Embora o Ibovespa tenha se recuperado no mês e encerrado setembro com alta de 0,7% em reais, ainda caiu 0,7% em dólares. E começou outubro em baixa. Nos últimos dois meses acumula uma queda de 9% em USD. Outubro terá um cenário mais volátil para o investimento em bolsa no Brasil, devido às incertezas relacionadas à tramitação da reforma tributária. Na esfera econômica, a ata do Copom e os indicadores de inflação não permitiram que os investidores projetassem um corte mais significativo na taxa Selic na próxima reunião.
Bem, fato é que o mercado não para e o Portal Acionista divulga os dados exclusivos recebidos da Quantum Finance sobre fundos de ações que possuem gestão ativa. A análise considera o mês de setembro e retroativamente seis, 12, 24 e 36 meses. O relatório recebido é formado por cinco categorias de fundos: Ações e dividendos; Ações Livres; Ações Small Caps; Ações Sustentabilidade/Governança e Ações Valor/Crescimento.
Pelo sexto mês consecutivo o Acionista divulga os dados. Vale lembrar que, de acordo com a Quantum, é importante destacar que a indústria de fundos é dinâmica. Os dados a seguir são das quantidades de fundos em funcionamento normal, com o histórico dos períodos indicados, que fique claro.
Outra coisa, conforme o especialista em investimentos do Acionista, Gustavo Guerses, é preciso ressaltar também que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, o ideal é analisar no mínimo os últimos 12 meses. Preste atenção!
Fundos de Dividendos
O número de fundos disponíveis ao investidor subiu para 55, três a mais que em agosto. O retorno do último mês foi de – 0,17%, e nos últimos 12 meses, 11,60%, maior que agosto, ainda menor que em julho, quando registrou 18,62%. Nos últimos 36 meses é o fundo que mais trouxe retorno: 49,96%.
Nesta modalidade de fundos, os dividendos pagos pelas empresas da carteira ficam a cargo do gestor. Ele define como vai fazer novos investimentos com o valor. O que pode ser avaliado como uma desvantagem.
Fundos de Ações Livres
A modalidade subiu de 1.977 em agosto, para 1.979 em setembro. O retorno no mês foi negativo em 1,78%. Nos últimos 12 meses o retorno foi de 9,77%, ficando abaixo apenas dos de Dividendos (11,60%).
Também conhecidos como FIAs (Fundos de Ações), esses fundos são modelos em que os gestores investem o patrimônio do fundo majoritariamente em ações. O principal fator de risco é a variação dos preços de ações, admitidas à negociação em mercados organizados, que compõem sua carteira de ativos.
Fundos Small Caps
Os fundos das Small Caps tiveram um retorno em setembro de -2,52%. Em 12 meses teve retorno de 5,49% e em três anos, 37,77%.
Neste tipo de fundo, o gestor investe nas empresas de baixa capitalização da Bolsa de Valores, com valor de mercado entre R$1 bilhão e R$ 5 bilhões. Ele busca desse fundo empresas que possuem valor intrínseco, mas que ainda não foram reconhecidas pelo mercado.
Fundos de Sustentabilidade/Governança
Os fundos de Sustentabilidade se mantiveram em 11. O retorno mensal foi de – 2,37%. Nos últimos três anos, esse retorno foi negativo, ficando em -2,64%.
Esse grupo de fundos precisa apresentar uma política de investimento 100% sustentável, levando o sufixo “IS”. Conforme a Anbima, “podem ser reconhecidos os fundos que integram aspectos ESG (ambiental, social e de governança, na sigla em inglês) em seu processo de gestão, mas não têm o investimento sustentável como objetivo principal. Eles não podem usar o sufixo IS, mas têm uma diferenciação dos demais: podem utilizar a frase com o conteúdo “esse fundo integra questões ASG em sua gestão” nos materiais de venda voltados aos investidores”.
Fundos de Ações Valor/Crescimento
Esses fundos, mesmo apresentando bom desempenho ao longo de 12 meses, com retorno de 5,38%, caíram de 138 para 134 em agosto e se mantiveram assim. O retorno no mês foi de -2,13%.
Segundo a Anbima, neste tipo de fundos, os gestores buscam retorno através de uma estratégia de seleção de empresas entre o “preço justo” estimado (estratégia de valor) e/ou aquelas com a chance de crescer no futuro (estratégia de crescimento).
Segundo a pesquisa da Quantum Finance, nos últimos 36 meses o retorno foi de 4,21%.
Dividendos seguem na liderança
Mais uma vez o retorno de todos os fundos ficou negativo em setembro, assim como ocorreu no mês passado. A categoria de Dividendos foi a que menos perdeu. E eles seguem sendo os de maior retorno quando o período é de três anos, 49,96% ante os 41,28% registrados em agosto.
Número de fundos disponíveis
Classificação Anbima (fundos) | Fundos no mês | Fundos nos últimos 6 meses | Fundos nos últimos 12 meses | Fundos nos últimos 24 meses | Fundos nos últimos 36 meses |
Ações Dividendos | 55 | 53 | 51 | 49 | 44 |
Ações Livres | 1.979 | 1.893 | 1.829 | 1.541 | 1.202 |
Ações Small Caps | 50 | 45 | 44 | 43 | 40 |
Ações Sustentabilidade/Governança | 11 | 11 | 11 | 11 | 10 |
Ações Valor/Crescimento | 134 | 134 | 132 | 122 | 93 |
Ranking Rentabilidade
Classificação Anbima (fundos) | Retorno no mês | Retorno nos últimos 6 meses | Retorno nos últimos 12 meses | Retorno nos últimos 24 meses | Retorno nos últimos 36 meses |
Ações Small Caps | -2,52% | 17,37% | 5,49% | -4,74% | 37,77% |
Ações Valor/Crescimento | -2,13% | 16,37% | 5,38% | -9,38% | 4,21% |
Ações Livres | -1,78% | 16,97% | 9,77% | 0,73% | 19,09% |
Ações Sustentabilidade/Governança | -2,37% | 11,63% | 3,43% | -9,95% | -2,64% |
Ações Dividendos | -0,17% | 14,75% | 11,60% | 15,39% | 49,96% |