão discutir ações que podem ser tomadas contra o Irã no abate do avião da Ucrânia com 176 mortos. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em NY mostrava alta de 0,45%, com o barril cotado a US$ 58,34. O euro era transacionado em queda leve para US$ 1,113 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros em queda para 1,83%. O ouro e a prata tinham quedas na Comex e commodities agrícola com viés negativo na Bolsa de Chicago.
Aqui, o ministro Paulo Guedes disse ser insensatez os servidores estarem pleiteando aumento de salários e deve liberar a reposição da inflação sobre o mínimo. A conta que se faz é que cada R$1 provoca despesas de R$ 3.555 milhões. Paulo Guedes quer retomar reformas até fevereiro. Já o governo, conta com a ajuda do presidente do Senado Alcolumbre para aprovar o PL do saneamento que tem despertado grande interesse, principalmente de chineses. Uma curiosidade é que as ações da Vale já retomaram a cotação pré- Brumadinho.
Na agenda do dia, teremos os resultados de JP Morgan, Citigroup e Wells Fargo. Também sairá a confiança do pequeno empresário americano em dezembro e a inflação medida pelo CPI (consumidor) de dezembro. Além disso, falam os dirigentes do FED de NY e do Kansas. Aqui, o IBGE mostra o volume de serviços prestados em novembro.
Nossa expectativa é de Bovespa podendo seguir em alta, mas dependente do noticiário internacional sobre acordo EUA/China, dólar podendo permanecer em alta e acompanhando exterior forte e juros em alta.
Alvaro Bandeira
Economista-chefe do banco digital Modalmais